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10/07/2001 - 02h59

Brasil é 69º em qualidade de vida, diz ranking da ONU

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RALPH MACHADO
da Folha de S.Paulo

O Relatório do Desenvolvimento Humano de 2001, da ONU (Organização das Nações Unidas), mostra que o Brasil melhorou, mas não o suficiente para elevar a colocação (69ª) obtida em 2000. O documento será oficialmente divulgado hoje em todo o mundo.

Elaborado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o relatório de 2001 apresenta dados de 162 países, 12 a menos do que o relatório de 2000. O levantamento indica que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil passou de 0,746 para 0,750 nos períodos analisados, que têm, respectivamente, 1998 e 1999 como ano-base. Quanto mais próximo de 1, melhor o IDH de um país.

Houve, de fato, avanços do Brasil em alguns dos indicadores utilizados no cálculo do IDH, medida que tenta avaliar os países por meio da renda per capita e dos níveis de educação e saúde da população.

Por exemplo, melhoraram a expectativa de vida ao nascer (indicador de saúde) e as taxas de adultos alfabetizados e de matrículas (indicadores de educação). A expectativa de vida passou de 67,3 anos para 67,5 anos. O percentual de adultos alfabetizados passou de 84,5% para 84,9%. A taxa de matrículas -uma combinação entre os dados referentes a primeiro, segundo e terceiro grau- passou de 78,3% para 80%.

Mas a renda per capita do brasileiro chegou a US$ 7.037,00 em 1999, com uma ligeira queda em relação ao ano anterior, quando foi calculada em US$ 7.071,70.

No levantamento, é considerado a renda per capita de acordo com o poder de compra em relação ao PIB (Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos no país), como se um dólar no Brasil fosse equivalente a um dólar nos EUA. Isso é feito para eliminar eventuais distorções no câmbio - como aconteceu com o Brasil em 1999, quando o real começou a se desvalorizar.

Outros indicadores econômicos brasileiros reunidos pelo Pnud no relatório de 2001 também são positivos. A taxa de crescimento do PIB per capita passou de 0,8% de 1975-99 -período que inclui a "década perdida" dos anos 80- para 1,5% em 1990-99.

A inflação, que foi de em média 253,5% ao ano entre 1990-99, havia caído para 4,9% em 1998-99, como se seria de esperar após a adoção do Plano Real, em 1994. Os investimentos diretos estrangeiros passaram de 0,2% do PIB em 1990 para 4,3% em 1999.

A média de investimentos públicos em educação cresceu de 4,7% do PIB em 1985-87 para 5,1% em 1995-97, dos quais 53,5% foram destinados para o ensino fundamental. Na saúde, a média de investimentos ficou estável, passando de 3,0% para 2,9%.

Uma alta expressiva ocorreu, porém, nos gastos com o serviço (juros pagos) da dívida brasileira: de 1,8% em 1985-87, a média passou em 1995-97 para 9,0% (ou seja, foi equivalente ao total investido em saúde e educação).

A desigualdade de renda continua alta: os 10% mais ricos consomem 46,7%, enquanto os 10% mais pobres ficam com o equivalente a apenas 1% do total.

Dentro dos aspectos demográficos, o Pnud indica a expectativa de vida ao nascer no Brasil passará de 59,5 anos em 1970-75 para 67,2 de acordo com estimativa para o período entre 1995 e 2000.

A taxa de adultos alfabetizados (pessoas de 15 anos ou mais) mantém a tendência de alta, assim como a taxa entre os jovens de 15 a 24 anos. Esta última, que atingiu 92,3%, tem no entanto crescido a ritmo inferior.

As estimativas indicam ainda que a população brasileira deve atingir 201,4 milhões de pessoas em 2015, com uma taxa média de crescimento de 1,1% ao ano de agora até lá. Em 1999, a população brasileira estava em 168,2 milhões, segundo o relatório.

O país também deverá ficar mais urbano, com 86,5% das pessoas vivendo nas cidades em 2015 (contra os atuais 80,7%), e mais velho, com a proporção de pessoas com mais de 65 anos passando dos 5,0% registrados em 1999 para 7,3%. No mesmo período, prevê-se que o percentual de crianças e jovens com menos de 15 anos caia cinco pontos percentuais (de 29,3% para 24,3%).

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