Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/07/2001 - 03h26

Salário mixo justifica greve da PM, diz Lula

Publicidade

LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Santa Maria

O presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva acusou ontem, em Santa Maria (RS), o governo da Bahia de ter provocado a violência, saques e arrastões durante a greve da Polícia Militar para enfraquecer o movimento. E defendeu o direito de policiais fazerem paralisações.

"Acho que, no caso da Bahia, o próprio governo articulou os chamados arrastões para criar pânico na sociedade. O que o governo tentou vender? A impressão que passava era a de que, se não houvesse policial na rua, todo baiano era bandido. Não é verdade. Os arrastões na Bahia me lembraram os que ocorreram no Rio em 92, quando a Benedita [da Silva, petista e atual vice-governadora do Rio] foi para o segundo turno [nas eleições para a prefeitura]. Você percebeu que, na época, terminaram as eleições e, com isso, acabaram os arrastões?"

"A PM pode fazer greve. Minha tese é que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial. Se considero a atividade essencial, mas pago salário mixo, esse cidadão tem direito a fazer greve. Na Suécia, até o Exército pode fazer greve fora da época de guerra", disse.

As declarações foram feitas durante a Caravana da Agricultura Familiar, que Lula realiza no Sul. Durante todo o dia, Lula falou sobre a prioridade que dará, caso seja eleito presidente, para a agricultura familiar. Usou, como exemplo do quanto isso poderia ser positivo para o país, o casal de agricultores com quem tomou café da manhã, Moacir Aozani, 53, e Inês Aozani, 47.

Eles vivem com renda de R$ 260 vendendo seus produtos para uma feira no centro de Santa Maria, cidade administrada pelo PT. Trocaram o cultivo do fumo pelo de vegetais.

FMI
O petista criticou o acordo que está sendo discutido pelo governo federal com o FMI e o acusou de estar ""engessando" a administração do futuro presidente.

"Acho que o governo está fazendo de tudo para engessar o novo governo. Todo o discurso, o desmonte do Estado, é feito porque, na cabeça doentia da equipe econômica e na subordinação ao capital externo, querem que qualquer governo continue desenvolvendo suas políticas. Só temos interesse em ganhar as eleições para não fazermos as políticas que eles estão fazendo", afirmou Lula.

O governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), foi à tarde ao encontro da caravana.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página