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10/08/2001 - 02h38

"Exército tem sentimento democrático", diz Gregori

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da Folha de S. Paulo, em Brasília
da Folha de S. Paulo


O ministro da Justiça, José Gregori, fez ontem veemente defesa das Forças Armadas ao comentar documentos apreendidos em unidade do Exército em Marabá (PA) que autorizam "arranhar direitos dos cidadãos" e comparam movimentos sociais com o narcotráfico e o crime organizado.

Considerado o principal defensor dos direitos humanos no governo federal, Gregori disse que prefere "julgar as Forças Armadas por esse sentimento concreto democrático que elas têm mostrado e não por uma palavra ou outra profundamente infeliz encontrada numa apostila cuja autoria ainda não está esclarecida, num lugar ermo que a gente nem sabe identificar geograficamente". Marabá fica no sudeste do Pará.

Segundo Gregori, "do ponto de vista concreto, as Forças Armadas com as quais eu tenho convivido nos últimos sete anos são imbuídas profundamente do espírito democrático".

O ministro lembrou que, na condição de secretário nacional dos Direitos Humanos, no primeiro mandato de FHC, negociou com as Forças Armadas matérias delicadas, como a Lei dos Desaparecidos. "Eu vi o quanto elas são lúcidas e o quanto elas têm hoje arraigado o sentimento democrático", afirmou.

Gregori disse que, antes de dar uma opinião definitiva sobre os documentos apreendidos pelo Ministério Público e divulgados pela Folha no último dia 2, iria aguardar a conclusão de investigação aberta pelo Comando do Exército, determinada pelo ministro Geraldo Quintão (Defesa).

"Mas, de qualquer maneira, é preciso não confundir as coisas. O que importa para julgar hoje as Forças Armadas brasileiras é o comportamento impecável de apreço e respeito democrático que elas têm demonstrado."

As Forças Armadas também foram elogiadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em discurso em solenidade de assinatura de convênios com nove Estados na área de segurança pública.

FHC aproveitou para repetir que luta pela democracia. "Quando se fala de democracia, eu tenho muita tranquilidade. Eu fui a vida inteira um servidor dos valores democráticos", disse.

"Problema pontual"
O chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, classificou como "problema pontual" os documentos confidenciais do Exército achados pelo Ministério Público. Questionado se a revelação dos documentos preocupa o governo, Cardoso respondeu que "não é um tipo de preocupação de molde a abarcar toda a instituição Forças Armadas". "É um problema setorial, pontual e está sendo resolvido pelo comando das Forças Armadas", afirmou ontem.


 

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