Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/06/2001 - 18h23

Lula considera "firula" de FHC fazer apelo à consciência cívica

Publicidade

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

O líder petista Luiz Inácio Lula da Silva classificou de "firula" o apelo à "consciência cívica" feito ontem pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para que a oposição dialogue com o governo e ajude o país a superar a crise de energia.

"Quero aproveitar e retribuir o apelo ao presidente: pelo amor de Deus, governe pensando no povo pobre e deixe de fazer firula", disse. "Pare de jogar a culpa em quem é só vítima", afirmou Lula, hoje, em Recife.

O presidenciável foi irônico ao comentar a previsão feita por FHC, de que haverá um "empurrão nas forças políticas populistas apoiadas pelas forças tradicionais, oligárquicas e clientelistas" para ocupar o poder.

"Confesso que de vez em quando não concordo com a opinião do cientista político Fernando Henrique Cardoso", declarou. FHC é, na verdade, sociólogo. "Desde quando um intelectual subiria num jegue para comer buchada em Alagoas?'', perguntou. "É o populismo mais barato e desavergonhado."

Lula disse que o presidente deveria deixar de "procurar inimigos onde não existe" e pensar que tem ainda um ano e meio de mandato. "Ele não pode achar que o governo dele já acabou."

Sobre a nova troca de elogios entre o presidente e o governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, em Campo Grande, o líder petista disse que o partido aprendeu a não misturar relação institucional com relação política.

Entretanto não deixou de criticar FHC, que, segundo ele, vai inaugurar obras onde o PT governa porque não tem o que inaugurar nos Estados administrados pelos governistas.

Sobre a declaração do governador petista, que ressaltou ao presidente a "relação de aproximação e respeito" entre os dois, Lula disse que se trata de "uma questão de foro íntimo" sobre a qual não poderia opinar.

Afirmando estar "disposto a conversar com todas as forças políticas" sobre uma eventual coligação em 2002, o líder petista não descartou a possibilidade de se aliar ao governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), e até mesmo ao governador mineiro, Itamar Franco (PMDB).

"Nós já estivemos próximos de Itamar, até participamos do governo dele", afirmou. "Não foi o PT que rompeu com Itamar, foi ele que rompeu conosco. Não foi o PT que se afastou do PPS, do PSB, do PDT", disse.

Para Lula, a oposição correrá riscos se lançar muitos candidatos a presidente em 2002. "Se começarmos a bater um no outro estaremos trancando a porta de um possível acordo no segundo turno", declarou.

Em Recife, onde participou de uma reunião com vereadores e de um seminário sobre a violência, o petista anunciou ainda que o partido pretende lançar em outubro projetos para a segurança pública e o combate à fome.

O presidente nacional do PT, José Dirceu, que integrava a comitiva, disse também que a oposição prepara uma nova ofensiva para conseguir a instalação da CPI da corrupção no Senado, com protestos nas capitais.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página