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17/08/2001 - 03h14

Sem prova para cassação, comissão quer depoimento de Jader

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da Folha de S. Paulo, em Brasília

A falta de provas concretas para justificar a abertura de um processo de cassação por quebra de decoro contra Jader Barbalho (PMDB-PA) está incomodando a oposição, que vai tentar marcar já para a próxima semana os depoimentos do presidente licenciado do Senado e do inspetor do Banco Central Abrahão Patruni Júnior.

Após 16 dias de funcionamento, a comissão que investiga o senador ainda não encontrou nenhuma prova para acusar Jader por quebra de decoro e, reservadamente, os parlamentares começam a admitir dificuldades para propor a cassação. O prazo da comissão termina em 3 de setembro, e boa parte dos integrantes tem defendido que Jader preste depoimento ao final dos trabalhos. Ainda não há decisão de convidar Patruni.

Além disso, sem poderes para quebrar o sigilo fiscal de Jader, a comissão enfrenta dificuldades para ter acesso a declarações de renda de suas empresas, cujo exame é necessário para apurar se Jader mentiu ao dizer que declarou a compra de uma fazenda do empresário José Osmar Borges, apontado pelo Ministério Público Federal como sendo o maior fraudador da extinta Sudam.

O senador Romeu Tuma (PFL-SP), que coordena a comissão, disse que vai receber da "Veja" cópias dessas declarações, mas, não obtidas legalmente, elas não poderão ser usadas como prova.

Tuma disse que, se o exame preliminar dos documentos mostrar que a operação não foi lançada, elas poderão ser usadas como indício de que ele mentiu, para propor abertura de processo por quebra de decoro.
Jader, que esteve ontem de manhã no Senado, tem afirmado que a transação com Borges está registrada e que está disposto a mostrar as declarações.

Senadores de oposição acham que Jader tem sido hábil em sua defesa, porque tira proveito das vitórias e evita explicar as acusações mais graves. Acham que ele poderá entrar em contradições ao ser interrogado diretamente, facilitando as investigações.

Jader decidiu fazer pronunciamento na quarta passada, aproveitando a desmoralização de uma das acusações: os indícios de que é montado o diálogo gravado em uma fita e reproduzido na "IstoÉ", na qual o deputado estadual Mário Frota (PDT-AM) acusaria o senador de cobrar propina para liberar recursos da Sudam.

Como resultado de estratégia definida ontem pela oposição, Jefferson Péres (PDT-AM) deverá propor a Tuma e a João Alberto Souza (PMDB-MA) que Patruni e Jader sejam chamados a depor na próxima semana.

 

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