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12/07/2001 - 03h29

PMDB quer manter seus 55 cargos até 2002

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LUCIO VAZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A tese da candidatura própria ao Planalto é majoritária no PMDB, mas a sigla quer esperar até meados de 2002 para devolver os 55 cargos que tem no governo. A proposta de devolução será discutida pelas bancadas do PMDB no Congresso após o recesso.

A candidatura própria empolga até quem tem cargos. Mas o nome do governador mineiro Itamar Franco não chega a ser unânime.

A maioria prefere aprovar a tese da candidatura própria na convenção de setembro, mas sem definir um nome. Ajudaria a manter os cargos por mais tempo.

Para o deputado Mauro Lopes (MG), mesmo com nome próprio, o PMDB deve ficar no governo. "É hora de o PMDB dar sua contribuição." Mesma tese de João Henrique (PI): "Se o presidente entender que, por ter candidato próprio, o PMDB deve deixar o governo, tudo bem. Mas será ruim para o governo perder os 80 ou 90 votos do partido".

A entrega dos cargos, para Pedro Chaves (GO), "fica sendo uma questão do presidente". "Se o presidente entender que devemos deixar os cargos, deixamos. Se ele entender que o PMDB pode participar da base, no que se refere à governabilidade, ficaremos".

Norberto Teixeira (GO) tem outra visão: "Ficamos seis anos no governo. Agora que o governo está em baixa vamos abandonar?". Ele diz não ter interesse nos cargos estaduais, mas avisa: "Quero é recursos para os meus municípios, para o Estado".

O senador Nabor Junior (AC) não acha necessária a saída dos ministros: "Nosso candidato pode atrair o apoio de outros partidos da base. Não há necessidade de afastar nossos ministros".

Para Armando Monteiro (PE), se optar pela candidatura própria, o PMDB deve entregar os cargos. "Não seria ético não entregar os cargos. Mas precisamos ter compromisso com a governabilidade. Se estivemos na base até hoje, não podemos agora ser oposição".

Edison Andrino (SC) é objetivo: "O PMDB já deveria ter saído há muito tempo". Eunício Oliveira (CE) disse que, com candidatura própria, "o processo natural será se afastar dos cargos federais".

No que se refere a Itamar, as divergências são mais ricas. "Chegou o momento de desfazer a aliança com o PSDB. Eles são de cozinhar o galo, ficar em cima do muro", diz a deputada Nair Lobo (GO), que defende Itamar: "É o melhor que temos".

Mauro Lopes (MG) quer Itamar candidato. "O PMDB sempre teve candidato nessas horas. E o Itamar já comprovou ter capacidade. É um homem honrado".

Mas Armando Monteiro, deputado e presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco, não se identifica com Itamar, apesar de ser a favor da candidatura própria: "Acho que ele tem idéias e uma postura que não são adequadas nem contemporâneas. Representam o retrocesso".

O deputado Pedro Chaves diz que o PMDB deve ter candidato "até pela sua sobrevivência".

Nabor vê "uma tendência em todos os diretórios regionais" pela candidatura. Mas acrescenta: "A maioria também acha que não devemos nos fixar em nomes".

Simon
O presidente do PMDB gaúcho, Cezar Schirmer, lançou o senador Pedro Simon (RS) à presidência do partido, em represália ao lançamento de Itamar ao cargo.

Segundo Schirmer, Itamar traiu negociações com ele e com o presidente do partido, Maguito Vilela, que se reuniriam em agosto para articular uma chapa.
 

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