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15/06/2001 - 02h56

Atento à decisão do TSE, Alckmin completa cem dias como governador

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CLÓVIS ROSSI
da Folha de S.Paulo

Geraldo Alckmin Filho completou cem dias como governador titular de São Paulo esta semana com o olhar posto em Brasília.
Mas que ninguém se equivoque: seu olhar está dirigido para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e não para o Palácio do Planalto.

Alckmin espera que o TSE decida, o que deve ocorrer em dois ou três meses, se pode ou não disputar o governo do Estado em 2002, a sua meta virtualmente excludente, por mais que se especule com a candidatura presidencial.

Como foi eleito vice-governador duas vezes seguidas e assumiu o cargo de governador, com a morte do titular (Mário Covas), Alckmin poderia ser considerado inelegível, já que uma segunda reeleição é vedada pela lei.

Mas uma consulta do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) ao TSE obteve, do
procurador da Corte, uma resposta positiva à possibilidade de candidaturas de quem está na situação de Alckmin. Patriota abandonou o caso, mas o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) o retomou.

O TSE decidiu que o assunto é de interesse geral e vai emitir manifestação definitiva até agosto.

Enquanto não tem segurança jurídica sobre a candidatura, Alckmin assume
como "missão" concluir o melhor possível a gestão de seu padrinho e ídolo político, o governador Covas.

Assumiu também a mania de Covas de saber uma infinidade de dados administrativos, que recita um após o outro, sem tomar fôlego e sem consultar anotações.

Assumiu igualmente a obsessão de Covas com as contas públicas, fator que se revelou fatal para a popularidade do governador morto. Alckmin conta, por exemplo, que vendeu o jatinho do governo, que, só de manutenção, consumiu R$ 1,7 milhão em 2000.

Para o governador, o ajuste fiscal é uma obra "inacabável", o que não o impede de comemorar o fato de que parte das compras do Estado foi colocada no sistema de bolsa eletrônica, o que permitiu, conta Alckmin, uma economia de 20% nos gastos.

Só na compra de pneus para os veículos do Estado, a consulta eletrônica aos vários fornecedores permitiu reduzir o custo em 25%.

A economia estende-se ao consumo de energia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo e residência da família Alckmin ao mesmo tempo. Dos 8.580 kW consumidos antes do anúncio do racionamento, Alckmin festeja um corte para 5.100 kW.

Mas ele é capaz de recitar também dados de programas sociais. Orgulha-se do "Bom Prato", a rede de, até agora, cinco restaurantes populares que vendem refeição a R$ 1. O governo banca o restante (mais R$ 1 por prato).

Todos esses números fazem a política ocupar menos das conversas do governador do que seria imaginável em se tratando de alguém que faz política o tempo todo desde o início da vida adulta.

Alckmin acha que discutir agora o nome do candidato presidencial da situação não faz sentido. "Deve-se primeiro ouvir o partido, depois ouvir a sociedade e, como resultante, surgir o candidato, que não pode ser fruto de uma vontade pessoal", afirma.

Por isso joga para o final do ano, talvez começo de 2002, a definição da candidatura presidencial da coligação PSDB-PMDB-PFL, cuja manutenção Alckmin defende. Não o faz por uma questão ideológica, mas porque, para o PSDB, "é difícil caminhar para a esquerda, porque todos os espaços à esquerda estão ocupados".

Em momento algum, fala em nomes para disputar a Presidência. A não ser quando se trata de afastar completamente um deles: justamente o de Geraldo Alckmin Filho, que, aos 48 anos, tem todo o tempo do mundo para esperar até mais de uma sucessão.
 

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