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20/07/2001 - 20h38

MP do Espírito Santo apura depósitos na Assembléia Legislativa

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da Agência Folha

O grupo de repressão ao crime organizado do Ministério Público do Espírito Santo está investigando o depósito de R$ 15 mil mensais, totalizando R$ 300 mil, na conta do Instituto de Previdência da Assembléia Legislativa, feito pelo lobista Edgar dos Anjos. O dinheiro foi repassado entre setembro de 1997 e maio de 1999.

O lobista também doou R$ 800 mil para a campanha do governador José Ignácio Ferreira (PSDB), que enfrenta uma CPI na Assembléia Legislativa devido a denúncias de corrupção.

Os promotores investigam se o dinheiro movimentado por Anjos teria vindo de obras superfaturadas. O esquema supostamente envolveria empreiteiros, deputados estaduais e lobistas.

Anjos afirmou que os R$ 300 mil correspondem ao pagamento de 11 salas leiloadas pelo Instituto de Previdência da Assembléia e pagos em 20 prestações.

O presidente da Assembléia, José Carlos Gratz, por meio de sua assessoria, também disse que o dinheiro corresponde ao pagamento de imóveis.

De acordo com o lobista, o dinheiro repassado ao governador foi um empréstimo, e não uma doação. "Ele me pagou esse dinheiro, por isso não consta da declaração do caixa de campanha entregue ao Tribunal Regional Eleitoral", disse Anjos. A assessoria do governador não comentou o caso.

O presidente da CPI da Propina, Gilson Lopes (PFL), disse que um relatório sobre os depósitos feitos pelo lobista, enviado pelo Ministério Público, consta do volume oito dos livros da comissão, mas que os deputados ainda não tinham apurado o assunto. "Eu também não sei maiores detalhes porque não era deputado nessa época".

Segundo o promotor Fábio Ribeiro, o caso consta do inquérito 002/99 que está instruindo uma ação civil pública por improbidade administrativa na comarca de Aracruz.

Sonegação fiscal

O Ministério Público Federal no Espírito Santo encaminhou para o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, ontem, documentação de dez imóveis e um terreno do governador e da primeira-dama, Maria Helena Ferreira, em Vila Velha.

Os procuradores investigam se esse patrimônio foi declarado no Imposto de Renda. Em caso negativo, José Ignácio pode ser processado por sonegação fiscal.

Prestações dos apartamentos e parcelas do IPTU do terreno foram pagas por Raimundo Benedito de Souza Filho, que trabalhou na campanha do governador.

Os cheques estão em uma lista com a movimentação das contas de Souza Filho na Coopetfes (Cooperativa de Crédito dos Servidores da Escola Técnica), entregue pelo vice-governador Celso Vasconcelos (PSDB) ao Ministério Público.

A cooperativa está no centro das investigações de supostos desvios de dinheiro público do governo do Estado. Os deputados suspeitam da utilização desses recursos para o pagamento de dívidas de campanha de José Ignácio. Ele e a primeira-dama negam.
 

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