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07/08/2001 - 03h17

Editora Três é acusada de desvio

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KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O deputado estadual Mário Frota (PDT-AM), acusado de intermediar cobrança de propina em nome do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), ingressa hoje com representação no Ministério Público Federal contra empresa Editora Três da Amazônia S/A, que edita a revista "IstoÉ".

Frota afirma que a empresa desviou R$ 2,9 milhões da antiga Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). A editora nega o desvio, apontado em relatório feito por fiscais da extinta autarquia no ano passado.

O deputado decidiu formalizar a denúncia contra a empresa devido à reportagem da "IstoÉ", em que Nivaldo Marinho, ex-assessor de Frota, apresenta uma fita com um telefonema gravado no qual o deputado exigiria, em nome de Jader, US$ 5 milhões para autorizar financiamento do empresário David Benayon em 1998.

Ontem, em depoimento à Polícia Federal, o deputado disse que a fita é uma fraude porque o assessor imitou sua voz. Na semana passada, Marinho confirmou o que disse à revista na PF.

Com cópias de três relatórios da Sudam, Frota diz, na representação, que a Editora Três teve aprovado, em maio de 1995, um projeto na ordem de R$ 24.539.718,91 para fabricar fitas de áudio e vídeo, em Manaus. No negócio, a Sudam financiaria R$ 12.270.000.

De 95 a 97, o Finam (Fundo Investimento da Amazônia) liberou à Editora Três R$ 3.461.000, mas a empresa emprestou R$ 2.978.329,06 aos seus acionistas: Grupo de Comunicação Três Ltda., Texaco do Brasil S/A Produção de Petróleo e Sérgio Cremaschi Sampaio.

"A Editora Três não fabricou uma fita em Manaus. Eles não aplicaram o dinheiro da Sudam em nada e não se sabe onde está a fábrica. Mas a bolada de dinheiro eles receberam. Foram para os sócios", afirmou Frota.

A secretaria especial que substituiu a Sudam não comentou o caso ontem.
No relatório, realizado em janeiro de 2000, os fiscais da Sudam Mário Jorge Vasconcelos Conceição e Charles Michel Salame apontam distorções no projeto da Editora Três, o que levou a superintendência a enquadrar o projeto como irregular.

Segundo os fiscais, a empresa nunca produziu fitas de áudio e de vídeo ou fabricou produtos gráficos -os objetivos iniciais do projeto. Na última fiscalização, realizada em junho de 2000, os fiscais apontam outra irregularidade: a empresa, antes de concluir as obras de terraplanagem de um terreno onde seria a sede da empresa, adiantou R$ 330 mil à Ralc Construtora Ltda, ligada ao ex-senador Gilberto Miranda.
Na conclusão do relatório, a Sudam deu prazo de três meses para que a Editora Três integralizasse o dinheiro desviado.



 

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