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15/08/2001
-
16h33
CAMILO TOSCANO
da Folha Online
Há duas semanas afastado do Senado, o presidente licenciado da Casa, Jader Barbalho (PMDB-PA), retornou hoje ao Congresso para ocupar a tribuna e fazer um pronunciamento em sua defesa. "Volto hoje ao Senado para tratar das questões que estão no Conselho de Ética [da Casa]", afirmou.
Ele é acusado de desvios de verbas do Banpará (Banco do Estado do Pará), da extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) e da venda de TDAs (Títulos da Dívida Agrária) fraudulenta.
No início de seu discurso, Jader disse que era "preciso acabar com o acusado antes de condená-lo", citando o político e jurista Rui Barbosa para caracterizar sua situação. Ele se disse isento no processo investigativo, já que se afastou do cargo de presidente do Senado.
O gancho para a sua defesa foi o adiantamento, por parte de peritos da Unicamp (Universidade de Campinas), de que a voz do deputado estadual Mário Frota (PDT-AM) na gravação de uma suposta conversa com o empresário David Benayon é falsa. Na gravação, Frota negociava propina em nome de Jader para liberar verbas da Sudam. O laudo final dos peritos, no entanto, não tem data definida para ser apresentado.
A partir da fita, Jader discursou questionando a veracidade das demais acusações contra ele. Chegou a criticar duramente o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, por tomar decisões diferentes sobre a abertura de inquérito no caso Banpará. Para ele, Brindeiro sofreu pressões políticas ao alegar que "fatos novos" no caso indicariam a necessidade de abertura do inquérito.
Jader voltou a dizer que, nos relatórios do Banco Central, não havia sido encontrada nenhuma prova "robusta" e que não havia sido possível fazer relação entre ele e os desvios de verbas do Banpará.
"Depois da minha eleição para a presidência do Senado, esse assunto [o caso Banpará] não parou", afirmou. Jader também voltou a dizer que, no âmbito criminal, Brindeiro havia declarado prescrito o crime - caracterizado como de colarinho branco -, e que, no mérito, valeria o relatório do BC que o inocentava.
De acordo com Jader, a entrega dos extratos bancários sobre sua movimentação financeira na década de 80 nas agências do Banco Itaú e Citibank era uma mostra de sua inocência.
O presidente licenciado do Senado procurou desqualificar as acusações contra ele no caso da venda de TDAs fraudulenta. Segundo Jader, foi ele próprio quem pediu a Brindeiro a abertura de inquérito sobre a venda de TDAs. "A iniciativa foi minha", disse ele.
Jader citou o depoimento de Vera Arantes, mulher do empresário Vicente Pedrosa, ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), no qual ela diz que viu Jader no saguão do hotel Hilton, em dezembro de 1988. Segundo ele, as declarações de Vera foram modificadas por alguns meios de comunicação.
O senador ironizou o fato de ter que provar sua inocência no caso. "Tenho eu que me lembrar, para provar a minha inocência, se estava hospedado em um hotel há 13 anos atrás", afirmou.
Leia mais no especial Jader Barbalho
Após período de afastamento, Jader retorna e se defende no Senado
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da Folha Online
Há duas semanas afastado do Senado, o presidente licenciado da Casa, Jader Barbalho (PMDB-PA), retornou hoje ao Congresso para ocupar a tribuna e fazer um pronunciamento em sua defesa. "Volto hoje ao Senado para tratar das questões que estão no Conselho de Ética [da Casa]", afirmou.
Ele é acusado de desvios de verbas do Banpará (Banco do Estado do Pará), da extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) e da venda de TDAs (Títulos da Dívida Agrária) fraudulenta.
No início de seu discurso, Jader disse que era "preciso acabar com o acusado antes de condená-lo", citando o político e jurista Rui Barbosa para caracterizar sua situação. Ele se disse isento no processo investigativo, já que se afastou do cargo de presidente do Senado.
O gancho para a sua defesa foi o adiantamento, por parte de peritos da Unicamp (Universidade de Campinas), de que a voz do deputado estadual Mário Frota (PDT-AM) na gravação de uma suposta conversa com o empresário David Benayon é falsa. Na gravação, Frota negociava propina em nome de Jader para liberar verbas da Sudam. O laudo final dos peritos, no entanto, não tem data definida para ser apresentado.
A partir da fita, Jader discursou questionando a veracidade das demais acusações contra ele. Chegou a criticar duramente o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, por tomar decisões diferentes sobre a abertura de inquérito no caso Banpará. Para ele, Brindeiro sofreu pressões políticas ao alegar que "fatos novos" no caso indicariam a necessidade de abertura do inquérito.
Jader voltou a dizer que, nos relatórios do Banco Central, não havia sido encontrada nenhuma prova "robusta" e que não havia sido possível fazer relação entre ele e os desvios de verbas do Banpará.
"Depois da minha eleição para a presidência do Senado, esse assunto [o caso Banpará] não parou", afirmou. Jader também voltou a dizer que, no âmbito criminal, Brindeiro havia declarado prescrito o crime - caracterizado como de colarinho branco -, e que, no mérito, valeria o relatório do BC que o inocentava.
De acordo com Jader, a entrega dos extratos bancários sobre sua movimentação financeira na década de 80 nas agências do Banco Itaú e Citibank era uma mostra de sua inocência.
O presidente licenciado do Senado procurou desqualificar as acusações contra ele no caso da venda de TDAs fraudulenta. Segundo Jader, foi ele próprio quem pediu a Brindeiro a abertura de inquérito sobre a venda de TDAs. "A iniciativa foi minha", disse ele.
Jader citou o depoimento de Vera Arantes, mulher do empresário Vicente Pedrosa, ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), no qual ela diz que viu Jader no saguão do hotel Hilton, em dezembro de 1988. Segundo ele, as declarações de Vera foram modificadas por alguns meios de comunicação.
O senador ironizou o fato de ter que provar sua inocência no caso. "Tenho eu que me lembrar, para provar a minha inocência, se estava hospedado em um hotel há 13 anos atrás", afirmou.
Leia mais no especial Jader Barbalho
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