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14/07/2001
-
14h24
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Relatório de fiscalização do Banco Central (BC) acusa o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), de lesar os cofres do Banpará, o banco estadual, durante o período em que ele foi pela primeira vez governador do Estado, entre 1983 e 1986.
O texto, publicado pela revista "Veja" neste final de semana, aponta a extensão do envolvimento de Jader, familiares e empresas no mais grave caso de desvio de dinheiro público dos cofres do Banpará em toda a sua história.
Com data de 11 de outubro de 1991, o relatório dos inspetores Célio Sena e Gustavo Garcez, do Rio de Janeiro, é uma checagem da investigação feita pelo inspetor Abrahão Patruni Júnior.
Sua conclusão, conforme antecipou a Folha na última sexta-feira, reforça a de Patruni: Jader Barbalho, de fato, beneficiou-se dos desvios do Banpará.
"Foram investigadas operações com títulos de renda fixa ao portador que acarretaram lesão ao patrimônio do Banco do Estado do Pará S/A e, em contrapartida, elevados e ilícitos lucros para pessoas físicas e jurídicas ligadas ao então (e atual) governador do Estado, sr. Jader Fontenelle Barbalho, bem como para o próprio governador, através da utilização indevida de recursos e manipulação de procedimentos operacionais e contábeis, caracterizando fraude contábil, de acordo com os relatórios em questão", diz o texto, referindo-se aos documentos elaborados por Patruni.
Com base nessa análise, a dupla de inspetores concluiu: "importante, a nosso ver, o fato de que se apurou o necessário para confirmar os ilícitos e identificar as pessoas e/ou firmas neles envolvidas."
Na semana passada, o inspetor Célio Sena disse à Folha que resumiu os relatórios de Patruni após dois meses de análise. "Fiz uma consolidação. Não mexi em nada. O trabalho tinha muita consistência", afirmou Sena.
A reportagem da revista "Veja" sustenta que apenas R$ 2,5 milhões saíram dos cofres do Banpará no esquema investigado pelo BC.
Mas os inspetores que atuaram no caso informam que os valores atualizados à época da apuração, no início dos anos 90, somavam US$ 10 milhões.
Os valores atualizados pelo semanário dão conta de que além dos R$ 2,5 milhões do Banpará, foram usados nas aplicações em títulos de renda fixa outros R$ 8,4 milhões depositados por outras fontes.
Entre elas estão as corretoras Ética e Mafra, que complementaram aplicações nesses papéis, cujos rendimentos posteriormente foram resgatados por Jader Barbalho.
O Ministério Público Federal trabalha com a hipótese de pagamento de propina ao presidente do Senado. Durante os anos 80, a Ética negociava pesadamente no mercado de TDAs e a Mafra tinha a conta de investimentos financeiros do governo do Pará.
As duas corretoras já não operam mais no mercado financeiro. Ambas foram afastadas pelo BC. A Mafra foi encerrada em 24 de outubro de 2000 e a Ética, em 4 de outubro de 1988.
Procurado pela Folha para comentar o novo relatório do BC, o senador Jader Barbalho informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que divulgaria uma nota a respeito _o que não ocorreu até o fechamento desta edição.
Relatório do BC acusa Jader de lesar Banpará
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Relatório de fiscalização do Banco Central (BC) acusa o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), de lesar os cofres do Banpará, o banco estadual, durante o período em que ele foi pela primeira vez governador do Estado, entre 1983 e 1986.
O texto, publicado pela revista "Veja" neste final de semana, aponta a extensão do envolvimento de Jader, familiares e empresas no mais grave caso de desvio de dinheiro público dos cofres do Banpará em toda a sua história.
Com data de 11 de outubro de 1991, o relatório dos inspetores Célio Sena e Gustavo Garcez, do Rio de Janeiro, é uma checagem da investigação feita pelo inspetor Abrahão Patruni Júnior.
Sua conclusão, conforme antecipou a Folha na última sexta-feira, reforça a de Patruni: Jader Barbalho, de fato, beneficiou-se dos desvios do Banpará.
"Foram investigadas operações com títulos de renda fixa ao portador que acarretaram lesão ao patrimônio do Banco do Estado do Pará S/A e, em contrapartida, elevados e ilícitos lucros para pessoas físicas e jurídicas ligadas ao então (e atual) governador do Estado, sr. Jader Fontenelle Barbalho, bem como para o próprio governador, através da utilização indevida de recursos e manipulação de procedimentos operacionais e contábeis, caracterizando fraude contábil, de acordo com os relatórios em questão", diz o texto, referindo-se aos documentos elaborados por Patruni.
Com base nessa análise, a dupla de inspetores concluiu: "importante, a nosso ver, o fato de que se apurou o necessário para confirmar os ilícitos e identificar as pessoas e/ou firmas neles envolvidas."
Na semana passada, o inspetor Célio Sena disse à Folha que resumiu os relatórios de Patruni após dois meses de análise. "Fiz uma consolidação. Não mexi em nada. O trabalho tinha muita consistência", afirmou Sena.
A reportagem da revista "Veja" sustenta que apenas R$ 2,5 milhões saíram dos cofres do Banpará no esquema investigado pelo BC.
Mas os inspetores que atuaram no caso informam que os valores atualizados à época da apuração, no início dos anos 90, somavam US$ 10 milhões.
Os valores atualizados pelo semanário dão conta de que além dos R$ 2,5 milhões do Banpará, foram usados nas aplicações em títulos de renda fixa outros R$ 8,4 milhões depositados por outras fontes.
Entre elas estão as corretoras Ética e Mafra, que complementaram aplicações nesses papéis, cujos rendimentos posteriormente foram resgatados por Jader Barbalho.
O Ministério Público Federal trabalha com a hipótese de pagamento de propina ao presidente do Senado. Durante os anos 80, a Ética negociava pesadamente no mercado de TDAs e a Mafra tinha a conta de investimentos financeiros do governo do Pará.
As duas corretoras já não operam mais no mercado financeiro. Ambas foram afastadas pelo BC. A Mafra foi encerrada em 24 de outubro de 2000 e a Ética, em 4 de outubro de 1988.
Procurado pela Folha para comentar o novo relatório do BC, o senador Jader Barbalho informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que divulgaria uma nota a respeito _o que não ocorreu até o fechamento desta edição.
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