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14/07/2001 - 13h26

PT expõe divergência em eleição no interior de São Paulo

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EVANDRO SPINELLI
da Folha Ribeirão

As eleições diretas para a escolha dos novos dirigentes municipais do PT devem expor as divisões internas do partido que administra 15 cidades na região de Ribeirão Preto, no interior paulista.

As lideranças petistas debaterão neste final de semana a possibilidade de alianças para a formação das chapas, mas pelo menos em Ribeirão e São Carlos já é certo que a força de cada grupo será medida no voto. A inscrição de chapas para a eleição dos novos diretórios municipais se encerra na quarta.

As eleições estão previstas para setembro. Junto com os dirigentes municipais, os militantes vão votar também nos diretórios estadual e nacional e nas teses apresentadas pelas correntes.

O PT admite a existência de grupos e facções internas, que são registradas no diretório nacional. Os militantes se distribuem -não obrigatoriamente- por essas facções de acordo com as propostas que defendem.

Há os grupos considerados de "direita", como a Articulação, da qual fazem parte Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional, José Dirceu, e o deputado federal e economista Aloizio Mercadante. Esses grupos já não defendem o socialismo e são responsáveis, por exemplo, por "esconder" o vermelho nas campanhas petistas, como aconteceu em Ribeirão Preto no ano passado.

Por outro lado, os esquerdistas que defendem o socialismo, criticam a postura da Articulação e combatem o que eles chamam de falta de democracia interna.

Em Ribeirão Preto, a divisão está mais clara. Após seis meses de uma espécie de lua-de-mel com a administração, dois vereadores petistas -Beto Cangussú e José Carlos Sobral- se rebelaram contra um projeto do prefeito Antônio Palocci Filho que permitia a contratação de organizações sociais -entidades privadas sem fins lucrativos- para substituir setores da prefeitura.

O projeto foi considerado pelo PT uma "privatização branca" e recebeu críticas inclusive da direção nacional do partido.

Palocci faz parte do grupo majoritário dentro do partido, a Articulação, considerado de "direita". É membro do diretório nacional e já presidiu o PT no Estado. A Articulação terá uma chapa ao diretório que conta com o apoio de quatro vereadores.

Cangussú não é ligado organicamente a nenhuma tendência, mas se identifica com a chamada "esquerda" petista. Oriundo dos movimentos pastorais da Igreja Católica, o vereador formou um grupo de militantes em Ribeirão que deve liderar uma chapa ao diretório municipal.

Sobral também não é ligado a tendências e forma um grupo que, ideologicamente, se identifica com ele mesmo. Advogado e juiz aposentado, Sobral já foi vereador em Taquaritinga, sua cidade natal, pela Arena (partido que defendia o regime militar) na década de 80.
Os grupos de Sobral e Cangussú podem se unir na eleição do PT em Ribeirão. Da chapa pode fazer parte também o grupo do sindicalista Rogério Ubine, considerado de "esquerda" no PT.

Ubine foi candidato a vereador nas eleições do ano passado e, na convenção que escolheu Palocci como candidato a prefeito, o sindicalista lançou seu nome para ser vice-prefeito, obrigando o partido a fazer uma eleição prévia. Como previsto, o grupo majoritário venceu e o empresário Gilberto Maggioni (PMN) foi escolhido para ser vice.

Em São Carlos, a vereadora Julieta Lui, que já foi ligada à tendência O Trabalho, considerada a mais radical dentro do PT (é contra, por exemplo, o Orçamento participativo) já decidiu que vai lançar uma chapa ao diretório municipal. Os demais parlamentares e a maioria do secretariado da prefeitura vão compor a chapa do grupo majoritário, que inclui o prefeito Newton Lima.

Em Franca e Araraquara, a situação mais provável é que os grupos cheguem a um consenso e lancem chapa única.
 

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