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20/05/2001
-
04h17
VERA MAGALHÃES
da Folha de S.Paulo
A escalada de manifestações populares na última semana pedindo a cassação de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) aumentou a preocupação no comando carlista e fez crescer o coro dos que defendem a imediata renúncia de ACM.
Interlocutores que conversaram com o pefelista disseram que ele ficou "perplexo" e "preocupado" com a manifestação que reuniu cerca de 20 mil pessoas em Salvador na última quinta-feira.
O temor dos carlistas é que ACM perca o patrimônio eleitoral que garantiria sua volta à política - no governo ou no próprio Senado - em 2002, se for prolongado o desgaste diário a que o pefelista vem sendo submetido. Nesse caso, nem a renúncia o salvaria.
Aliados de ACM reviram as imagens da manifestação e identificaram mais um motivo de preocupação: ela extrapolou segmentos como sindicatos, atingindo os jovens e a classe média.
A ação da polícia baiana, que reprimiu um protesto na UFBa (Universidade Federal da Bahia) na quarta-feira, foi classificada como "desastrosa" para a imagem de ACM. As cenas do confronto - que foram ao ar em todas as redes de TV e estamparam a capa dos principais jornais-associaram ACM à repressão. "Pareciam cenas da época do regime militar", disse um pefelista.
Para vários senadores, o aumento de manifestações aumenta as chances de cassação de ACM e Arruda. "Os carlistas deram um tiro no pé ao ajudar a abafar a CPI. ACM e Arruda se transformaram em ícones de tudo que está errado", afirmou o líder da oposição, José Eduardo Dutra (PT-SE).
Embora na semana passada, com as manifestações estudantis, tenha sido possível reviver os "caras-pintadas" que ajudaram no impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, a crise do painel do Senado revelou também novas formas de protesto.
A "manifestação eletrônica" chegou a causar pane no sistema de informática da Casa. O protesto "engravatado", protagonizado pelo PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), em forma de pizza, irritou senadores.
Surpresas e vigília
A votação do relatório de Saturnino Braga (PSB-RJ), que pede a abertura de processo de cassação contra ACM e Arruda, deve ser precedida de mais protestos.
Em Salvador, oposicionistas e entidades estudantis prometem atrair mais gente que na semana passada. Em Brasília, estudantes devem fazer uma vigília na quarta-feira para pressionar os senadores a votar a favor do parecer.
"Sempre digo que o voto dos senadores deve ser de acordo com a consciência, mas a consciência também ouve as manifestações", afirmou o senador Osmar Dias (PSDB-PR), cujo voto no Conselho de Ética era considerado uma incógnita até a semana passada.
Leia mais sobre a quebra de sigilo
Protestos aumentam pressão por renúncia de ACM e Arruda
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da Folha de S.Paulo
A escalada de manifestações populares na última semana pedindo a cassação de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) aumentou a preocupação no comando carlista e fez crescer o coro dos que defendem a imediata renúncia de ACM.
Interlocutores que conversaram com o pefelista disseram que ele ficou "perplexo" e "preocupado" com a manifestação que reuniu cerca de 20 mil pessoas em Salvador na última quinta-feira.
O temor dos carlistas é que ACM perca o patrimônio eleitoral que garantiria sua volta à política - no governo ou no próprio Senado - em 2002, se for prolongado o desgaste diário a que o pefelista vem sendo submetido. Nesse caso, nem a renúncia o salvaria.
Aliados de ACM reviram as imagens da manifestação e identificaram mais um motivo de preocupação: ela extrapolou segmentos como sindicatos, atingindo os jovens e a classe média.
A ação da polícia baiana, que reprimiu um protesto na UFBa (Universidade Federal da Bahia) na quarta-feira, foi classificada como "desastrosa" para a imagem de ACM. As cenas do confronto - que foram ao ar em todas as redes de TV e estamparam a capa dos principais jornais-associaram ACM à repressão. "Pareciam cenas da época do regime militar", disse um pefelista.
Para vários senadores, o aumento de manifestações aumenta as chances de cassação de ACM e Arruda. "Os carlistas deram um tiro no pé ao ajudar a abafar a CPI. ACM e Arruda se transformaram em ícones de tudo que está errado", afirmou o líder da oposição, José Eduardo Dutra (PT-SE).
Embora na semana passada, com as manifestações estudantis, tenha sido possível reviver os "caras-pintadas" que ajudaram no impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, a crise do painel do Senado revelou também novas formas de protesto.
A "manifestação eletrônica" chegou a causar pane no sistema de informática da Casa. O protesto "engravatado", protagonizado pelo PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), em forma de pizza, irritou senadores.
Surpresas e vigília
A votação do relatório de Saturnino Braga (PSB-RJ), que pede a abertura de processo de cassação contra ACM e Arruda, deve ser precedida de mais protestos.
Em Salvador, oposicionistas e entidades estudantis prometem atrair mais gente que na semana passada. Em Brasília, estudantes devem fazer uma vigília na quarta-feira para pressionar os senadores a votar a favor do parecer.
"Sempre digo que o voto dos senadores deve ser de acordo com a consciência, mas a consciência também ouve as manifestações", afirmou o senador Osmar Dias (PSDB-PR), cujo voto no Conselho de Ética era considerado uma incógnita até a semana passada.
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