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11/08/2001 - 03h06

Lula compara privatizações a "estupro"

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ESTELA CAPARELLI
da Folha de S. Paulo

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou ontem as privatizações realizadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso a um estupro.

"O processo de privatização brasileiro foi um estupro tão grave quanto o do maníaco do parque [Francisco de Assis Pereira, que cumpre pena por estupro, roubo e atentado violento ao pudor e é acusado de assassinato"", disse Lula, em tom irônico.

Segundo ele, o governo foi "totalmente incompetente" na administração do patrimônio público. Lula citou como exemplo o sistema Telebrás. "Cansei de ouvir o ministro Sérgio Motta dizer que a Telebrás valia US$ 46 bilhões. Depois inventaram um valor de US$ 13 bilhões. Acho muito difícil o patrimônio ter se desvalorizado ou o ministro ter sido tão mal informado."

O petista voltou a afirmar que, se eleito presidente, pretende fazer uma auditoria nos processos de privatização para "saber o que realmente aconteceu".

Lula também foi duro com as empresas que compraram companhias de energia do governo. "As empresas não fizeram investimentos e tem aumentado o preço da energia. Ganharam um patrimônio pronto, sem fazer nada."

O petista participou ontem à tarde de um encontro com dirigentes de sindicatos do setor bancário. A reunião aconteceu na sede do Sindicato dos Bancários, no centro de São Paulo. Estavam presentes dirigentes sindicais ligados a bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, e representantes dos trabalhadores nos fundos de pensão, como Previ (Banco do Brasil) e Economus (Nossa Caixa).

Lula também foi incisivo ao comentar a proposta de tornar o Banco Central independente. "O que eles estão fazendo é um golpe que nem os militares tiveram coragem de fazer", afirmou. Segundo o presidenciável petista, a proposta está sendo analisada porque "a elite corre um sério risco de perder as eleições".

Lula disse que é preciso analisar os acordos da dívida feitos pelo governo FHC antes de tomar qualquer decisão. "Temos que ter acesso a essa caixa preta que é a dívida brasileira para tomarmos medidas de acordo com a realidade que encontrarmos."

Radicalismo
O economista Winston Fritsch, presidente do Dresdner Bank no Brasil e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda quando FHC era ministro, afirmou ontem que "ninguém se elege com discurso radical contra os fundamentos da estabilidade". "Isso é suicida", disse ele, sem citar nomes ou partidos.


 

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