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23/07/2001 - 07h57

Entidade recebeu R$ 1,5 milhão do Projeto Alvorada

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da Agência Folha

Dos 2,2 milhões do Projeto Alvorada investidos no Rio Grande do Norte, R$ 1,5 milhão foi depositado na conta da ACT, entidade idealizada pela gerente de projetos do Ministério da Integração Nacional, Eleonora Barreto.

De acordo com a segunda-secretária da ACT, Edna Azevedo, Eleonora não foi apenas a "idealizadora, como já fez muitos trabalhos para a entidade".

Eleonora foi coordenadora de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Norte na gestão de três secretários de Trabalho e Ação Social: deputado federal Iberê Ferreira de Souza (PTB-RN), patrono da ACT; Luiz Alberto Ferreira de Souza, primo de Iberê e presidente da Associação (conforme documento assinado no dia 30 de maio); e Lauro Bezerra, irmão do senador Fernando Bezerra (PTB-RN).

De chefe de Eleonora na Secretaria de Ação Social, Luiz Fernando passou a subordinado. Hoje, ele é gerente de Estratégia do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no Nordeste e trabalha na secretaria que substitui a Sudene. O Pnud é um dos programas coordenados por Eleonora na Secretaria Especial do ministério, órgão que assumiu as funções da Sudene até a criação da Adene (Agência do Desenvolvimento do Nordeste).

A ACT tem 15 anos e seis funcionários, segundo a pessoa que se apresenta como presidente da associação, Orlando Barreto. Além da sede, em Santa Cruz, a entidade possui três unidades onde estão sendo dados treinamentos de confecção de roupas a cerca de 800 moradores do município. Na parede de cada uma das unidades da ACT encontra-se uma foto do deputado Iberê Ferreira.

Há outras associações que receberam verbas da Sudene. A Associação Comunitária de Umbuzeiro, em Santa Cruz, não tem sede e telefone próprios.

"Funciona, temporariamente, na creche Dona Nanita", afirma sua presidente, Maria Odete Dantas. A creche também não tem sede própria: funciona, temporariamente, em um prédio da Prefeitura de Santa Cruz. No local existe um posto de resfriamento de leite do Estado.

Mesmo sem sede e telefone próprios, a ACU recebeu da Sudene R$ 73,8 mil - recursos do Projeto Alvorada- para que a entidade "implante um programa de desenvolvimento comunitário em municípios com baixo IDH em microrregiões do Nordeste". Odete Dantas diz que não usa de influência política: "Tenho intimidade para procurar Eleonora".

A cerca de 400 quilômetros de Santa Cruz, em Pau dos Ferros, funciona a Associação Beneficente Joana Mirim, entidade que recebeu da Sudene R$ 20 mil para promover um treinamento para vereadores eleitos em 2000.

O dinheiro vem do Programa de Capacitação de Recursos Humanos para o Planejamento e Gestão da Região. No parecer da Procuradoria da extinta Sudene, os técnicos questionaram se o convênio atendia ao objetivo do programa.

A tesoureira da associação, vereadora licenciada e secretária de Ação Social do município, Maria do Socorro Pontes Feitosa (PPB), contou que com o dinheiro foram capacitados 63 vereadores em um seminário sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, que durou dois dias. "Gastamos os R$ 20 mil nos dois dias", afirmou Socorro.
 

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