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08/06/2001
-
03h52
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A diretoria do Banco Central (BC) encerrou um novo relatório sobre o envolvimento do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), no escândalo do Banpará, o banco estadual de onde foram desviados cerca de US$ 10 milhões que teriam ido parar nas contas do peemedebista e de
pessoas ligadas a ele.
Trata-se de um resumo, de cerca de 40 folhas, que reuniu as principais provas encontradas pelo inspetor Abrahão Patruni Júnior contra o presidente do Senado, seus familiares e algumas de suas empresas.
Com o novo relatório, o BC volta a alimentar a investigação do Ministério Público do Pará sobre o desvio de recursos no banco do Estado, o Banpará.
Fraga
Jader está implicado no caso e tem se sentido incomodado com a atuação do Banco Central, sobretudo do presidente da instituição, Armínio Fraga.
Ao reforçar, com a redação de mais um documento, as provas levantadas pelo inspetor, a atual diretoria do BC manifestou sua oposição à análise feita pelo ex-presidente do BC Francisco Gros.
Em ofício de 1992, Gros descartou o envolvimento de Jader no episódio, utilizando para isso parecer do procurador-geral do Banco Central, José Coelho Ferreira. O presidente do Senado tem utilizado esse ofício para alegar sua inocência.
O relatório com o resumo da fiscalização de Patruni -que se encontra no 12º volume do processo em análise no Ministério Público do Pará -foi a primeira manifestação de interesse da atual diretoria, principalmente do presidente Armínio Fraga, sobre o destino do caso. O documento foi concluído no início do ano e enviado em março a Belém.
A segunda manifestação de interesse ocorreu em abril, quando Fraga enviou carta em papel timbrado do Banco Central ao procurador-geral de Justiça do Pará, Geraldo Rocha, criticando a decisão do promotor Vicente Miranda Filho, que havia determinado o arquivamento do caso.
Crime
Na carta, Armínio Fraga faz referência aos documentos de fiscalização enviados ao Pará e às claras comprovações de crime que emergiram do caso.
Segundo o relatório de Patruni Júnior, rendimentos de aplicações financeiras do Banpará foram parar na conta que Jader mantinha na
agência Jardim Botânico do Banco Itaú.
"Foram realizadas sucessivas reaplicações e/ou novas aplicações em títulos de renda fixa "ao portador" e resgates parciais através de cheques administrativos e ordens de pagamento emitidas pela agência Jardim Botânico do Banco Itaú e remetidas à praça de Belém, envolvendo familiares e pessoas físicas e jurídicas ligadas ao sr. Jader Barbalho", diz o primeiro texto do inspetor, divulgado pela imprensa em 1996.
Caminho do dinheiro
Um segundo relatório, elaborado em seguida, esmiuçou as operações e determinou o caminho do dinheiro do caixa do Banpará para as contas de Jader, familiares e empresas. Mas seu teor ainda não foi divulgado.
A carta de Armínio Fraga foi decisiva para que o Conselho Superior do Ministério Público reestudasse o caso e determinasse, por sete votos a zero, a reabertura das investigações.
A tarefa foi entregue a três promotores: Agar da Costa Jurema, João Gualberto da Silva e Hamilton Nogueira Salame.
Caberá a eles propor ou não uma ação civil pública que intente ressarcir
os cofres do Estado do prejuízo causado pelos supostos desvios de dinheiro.
Após duas semanas de leituras do processo, o trio chegou a poucas conclusões. Com dúvidas sobre operações financeiras dos tempos de inflação alta, os promotores decidiram pedir à diretoria do Banco Central que enviasse técnicos para decifrar detalhes de algumas transações.
BC recoloca Jader no centro do escândalo do Banpará
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A diretoria do Banco Central (BC) encerrou um novo relatório sobre o envolvimento do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), no escândalo do Banpará, o banco estadual de onde foram desviados cerca de US$ 10 milhões que teriam ido parar nas contas do peemedebista e de
pessoas ligadas a ele.
Trata-se de um resumo, de cerca de 40 folhas, que reuniu as principais provas encontradas pelo inspetor Abrahão Patruni Júnior contra o presidente do Senado, seus familiares e algumas de suas empresas.
Com o novo relatório, o BC volta a alimentar a investigação do Ministério Público do Pará sobre o desvio de recursos no banco do Estado, o Banpará.
Fraga
Jader está implicado no caso e tem se sentido incomodado com a atuação do Banco Central, sobretudo do presidente da instituição, Armínio Fraga.
Ao reforçar, com a redação de mais um documento, as provas levantadas pelo inspetor, a atual diretoria do BC manifestou sua oposição à análise feita pelo ex-presidente do BC Francisco Gros.
Em ofício de 1992, Gros descartou o envolvimento de Jader no episódio, utilizando para isso parecer do procurador-geral do Banco Central, José Coelho Ferreira. O presidente do Senado tem utilizado esse ofício para alegar sua inocência.
O relatório com o resumo da fiscalização de Patruni -que se encontra no 12º volume do processo em análise no Ministério Público do Pará -foi a primeira manifestação de interesse da atual diretoria, principalmente do presidente Armínio Fraga, sobre o destino do caso. O documento foi concluído no início do ano e enviado em março a Belém.
A segunda manifestação de interesse ocorreu em abril, quando Fraga enviou carta em papel timbrado do Banco Central ao procurador-geral de Justiça do Pará, Geraldo Rocha, criticando a decisão do promotor Vicente Miranda Filho, que havia determinado o arquivamento do caso.
Crime
Na carta, Armínio Fraga faz referência aos documentos de fiscalização enviados ao Pará e às claras comprovações de crime que emergiram do caso.
Segundo o relatório de Patruni Júnior, rendimentos de aplicações financeiras do Banpará foram parar na conta que Jader mantinha na
agência Jardim Botânico do Banco Itaú.
"Foram realizadas sucessivas reaplicações e/ou novas aplicações em títulos de renda fixa "ao portador" e resgates parciais através de cheques administrativos e ordens de pagamento emitidas pela agência Jardim Botânico do Banco Itaú e remetidas à praça de Belém, envolvendo familiares e pessoas físicas e jurídicas ligadas ao sr. Jader Barbalho", diz o primeiro texto do inspetor, divulgado pela imprensa em 1996.
Caminho do dinheiro
Um segundo relatório, elaborado em seguida, esmiuçou as operações e determinou o caminho do dinheiro do caixa do Banpará para as contas de Jader, familiares e empresas. Mas seu teor ainda não foi divulgado.
A carta de Armínio Fraga foi decisiva para que o Conselho Superior do Ministério Público reestudasse o caso e determinasse, por sete votos a zero, a reabertura das investigações.
A tarefa foi entregue a três promotores: Agar da Costa Jurema, João Gualberto da Silva e Hamilton Nogueira Salame.
Caberá a eles propor ou não uma ação civil pública que intente ressarcir
os cofres do Estado do prejuízo causado pelos supostos desvios de dinheiro.
Após duas semanas de leituras do processo, o trio chegou a poucas conclusões. Com dúvidas sobre operações financeiras dos tempos de inflação alta, os promotores decidiram pedir à diretoria do Banco Central que enviasse técnicos para decifrar detalhes de algumas transações.
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