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18/07/2001
-
03h22
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), sempre tratou com cuidado o tema Banpará em seus discursos no plenário da Casa. Nas três vezes em que abordou o assunto no primeiro semestre deste ano, Jader teceu sua defesa com base em um documento do Banco Central (BC) que o excluiria da auditoria feita na instituição estadual.
Trata-se de um parecer de 1992, assinado pelo então procurador-geral do BC, José Coelho Ferreira, e pelo presidente da instituição à época, Francisco Gros.
O texto afirma que não foram "encontradas provas suficientes, robustas e convincentes no sentido de, juridicamente, indiciar o sr. Jader Fontenelle Barbalho". Mas não fala em exclusão.
O relatório citado por Jader diz que as investigações do BC comprovaram a "materialidade dos ilícitos", sem chegar a seus autores. Para isso, o BC recomendou que o Ministério Público promovesse novas investigações para "levantar, com mais firmeza e convicção, o nome das demais pessoas que concorreram para o desvio das vultosas quantias".
Em plenário, no dia 2 de maio, Jader disse ter sido vítima de acusações durante nove anos por "desconhecer" o parecer final do BC, que declararia, "de forma enfática e nominal, a minha [de Jader] exclusão da tal auditagem".
Imunidade
Na ocasião, o senador apresentou um projeto para que sua imunidade parlamentar fosse suspensa, tornando possível processá-lo em caso de ação judicial. A proposta foi negada pela Comissão de Constituição e Justiça, mas ainda cabe recurso ao plenário do Senado em agosto.
Anteriormente, em 21 de março, o peemedebista mencionou em discurso as acusações que vinha sofrendo devido às investigações sobre o desvio de recursos do Banpará, referindo-se ao caso como um "episódio" sobre o qual "não teve oportunidade de uma vez sequer ser instado".
Na última vez em que abordou o assunto em plenário, em 11 de junho, Jader foi mais enfático na tentativa de desqualificar as reportagens que o apontavam como beneficiário de recursos desviados. Disse que as investigações foram arquivadas pelo BC, pelo Ministério Público do Pará e pelo Ministério Público Federal. E atacou as acusações de que teria se beneficiado de recursos do banco atribuídas ao relatório do BC: "Agora, há um relatório fantasma. Tenho de responder também a acusações de fantasmas".
E completou: "Tenho de responder a um processo que se desenrola aqui e ali, nos jornais, e a relatórios fantasmas, a declarações fantasmas". O presidente do Senado chegou a lançar um desafio: "Se todo dia é publicado que o dinheiro foi parar nas minhas contas, basta pegar o extrato do banco e comprovar que o cheque foi direcionado para tal lugar e mover a ação de ressarcimento".
Em nota disponibilizada em seu site na internet, Jader afirma que "jamais teve acesso ou tomou conhecimento da existência de qualquer relatório do Banco Central". Desde junho, o peemedebista não tocou mais no assunto.
Peemedebista é cuidadoso em discursos
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), sempre tratou com cuidado o tema Banpará em seus discursos no plenário da Casa. Nas três vezes em que abordou o assunto no primeiro semestre deste ano, Jader teceu sua defesa com base em um documento do Banco Central (BC) que o excluiria da auditoria feita na instituição estadual.
Trata-se de um parecer de 1992, assinado pelo então procurador-geral do BC, José Coelho Ferreira, e pelo presidente da instituição à época, Francisco Gros.
O texto afirma que não foram "encontradas provas suficientes, robustas e convincentes no sentido de, juridicamente, indiciar o sr. Jader Fontenelle Barbalho". Mas não fala em exclusão.
O relatório citado por Jader diz que as investigações do BC comprovaram a "materialidade dos ilícitos", sem chegar a seus autores. Para isso, o BC recomendou que o Ministério Público promovesse novas investigações para "levantar, com mais firmeza e convicção, o nome das demais pessoas que concorreram para o desvio das vultosas quantias".
Em plenário, no dia 2 de maio, Jader disse ter sido vítima de acusações durante nove anos por "desconhecer" o parecer final do BC, que declararia, "de forma enfática e nominal, a minha [de Jader] exclusão da tal auditagem".
Imunidade
Na ocasião, o senador apresentou um projeto para que sua imunidade parlamentar fosse suspensa, tornando possível processá-lo em caso de ação judicial. A proposta foi negada pela Comissão de Constituição e Justiça, mas ainda cabe recurso ao plenário do Senado em agosto.
Anteriormente, em 21 de março, o peemedebista mencionou em discurso as acusações que vinha sofrendo devido às investigações sobre o desvio de recursos do Banpará, referindo-se ao caso como um "episódio" sobre o qual "não teve oportunidade de uma vez sequer ser instado".
Na última vez em que abordou o assunto em plenário, em 11 de junho, Jader foi mais enfático na tentativa de desqualificar as reportagens que o apontavam como beneficiário de recursos desviados. Disse que as investigações foram arquivadas pelo BC, pelo Ministério Público do Pará e pelo Ministério Público Federal. E atacou as acusações de que teria se beneficiado de recursos do banco atribuídas ao relatório do BC: "Agora, há um relatório fantasma. Tenho de responder também a acusações de fantasmas".
E completou: "Tenho de responder a um processo que se desenrola aqui e ali, nos jornais, e a relatórios fantasmas, a declarações fantasmas". O presidente do Senado chegou a lançar um desafio: "Se todo dia é publicado que o dinheiro foi parar nas minhas contas, basta pegar o extrato do banco e comprovar que o cheque foi direcionado para tal lugar e mover a ação de ressarcimento".
Em nota disponibilizada em seu site na internet, Jader afirma que "jamais teve acesso ou tomou conhecimento da existência de qualquer relatório do Banco Central". Desde junho, o peemedebista não tocou mais no assunto.
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