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26/05/2001
-
03h55
WILSON SILVEIRA
da Folha de S.Paulo, em Goiânia
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), conclamou ontem o partido a romper com o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Não podemos ter duas caras, ter nossas benesses e depois ir para a praça pública fazer outro discurso. Vamos combater o modelo econômico que aí está. Chegou a hora do PMDB", disse Itamar, em Goiânia, durante protesto contra a privatização da CELG (Companhia Energética de Goiás).
O governador estava acompanhado dos senadores peemedebistas Pedro Simon (RS), Iris Rezende (GO) e Maguito Vilela (GO), presidente interino do PMDB, e falou a uma platéia de cerca de 300 pessoas, em frente à Assembléia Legislativa do Estado.
Itamar disse que deverá entrar no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a medida provisória que instituiu o racionamento de energia elétrica.
Itamar voltou a acusar FHC de traição. "É com angústia na alma e no coração que venho a uma praça pública para dizer que ele nos enganou a todos", afirmou.
O governador insistiu em dizer que o protesto não se limitava à privatização da CELG. "Vamos combater o modelo econômico que aí está, que destrói indústrias e combate os trabalhadores".
Em entrevista coletiva, Itamar afirmou que "essa crise energética tem um culpado. Esse culpado se chama FHC". Ele criticou o modelo de privatização do setor elétrico: "Nós não podemos privatizar aquilo que está gerando kW. Nós entendemos que é preciso privatizar o kW a ser gerado".
Para Itamar, a medida provisória do "ministério do apagão" criou um Estado de exceção não previsto pela Constituição, além de conter outras irregularidades, como a suspensão do Código de Defesa do Consumidor. "O governo está perdido", disse Itamar.
Maguito, hoje contrário à privatização, comandou a venda das Centrais Elétricas Cachoeira Dourada, em setembro de 1997, quando era governador do Estado.
Boicote
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), decretou ponto facultativo somente nas repartições estaduais situadas em Goiânia, ontem, na tentativa de esvaziar a manifestação organizada pelos líderes do PMDB goiano contra a privatização da CELG.
O protesto do PMDB serviu de palanque para Itamar, provável candidato à sucessão de FHC. Perillo, vice-presidente nacional do PSDB, queria evitar críticas a FHC em seus domínios.
A assessoria de Perillo negou que o ponto facultativo tivesse motivação política. Como justificativa, alegou que o prefeito Pedro Wilson (PT), também liberou os servidores. O interesse petista, no caso, seria tirar o palanque de Itamar, provável adversário de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.
O secretário de Governo de Goiânia, Osmar Magalhães, nega a manobra. "O PT também é contrário à privatização da CELG".
Nos próximos oito dias úteis os servidores vão trabalhar uma hora a mais para compensar o expediente de ontem.
Na quinta, foi feriado em Goiânia, dia da padroeira da cidade, Nossa Senhora Auxiliadora.
Reconciliação
Depois da manifestação, Itamar almoçou na mesma mesa que Iris e Maguito Vilela, com quem estava rompido desde 98, quando se enfrentaram na convenção do PMDB que decidiu pelo apoio do partido à candidatura à reeleição de FHC -em vez de ter candidatura própria, que era postulada por Itamar.
Segundo um ex-senador que integrou a comitiva, Itamar encontrou-se com Iris e Maguito Vilela na noite de anteontem, no apartamento de Iris, e disse que já os havia perdoado. Iris Rezende, entretanto, segue apoiando o governo FHC, conforme orientação da cúpula peemedebista.
Itamar conclama PMDB a deixar governo
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da Folha de S.Paulo, em Goiânia
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), conclamou ontem o partido a romper com o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Não podemos ter duas caras, ter nossas benesses e depois ir para a praça pública fazer outro discurso. Vamos combater o modelo econômico que aí está. Chegou a hora do PMDB", disse Itamar, em Goiânia, durante protesto contra a privatização da CELG (Companhia Energética de Goiás).
O governador estava acompanhado dos senadores peemedebistas Pedro Simon (RS), Iris Rezende (GO) e Maguito Vilela (GO), presidente interino do PMDB, e falou a uma platéia de cerca de 300 pessoas, em frente à Assembléia Legislativa do Estado.
Itamar disse que deverá entrar no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a medida provisória que instituiu o racionamento de energia elétrica.
Itamar voltou a acusar FHC de traição. "É com angústia na alma e no coração que venho a uma praça pública para dizer que ele nos enganou a todos", afirmou.
O governador insistiu em dizer que o protesto não se limitava à privatização da CELG. "Vamos combater o modelo econômico que aí está, que destrói indústrias e combate os trabalhadores".
Em entrevista coletiva, Itamar afirmou que "essa crise energética tem um culpado. Esse culpado se chama FHC". Ele criticou o modelo de privatização do setor elétrico: "Nós não podemos privatizar aquilo que está gerando kW. Nós entendemos que é preciso privatizar o kW a ser gerado".
Para Itamar, a medida provisória do "ministério do apagão" criou um Estado de exceção não previsto pela Constituição, além de conter outras irregularidades, como a suspensão do Código de Defesa do Consumidor. "O governo está perdido", disse Itamar.
Maguito, hoje contrário à privatização, comandou a venda das Centrais Elétricas Cachoeira Dourada, em setembro de 1997, quando era governador do Estado.
Boicote
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), decretou ponto facultativo somente nas repartições estaduais situadas em Goiânia, ontem, na tentativa de esvaziar a manifestação organizada pelos líderes do PMDB goiano contra a privatização da CELG.
O protesto do PMDB serviu de palanque para Itamar, provável candidato à sucessão de FHC. Perillo, vice-presidente nacional do PSDB, queria evitar críticas a FHC em seus domínios.
A assessoria de Perillo negou que o ponto facultativo tivesse motivação política. Como justificativa, alegou que o prefeito Pedro Wilson (PT), também liberou os servidores. O interesse petista, no caso, seria tirar o palanque de Itamar, provável adversário de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.
O secretário de Governo de Goiânia, Osmar Magalhães, nega a manobra. "O PT também é contrário à privatização da CELG".
Nos próximos oito dias úteis os servidores vão trabalhar uma hora a mais para compensar o expediente de ontem.
Na quinta, foi feriado em Goiânia, dia da padroeira da cidade, Nossa Senhora Auxiliadora.
Reconciliação
Depois da manifestação, Itamar almoçou na mesma mesa que Iris e Maguito Vilela, com quem estava rompido desde 98, quando se enfrentaram na convenção do PMDB que decidiu pelo apoio do partido à candidatura à reeleição de FHC -em vez de ter candidatura própria, que era postulada por Itamar.
Segundo um ex-senador que integrou a comitiva, Itamar encontrou-se com Iris e Maguito Vilela na noite de anteontem, no apartamento de Iris, e disse que já os havia perdoado. Iris Rezende, entretanto, segue apoiando o governo FHC, conforme orientação da cúpula peemedebista.
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