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24/07/2001 - 03h55

Sarney diz que não quer presidir o Senado

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RONALD FREITAS
da Folha de S.Paulo, em São Luís

O senador José Sarney (PMDB-AP) volta ao plenário no próximo dia 1º de agosto, quando termina a licença médica que tirou há três meses, mas descarta reassumir a presidência da Casa. "Não tenho a sedução do poder", diz o ex-presidente da República.

Ele nem mesmo reivindica para o PMDB o direito de indicar o novo presidente. "Está na hora de pensar mais na instituição e menos nos partidos, que devem ser secundários neste momento", afirma. Por tradição, o partido que tem maioria na Câmara ou no Senado elege o presidente.

Sarney nega envolvimento nas articulações para a sucessão de Jader Barbalho (PMDB-PA), licenciado da presidência da Casa desde sexta-feira para se defender das acusações de corrupção. "Não tenho acompanhado de perto", diz.

Sarney fala e tem agido como desinteressado. Além de trabalhar nos livros "Testamento para Roseana", de memórias, e "Brasil, Galope à Beira-mar", onde reúne idéias políticas, ele acompanha com atenção as filmagens de "O Dono do Mar", baseado em livro seu de 1995, no Maranhão.

Na semana passada, enquanto Jader decidia seu futuro, Sarney foi duas vezes ao set de filmagens, no povoado de Mojó, no município de Paço do Lumiar, a 32 km de São Luís.

Dedo no roteiro
Sarney vendeu os direitos de filmagem da obra por R$ 30 mil, em 1997. Na terça-feira, o senador elogiou a fidelidade do roteiro, mas recomendou ao diretor Odorico Mendes a realização de mais cenas com o mar do Maranhão.

No dia seguinte, voltou ao local para ver a gravação da morte do personagem Jerumenho e acabou por alterar toda a cena que desencadeia a história.

Sob as ordens de Mendes, o protagonista Antão Cristório (o ator Jackson Costa) carrega o filho morto a facadas no colo (o ator Sérgio Marone), como um bebê. Sarney sugeriu que o rapaz fosse carregado nas costas do pai, do jeito que os pescadores carregam os peixes. A cena foi refeita.

A história de "O Dono do Mar" tem toques de realismo fantástico. O protagonista é um pescador casado com Canturina. Os dois são pais de Jerumenho. Germana, irmã de Canturina, mora com a irmã e o cunhado, de quem é amante. Com a morte de Jerumenho, Cristório passa a rever sua vida, relembrando personagens de histórias de pescador.

Além de Mojó, cenário do livro, as praias de Boa Viagem e Jararaí, no município de São José de Ribamar, e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses servirão de locação. As gravações, iniciadas no dia 3, devem terminar em agosto. A estréia está prevista para 2002. Amanhã, as filmagens serão retomadas na praia de Boa Viagem. Sarney vai estar presente.

Famoso pelos jaquetões que vestia durante os cinco anos em que ocupou a Presidência da República, Sarney tem assistido às filmagens informalmente. "Para nossa surpresa, vestia uma camisa com as mangas arregaçadas", disse um dos produtores.

O governo do Maranhão, segundo os produtores, não está entre os patrocinadores do filme, orçado em R$ 5,8 milhões. A governadora Roseana Sarney é filha do senador. Em quatro anos, foram captados R$ 3 milhões.
 

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