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18/08/2001
-
02h47
SANDRA BRASIL
da Folha de S. Paulo
O governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (sem partido, ex-PSDB), pretende despejar o seu vice, Celso Vasconcelos (PSDB), do gabinete dele, na sede do governo, o Palácio Anchieta.
O governador não quer mais conviver com o vice. Pouco mais de 20 m separam o gabinete de Ferreira da sala de Vasconcelos, que deverá ser transformada em comitê de imprensa e sala de preleções, na próxima segunda.
"O vice-governador não retribuiu com seriedade as atenções que o governador sempre lhe dispensou. Terá apenas o que a lei lhe assegura", disse o porta-voz do governo, José Nunes.
Em julho, Vasconcelos entregou ao Ministério Público uma lista com diversos pagamentos feitos por Raimundo Benedito de Souza Filho, o Bené, que está preso e é suspeito de ter movimentado um suposto caixa dois da campanha de José Ignácio.
De acordo com a lista, Bené pagava desde prestações de imóveis da família do governador até despesas mais banais, como uma fantasia de bloco carnavalesco para um filho de Ignácio.
Na relação, o próprio vice-governador aparece como beneficiário de cheques emitidos por Bené. Vasconcelos diz que só passou a lista para os procuradores depois que tentou mostrá-la para José Ignácio, que teria se recusado a receber o documento.
Depois disso, governador e vice romperam. No final de julho, Vasconcelos afirmou que o Espírito Santo era um Estado "sem timoneiro". José Ignácio sofreu pressões da cúpula do PSDB e foi induzido a deixar o partido.
Na próxima semana, deverão acontecer na Assembléia Legislativa duas importantes votações relacionadas com a crise no governo do Espírito Santo. Uma delas é a do relatório da CPI da Propina, que investigou irregularidades no governo. A outra é a do pedido de impeachment do governador. O texto do relatório da CPI isenta José Ignácio, mas sugere o indiciamento da primeira-dama, Maria Helena Ferreira, por improbidade administrativa.
A Folha apurou que o governador ameaça encher o "Diário Oficial" de demissões de afilhados políticos dos deputados estaduais que votarem contra ele nas duas oportunidades. José Ignácio disse que demissões são normais e que isso não é retaliação. "É gerenciamento político", afirmou.
Entre os demitidos deverão estar as pessoas indicadas pelo vice-governador. Segundo um interlocutor de José Ignácio, Vasconcelos é responsável pela indicação de 400 pessoas para cargos de confiança -inclusive um irmão, Sérgio Vasconcelos, e a mãe dele, Maria Helena Vasconcelos.
Uma pesquisa com resultados positivos para o governador foi divulgada ontem no Estado. Com isso, o comitê de crise do governador espera que os parlamentares se sintam respaldados para votar a favor de José Ignácio.
Não é só com o vice que o governador está tendo problemas. A crise atingiu diretamente a primeira-dama. Sobre o casamento, José Ignácio diz: "Nesse momento, estamos convivendo".
Governador do ES pretende despejar seu vice do gabinete oficial
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da Folha de S. Paulo
O governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (sem partido, ex-PSDB), pretende despejar o seu vice, Celso Vasconcelos (PSDB), do gabinete dele, na sede do governo, o Palácio Anchieta.
O governador não quer mais conviver com o vice. Pouco mais de 20 m separam o gabinete de Ferreira da sala de Vasconcelos, que deverá ser transformada em comitê de imprensa e sala de preleções, na próxima segunda.
"O vice-governador não retribuiu com seriedade as atenções que o governador sempre lhe dispensou. Terá apenas o que a lei lhe assegura", disse o porta-voz do governo, José Nunes.
Em julho, Vasconcelos entregou ao Ministério Público uma lista com diversos pagamentos feitos por Raimundo Benedito de Souza Filho, o Bené, que está preso e é suspeito de ter movimentado um suposto caixa dois da campanha de José Ignácio.
De acordo com a lista, Bené pagava desde prestações de imóveis da família do governador até despesas mais banais, como uma fantasia de bloco carnavalesco para um filho de Ignácio.
Na relação, o próprio vice-governador aparece como beneficiário de cheques emitidos por Bené. Vasconcelos diz que só passou a lista para os procuradores depois que tentou mostrá-la para José Ignácio, que teria se recusado a receber o documento.
Depois disso, governador e vice romperam. No final de julho, Vasconcelos afirmou que o Espírito Santo era um Estado "sem timoneiro". José Ignácio sofreu pressões da cúpula do PSDB e foi induzido a deixar o partido.
Na próxima semana, deverão acontecer na Assembléia Legislativa duas importantes votações relacionadas com a crise no governo do Espírito Santo. Uma delas é a do relatório da CPI da Propina, que investigou irregularidades no governo. A outra é a do pedido de impeachment do governador. O texto do relatório da CPI isenta José Ignácio, mas sugere o indiciamento da primeira-dama, Maria Helena Ferreira, por improbidade administrativa.
A Folha apurou que o governador ameaça encher o "Diário Oficial" de demissões de afilhados políticos dos deputados estaduais que votarem contra ele nas duas oportunidades. José Ignácio disse que demissões são normais e que isso não é retaliação. "É gerenciamento político", afirmou.
Entre os demitidos deverão estar as pessoas indicadas pelo vice-governador. Segundo um interlocutor de José Ignácio, Vasconcelos é responsável pela indicação de 400 pessoas para cargos de confiança -inclusive um irmão, Sérgio Vasconcelos, e a mãe dele, Maria Helena Vasconcelos.
Uma pesquisa com resultados positivos para o governador foi divulgada ontem no Estado. Com isso, o comitê de crise do governador espera que os parlamentares se sintam respaldados para votar a favor de José Ignácio.
Não é só com o vice que o governador está tendo problemas. A crise atingiu diretamente a primeira-dama. Sobre o casamento, José Ignácio diz: "Nesse momento, estamos convivendo".
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