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04/08/2001 - 03h33

Peemedebista desafia Brindeiro a processá-lo

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RAYMUNDO COSTA
da Folha de S.Paulo

O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), desafiou ontem o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, a processá-lo por ter se beneficiado de recursos desviados do Banpará (Banco do Estado do Pará).

"Desafio essa gente [Brindeiro e os procuradores" a ingressar em juízo sem perda de tempo. Se há provas, que ponham no papel. Mas isso eles não fazem, preferem o processo da imprensa, porque este é interminável", disse.

Jader anunciou que na segunda-feira entregará ao Senado os extratos de cinco anos de suas contas nos bancos Itaú e Citibank (período 1984-1988): "Qualquer criança que os examine verificará que não caiu um centavo do Banpará em minhas contas".

Jader ainda não sabe se discursará no plenário ou se apenas encaminhará os documentos. Os extratos só referem-se a suas contas no Itaú e Citibank. Ele não apresentará extratos de contas de familiares ou das empresas: "Vou apresentar minhas contas. O restante, quem quiser pedir, peça".

Jader desconversa quando o assunto é sua eventual renúncia ao mandato, articulada por líderes do Senado, inclusive do PMDB: "Essa é uma decisão que passa por mim. É unilateral, pessoal".

Irônico, Jader diz "compreender o constrangimento" pelo qual Geraldo Brindeiro estaria passando para processá-lo: "É o velho patrulhamento de setores do Ministério Público em cima dele".

Segundo o presidente licenciado do Senado, Brindeiro recebeu em 17 de abril passado os 12 volumes da auditoria que o Banco Central fez no Banpará. Menos de um mês depois, em 12 de maio, escreveu o parecer no qual diz que eventuais crimes detectados estariam prescritos "sob qualquer aspecto que se examinasse".

"É estranho que ele agora tenha recebido coisas novas", disse. Jader também considerou "estranha" a notícia, dada por Brindeiro, segundo a qual o Banco Central teria apresentado novas provas. Mas disse que vai esperar a resposta à interpelação que fez ao BC na Justiça para se manifestar.

"Esse processo foi encerrado em outubro de 1992. Na época, não havia provas contra mim. Agora, dizem que há. Pode ser que isso tudo volte em 2010, quando se dirá novamente que não há. Passa a ser um perigo acreditar no que o BC escreve".

Jader considerou "natural" ser objeto da investigação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. Assegura que está "pronto para ser ouvido" e que foi para preparar sua defesa que tirou a licença de 60 dias. Pretende cumpri-la "até o último dia".

Jader também atacou a imprensa ("eu só sou processado pelos jornais") e disse que irá se candidatar novamente ao Senado nas eleições de 2002. "O povo do Pará, no entanto, percebeu que eu estou sendo vítima nessa história".
 

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