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30/06/2001 - 04h10

Lula destaca "relação institucional" do PT com FHC

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

O líder petista Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, comentando a mais recente troca de elogios entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, que o partido aprendeu a não misturar relação institucional com relação política.

Ainda que em tom brando, Lula não deixou de criticar FHC, que, segundo ele, vai inaugurar obras onde o PT governa porque não tem o que inaugurar nos Estados administrados pelos governistas.

Sobre a declaração de Zeca do PT, que ressaltou ao presidente a "relação de aproximação e respeito" entre os dois, Lula disse ontem, em Recife, que se trata de "uma questão de foro íntimo" sobre a qual não poderia opinar. Ou seja, foi lacônico e evasivo, ao invés de colocar lenha na fogueira.

Lula classificou, porém, de "firula" o apelo à "consciência cívica" feito anteontem por Fernando Henrique Cardoso, em Campo Grande, para que a oposição dialogue com o governo e ajude o país a superar a crise energética.

"Quero aproveitar e retribuir o apelo ao presidente: pelo amor de Deus, governe pensando no povo pobre e deixe de fazer firula", disse. "Pare de jogar a culpa em quem é só vítima", afirmou.

O presidenciável foi irônico ao comentar a previsão, feita pelo presidente da República, de que haverá um "empurrão nas forças políticas populistas apoiadas pelas forças tradicionais, oligárquicas e clientelistas" para ocupar o poder em 2002.

Buchada alagoana
"Confesso que de vez em quando não concordo com a opinião do cientista político Fernando Henrique Cardoso", declarou. FHC é, na verdade, sociólogo. "Desde quando um intelectual subiria num jegue para comer buchada em Alagoas?", perguntou. Na campanha para se eleger presidente pela primeira vez, em 1994, FHC fez exatamente isso. "É o populismo mais barato e desavergonhado", afirmou Lula.

O petista disse que o presidente deveria deixar de "procurar inimigos onde não existe" e pensar que tem ainda um ano e meio de mandato. "Ele não pode achar que o governo dele já acabou".

Dizendo-se "disposto a conversar com todas as forças políticas" sobre uma eventual coligação, o líder petista não descartou a possibilidade de se aliar aos governadores do Rio, Anthony Garotinho (PSB), e até mesmo ao de Minas, Itamar Franco (PMDB).

"Nós já estivemos próximos de Itamar, até participamos do governo dele", afirmou. A ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (hoje no PSB) foi ministra de Itamar entre 1992 e 1993. Quando ocupava o cargo, foi suspensa pelo PT. Deixou o partido depois.

"Não foi o PT que rompeu com Itamar, foi ele que rompeu conosco. Não foi o PT que se afastou do PPS, do PSB, do PDT", disse.

Para Lula, a oposição correrá riscos se lançar muitos presidenciáveis. "Se começarmos a bater um no outro, estaremos trancando a porta de um possível acordo no segundo turno", declarou.

Em Recife, onde esteve com vereadores e participou de um seminário sobre a violência, Lula anunciou que o PT deve lançar em outubro projetos para a segurança pública e o combate à fome.

O presidente nacional do PT, José Dirceu, que integrava a comitiva, disse também que a oposição prepara nova ofensiva pela instalação da CPI da corrupção no Senado, com protestos nas capitais.
 

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