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13/08/2001
-
08h57
ANTÔNIO GOIS, no Rio
O economista peruano Hernando de Soto, 60, fez palestra ontem no Rio para o público que mais está acostumado a estudar: moradores de comunidades carentes que vivem em casas sem título de propriedade.
De Soto, diretor do Instituto da Liberdade e Democracia, em Lima, e assessor do presidente mexicano, Vicente Fox, fez um relato para os moradores da favela Quinta do Caju (zona norte) de sua tese sobre legalização da propriedade da população pobre. Segundo o economista, a falta de propriedade legalizada é um entrave para o desenvolvimento econômico.
"Quando cheguei ao Brasil, não bastou dizer quem eu era para entrar no país, eu precisei mostrar meu passaporte. Da mesma forma, quando uma pessoa vai ao banco pedir empréstimo, é preciso ter um comprovante de propriedade da casa como garantia de que poderá pagar mais tarde."
De Soto classificou de "capital morto" as propriedades não-registradas. Com base em estudos feitos no Peru, Haiti, México, Filipinas e Egito, ele faz uma estimativa de que, se todas as propriedades de países em desenvolvimento e ex-comunistas fossem legalizadas, seriam injetados US$ 9,3 trilhões no mundo.
Ele aponta a necessidade de regularização dessas propriedades também como uma solução para a inclusão social. "Hoje, os pobres só integram o mundo moderno quando têm titulação."
O economista diz que a situação do Brasil não é diferente da encontrada nos EUA há 150 anos ou no Japão há 50 anos. "Havia mais moradias sem registro nesses países nessas épocas do que há, atualmente, no Brasil."
A dona-de-casa Vanda Rosa Moreira, 49, era uma das cerca de 50 pessoas presentes ao encontro. Ela afirma ter se identificado com o relato de De Soto.
"Meu marido não conseguiu um empréstimo porque não tinha a escritura da casa onde a gente mora. Ele queria R$ 4.000 para consertar o carro."
A secretária de Habitação do município do Rio, Solange Amaral, estima que 1,1 milhão de pessoas vivam na cidade em casas sem registro de propriedade.
De Soto veio ao país lançar o livro "O Mistério do Capital".
Economista cobra propriedade em favela
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O economista peruano Hernando de Soto, 60, fez palestra ontem no Rio para o público que mais está acostumado a estudar: moradores de comunidades carentes que vivem em casas sem título de propriedade.
De Soto, diretor do Instituto da Liberdade e Democracia, em Lima, e assessor do presidente mexicano, Vicente Fox, fez um relato para os moradores da favela Quinta do Caju (zona norte) de sua tese sobre legalização da propriedade da população pobre. Segundo o economista, a falta de propriedade legalizada é um entrave para o desenvolvimento econômico.
"Quando cheguei ao Brasil, não bastou dizer quem eu era para entrar no país, eu precisei mostrar meu passaporte. Da mesma forma, quando uma pessoa vai ao banco pedir empréstimo, é preciso ter um comprovante de propriedade da casa como garantia de que poderá pagar mais tarde."
De Soto classificou de "capital morto" as propriedades não-registradas. Com base em estudos feitos no Peru, Haiti, México, Filipinas e Egito, ele faz uma estimativa de que, se todas as propriedades de países em desenvolvimento e ex-comunistas fossem legalizadas, seriam injetados US$ 9,3 trilhões no mundo.
Ele aponta a necessidade de regularização dessas propriedades também como uma solução para a inclusão social. "Hoje, os pobres só integram o mundo moderno quando têm titulação."
O economista diz que a situação do Brasil não é diferente da encontrada nos EUA há 150 anos ou no Japão há 50 anos. "Havia mais moradias sem registro nesses países nessas épocas do que há, atualmente, no Brasil."
A dona-de-casa Vanda Rosa Moreira, 49, era uma das cerca de 50 pessoas presentes ao encontro. Ela afirma ter se identificado com o relato de De Soto.
"Meu marido não conseguiu um empréstimo porque não tinha a escritura da casa onde a gente mora. Ele queria R$ 4.000 para consertar o carro."
A secretária de Habitação do município do Rio, Solange Amaral, estima que 1,1 milhão de pessoas vivam na cidade em casas sem registro de propriedade.
De Soto veio ao país lançar o livro "O Mistério do Capital".
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