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10/08/2001
-
02h39
ELIANE CANTANHÊDE
da Folha de S. Paulo, em Brasília
Com rala experiência política e neófito no Congresso, o pediatra Geraldo Althoff (PFL-SC), 54, pode se tornar figura-chave no processo político contra o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
Althoff, que antes de virar senador só foi vereador e segundo suplente de deputado, assume interinamente a presidência do Conselho de Ética do Senado na próxima segunda. O titular, Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), 73, fará um tratamento de quimioterapia em São Paulo durante 30 dias.
Jader só tem a perder. Sai Mestrinho, que é do mesmo partido e da mesma região e seu velho aliado. Entra Althoff, que é do Sul, do mesmo partido e do mesmo grupo do senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL.
Bornhausen liderou o movimento para tentar impedir a eleição de Jader à presidência do Senado em fevereiro. Patrocinou, na última hora, a candidatura de Arlindo Porto (PPB-MG). Porto perdeu, e Bornhausen alertou que Jader seria um poço de problemas. "Fiz minha parte", disse na época.
O que seria a grande fragilidade de Althoff tornou-se sua grande força: como só assumiu o Senado em 3 de novembro de 1998, com a morte de Vilson Kleinubing (PFL-SC), ele não tem sólidos laços políticos e muito menos de amizade. Nem com Jader, nem com os demais senadores.
Apesar de repetir diante de microfones que seguirá as normas regimentais e não fará prejulgamento, na intimidade do PFL o tom é outro: na sua opinião, não há um só cidadão que julgue Jader inocente. "O sentimento de moralidade que contagiou o Senado não é resultante de uma mudança no seu próprio interior. Vem de fora para dentro. O que mudou foi o cidadão", disse ontem.
Além de independência em relação a Jader, o senador tem outro alvo na sua interinidade na presidência do conselho: o senador José Eduardo Dutra (PT-SE).
Foi Althoff quem entrou com pedido de processo contra Dutra, alegando que ele havia sabido previamente da violação do painel de votação. "Foi conivente."
Mestrinho mandou o recurso contra o senador petista ontem para a Advocacia Geral do Senado. Althoff anunciou que, quando ele voltar ao conselho, será colocado em votação.
Segundo consta e ele próprio alardeia, Althoff não é alvo de nenhuma suspeita. Relator da CPI do Futebol, conta que o principal implicado, deputado Eurico Miranda, vasculhou toda sua vida sem encontrar nada. "Eu não tenho medo", disse ele ontem.
Substituição de Mestrinho piora situação de Jader
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da Folha de S. Paulo, em Brasília
Com rala experiência política e neófito no Congresso, o pediatra Geraldo Althoff (PFL-SC), 54, pode se tornar figura-chave no processo político contra o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
Althoff, que antes de virar senador só foi vereador e segundo suplente de deputado, assume interinamente a presidência do Conselho de Ética do Senado na próxima segunda. O titular, Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), 73, fará um tratamento de quimioterapia em São Paulo durante 30 dias.
Jader só tem a perder. Sai Mestrinho, que é do mesmo partido e da mesma região e seu velho aliado. Entra Althoff, que é do Sul, do mesmo partido e do mesmo grupo do senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL.
Bornhausen liderou o movimento para tentar impedir a eleição de Jader à presidência do Senado em fevereiro. Patrocinou, na última hora, a candidatura de Arlindo Porto (PPB-MG). Porto perdeu, e Bornhausen alertou que Jader seria um poço de problemas. "Fiz minha parte", disse na época.
O que seria a grande fragilidade de Althoff tornou-se sua grande força: como só assumiu o Senado em 3 de novembro de 1998, com a morte de Vilson Kleinubing (PFL-SC), ele não tem sólidos laços políticos e muito menos de amizade. Nem com Jader, nem com os demais senadores.
Apesar de repetir diante de microfones que seguirá as normas regimentais e não fará prejulgamento, na intimidade do PFL o tom é outro: na sua opinião, não há um só cidadão que julgue Jader inocente. "O sentimento de moralidade que contagiou o Senado não é resultante de uma mudança no seu próprio interior. Vem de fora para dentro. O que mudou foi o cidadão", disse ontem.
Além de independência em relação a Jader, o senador tem outro alvo na sua interinidade na presidência do conselho: o senador José Eduardo Dutra (PT-SE).
Foi Althoff quem entrou com pedido de processo contra Dutra, alegando que ele havia sabido previamente da violação do painel de votação. "Foi conivente."
Mestrinho mandou o recurso contra o senador petista ontem para a Advocacia Geral do Senado. Althoff anunciou que, quando ele voltar ao conselho, será colocado em votação.
Segundo consta e ele próprio alardeia, Althoff não é alvo de nenhuma suspeita. Relator da CPI do Futebol, conta que o principal implicado, deputado Eurico Miranda, vasculhou toda sua vida sem encontrar nada. "Eu não tenho medo", disse ele ontem.
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