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01/06/2001 - 17h26

FHC nunca trabalhou e não sofreu com regime militar, diz ACM

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

Dois dias depois de renunciar ao mandato, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) partiu para a crítica pessoal contra o presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Ele [FHC] nunca sofreu na ditadura. Ele era o homem da Mercedes-Benz no Chile [um dos países que FHC morou em seu exílio], nunca foi exilado. Até nisso ele mente para o povo. Ele sustenta uma aposentadoria de R$ 8.000, sem nunca ter trabalhado", disse ACM, antes de almoçar hoje com correligionários em uma churrascaria de Salvador.

ACM deixou claro que não gostou das críticas veladas feitas pelo presidente. Ontem, sem citar o nome do ex-presidente do Congresso, Fernando Henrique Cardoso condenou comportamentos antidemocráticos.

"Antidemocrático está sendo ele [FHC], quando faz liberações de verbas para evitar votações contra o governo", afirmou.

De acordo com o baiano, as críticas que fez ao governo em seu discurso de despedida do Senado são justas.

"Eu estou mostrando ao Brasil que a área econômica está mentindo, que estamos em uma situação dificílima, que podemos entrar no caos se não forem tomadas novas medidas."

Declarando-se "estimulado" pelas manifestações de solidariedade recebidas na Bahia, ACM voltou a criticar os integrantes do Conselho de Ética.

"Não quero citar nomes, mas todos que me prejulgaram não são dignos de me julgar, simplesmente porque não têm conduta igual à minha."

ACM resolveu renunciar ao Senado depois que o Conselho de Ética aprovou o relatório do senador Saturnino Braga (PSB-RJ) pedindo a abertura do processo de cassação contra ele.

Ao lado do governador César Borges (PFL) e do prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy (PFL), ACM também criticou a ex-presidente do Prodasen Regina Borges e seu marido, Ivar Ferreira.

"Agora estão surgindo novas coisas naquele painel [do Senado]. Isso é uma demonstração inequívoca que aquele grupo da dona Regina e do seu marido manipulava o painel de forma ilícita e condenável", afirmou.

Em relação à lista de votação da sessão que cassou Luiz Estevão (PMDB), ACM disse que "mais dia, menos dia", a relação dos votos vai aparecer.

"Tudo indica que os votos de alguns petistas foram nessa linha [para absolver Luiz Estevão]. Quando surgir, a lista vai desmascarar muita gente. Muitas pessoas me chamaram de canalha, mas, na realidade, canalhice foi trair o partido", afirmou.

Disparando críticas para todos os lados, ACM também não poupou o senador José Eduardo Dutra (PT). "Eu gostava muito do senador Dutra. Ele era todo valentão, mas ficou calmo de uma hora para outra. Ele me decepcionou muito nos últimos tempos."

O ex-senador comparou o PT "à casa de noca" [expressão utilizada para dizer que não existe comando]. "O problema do PT é que não existe comando. O partido faz um compromisso e ninguém cumpre. O PT e o governo, hoje, têm a mesma cara do Jader Barbalho (PMDB-PA)."

Apesar de criticar o PT, ACM disse que respeita o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu respeito muito o Lula, mesmo divergindo das suas opiniões. O Lula tem muitas qualidades."

Após o almoço _que também contou com as presenças do senador Waldeck Ornélas e do ex-ministro Rodolpho Tourinho_, ACM seguiu para o seu escritório político. No final da tarde, ele recebeu a visita do pugilista Acelino "Popó" Freitas.
 

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