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19/05/2001 - 03h55

Sem vocação, Magalhães Júnior aguarda sua hora

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

Nas hipóteses hoje prováveis do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), 73, renunciar ou ser cassado por falta de decoro parlamentar, a família do mais influente político baiano nos últimos 30 anos não ficará sem representante no Senado.

Filho mais velho do cacique baiano, o empresário e professor universitário Antonio Carlos Magalhães Júnior, 48, é o suplente de ACM. "Virei suplente do senador por uma decisão dele. Ele me comunicou, e eu respeitei", disse o empresário, presidente da Rede Bahia de Comunicações, um conglomerado formado por 14 empresas e cerca de 1.100 funcionários que retransmite a Rede Globo no Estado.

Ao contrário do deputado Luís Eduardo Magalhães, morto em 98, aos 43 anos, que ACM acreditava ver um dia ocupando a Presidência da República, Júnior não tem vocação para a política.

Casado, dois filhos, o primogênito não admite discutir a possibilidade de cassação do pai. "Nem em hipótese eu admito a cassação", disse Júnior, que dá aula de finanças na Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia há 22 anos.

Antonio Carlos Magalhães Júnior tem um filho, o estudante de direito Antonio Carlos Magalhães Neto, 22, que pretende seguir o mesmo caminho do avô e do tio Luís Eduardo -a política. ACM Neto, como é mais conhecido, já lançou sua candidatura à Câmara dos Deputados em 2002.
Júnior também tem uma filha, Renata Magalhães, 20.

Formado em administração de empresas, o suplente do senador ACM corre todos os dias pela orla de Salvador para manter a forma física. "Sou uma pessoa absolutamente normal, que trabalha muito." Antes de ser eleito suplente do pai, ele jamais havia participado de uma eleição.

A primeira experiência profissional de Antonio Carlos Magalhães Júnior aconteceu no extinto Banco Econômico, entre 75 e 88. No Econômico, o empresário trabalhou nos departamentos de comércio exterior e mercado de capitais. Depois, Júnior passou a trabalhar nas empresas da família Magalhães. Em 1994, assumiu a presidência do grupo.

Bom professor
O filho e suplente de ACM é respeitado como professor universitário. "Antonio Carlos Magalhães não é político e muito menos um professor carreirista. Ele é assíduo, responsável e se dá bem com todo mundo", disse o vice-diretor da Escola de Administração, Altamiro Castilho de Almeida, 51.

Almeida disse que o filho de ACM gosta de dar aulas. "Ele é rico, influente e não precisa da escola para viver. No entanto, mostra que nasceu para lecionar." Alunos e ex-alunos de Júnior têm a mesma opinião do vice-diretor. "Como professor, não tenho nada contra ele. Júnior cumpre todos os horários, é bem-humorado e conhece profundamente a disciplina. Não é político, e nós devemos respeitar a sua opção", disse seu aluno Tiago Chagas Silva Santos, 22.

Líder estudantil, Ludimila Meira, 22, foi aluna de Júnior no ano passado. "Todos os estudantes do curso gostam muito do seu método de dar aulas. Nós o respeitamos e não falamos dentro da classe sobre o que está acontecendo com seu pai".
 

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