Publicidade
Publicidade
11/07/2001
-
03h39
LISANDRA PARAGUASSÚ
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Brasil continua com uma das cinco piores distribuições de renda do mundo, apesar de ter registrado aumento de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e melhoria de indicadores sociais.
O relatório do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), divulgado oficialmente ontem, mostra que o Brasil está em quarto lugar em uma lista de 162 países -perde apenas para Suazilândia, Nicarágua e África do Sul. Na América Latina, fica em segundo lugar.
O relatório, que usa dados do Banco Mundial, mostra que os 10% mais pobres da população brasileira têm acesso a apenas 1% da riqueza do país. Ao mesmo tempo, os 10% mais ricos têm 46,7% da renda. O país com melhor distribuição de renda é a Eslováquia. Para chegar a esses dados, o Banco Mundial usa um cálculo matemático, que resulta no índice de Gini. Para esse cálculo, o órgão utiliza dados de anos diferentes, dependendo do país.
Por meio dele é possível calcular a distribuição de renda dos países, usando os dados de renda da fatia mais pobre e da mais rica da população. Nesse índice, o número zero representaria um país onde todos tivessem exatamente a mesma renda e cem aquele onde toda a renda estivesse com apenas uma pessoa.
O índice de Gini do Brasil é de 59,1 (dados de 1997), enquanto o do pior país, a Suazilândia, é de 60,9 (informações de 1994). O da Eslováquia é 19,5 (dados de 1992).
Os anos de coleta de dados são diferentes porque dependem das últimas informações feitas no país. Mesmo assim, segundo o Pnud, é possível fazer uma análise porque há países bastante estáveis em relação à renda.
Em outros casos, no entanto, o tempo pode fazer diferença, como no caso da Eslováquia. Em 1992, quando foram feitas as últimas coletas, o país havia deixado de ser comunista há apenas três anos.
O Brasil já esteve pior. No relatório do Banco Mundial de 1996 -que
usava dados entre 1983 e 1994- o índice de Gini brasileiro era de 63,4. No entanto, na avaliação da ONU, não avançou tanto quanto deveria. "A desigualdade não melhorou tanto quanto outros índices", afirmou José Carlos Libânio, representante do Pnud no Brasil. "Ainda é uma tarefa inconclusa para o país".
O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), Roberto Martins, explica que o Brasil reduziu a pobreza desde o início da década com o crescimento, mas sem distribuir a renda. "Quando a economia vai bem, aumenta a riqueza. Os mais pobres ficam menos pobres, mas os mais ricos ficam mais ricos também." Martins defende a focalização de algumas políticas sociais como única forma de melhorar a distribuição de renda. São programas que possam dar aos mais pobres o que chama de ativos de produção: educação, terra e microcrédito para produzir.
Brasil tem 4ª pior distribuição de renda do mundo, diz relatório
Publicidade
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Brasil continua com uma das cinco piores distribuições de renda do mundo, apesar de ter registrado aumento de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e melhoria de indicadores sociais.
O relatório do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), divulgado oficialmente ontem, mostra que o Brasil está em quarto lugar em uma lista de 162 países -perde apenas para Suazilândia, Nicarágua e África do Sul. Na América Latina, fica em segundo lugar.
O relatório, que usa dados do Banco Mundial, mostra que os 10% mais pobres da população brasileira têm acesso a apenas 1% da riqueza do país. Ao mesmo tempo, os 10% mais ricos têm 46,7% da renda. O país com melhor distribuição de renda é a Eslováquia. Para chegar a esses dados, o Banco Mundial usa um cálculo matemático, que resulta no índice de Gini. Para esse cálculo, o órgão utiliza dados de anos diferentes, dependendo do país.
Por meio dele é possível calcular a distribuição de renda dos países, usando os dados de renda da fatia mais pobre e da mais rica da população. Nesse índice, o número zero representaria um país onde todos tivessem exatamente a mesma renda e cem aquele onde toda a renda estivesse com apenas uma pessoa.
O índice de Gini do Brasil é de 59,1 (dados de 1997), enquanto o do pior país, a Suazilândia, é de 60,9 (informações de 1994). O da Eslováquia é 19,5 (dados de 1992).
Os anos de coleta de dados são diferentes porque dependem das últimas informações feitas no país. Mesmo assim, segundo o Pnud, é possível fazer uma análise porque há países bastante estáveis em relação à renda.
Em outros casos, no entanto, o tempo pode fazer diferença, como no caso da Eslováquia. Em 1992, quando foram feitas as últimas coletas, o país havia deixado de ser comunista há apenas três anos.
O Brasil já esteve pior. No relatório do Banco Mundial de 1996 -que
usava dados entre 1983 e 1994- o índice de Gini brasileiro era de 63,4. No entanto, na avaliação da ONU, não avançou tanto quanto deveria. "A desigualdade não melhorou tanto quanto outros índices", afirmou José Carlos Libânio, representante do Pnud no Brasil. "Ainda é uma tarefa inconclusa para o país".
O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), Roberto Martins, explica que o Brasil reduziu a pobreza desde o início da década com o crescimento, mas sem distribuir a renda. "Quando a economia vai bem, aumenta a riqueza. Os mais pobres ficam menos pobres, mas os mais ricos ficam mais ricos também." Martins defende a focalização de algumas políticas sociais como única forma de melhorar a distribuição de renda. São programas que possam dar aos mais pobres o que chama de ativos de produção: educação, terra e microcrédito para produzir.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice