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29/06/2000
-
03h32
LUIZ ANTÔNIO RYFF, da Folha de S.Paulo
A disputa política entre o governador Anthony Garotinho e o ex-governador Leonel Brizola, candidato do PDT à Prefeitura do Rio, causou a primeira baixa dos quadros do partido na cúpula da administração estadual.
Braço direito de Brizola, o secretário de Governo Carlos Lupi pediu demissão ontem de manhã.
Ao sair, aproveitou para atacar Garotinho, a quem acusou de "desleal" por estar, segundo ele, apoiando candidaturas adversárias à de Brizola.
"Essas articulações não foram desmentidas", disse, referindo-se ao suposto apoio do governador ao prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, do PFL, candidato à reeleição.
Além disso, a deputada estadual Cidinha Campos encaminhou ontem à noite ao conselho de ética do partido uma proposta de expulsão do governador.
Ontem à noite estava prevista uma reunião da executiva para analisar a crise entre as duas principais lideranças pedetistas.
Desonestidade
Lupi, que é presidente regional do PDT e tesoureiro nacional do partido, deixou o governo estadual criticando as manifestações de apoio de Garotinho a Conde e a sugestão do governador de que Brizola renunciasse, dando lugar a uma candidatura única da esquerda.
"É um ato politicamente desonesto", afirmou. "É uma atitude desleal", disse, ressaltando que renúncia "não faz parte da história do trabalhismo".
Para ele, as articulações políticas de Garotinho foram a "gota d'água". "Para mim é overdose. Eu tenho o meu limite".
Ele disse ter preferido sair do governo porque, dessa forma, se sentia mais à vontade em defender Brizola e criticar o governo.
Em nota oficial, Garotinho afirmou que, "em momento nenhum fez referência à renúncia do candidato do partido à Prefeitura do Rio, Leonel Brizola". O governador também afirmou ter pedido a Lupi que ficasse.
A Folha apurou, entretanto, que o relacionamento entre os dois não era bom. Lupi quase deixou o governo em outras ocasiões.
Há cerca de três semanas, Garotinho reuniu os pedetistas do secretariado para comunicar a demissão de Lupi. Mas foi demovido da idéia.
Ontem, quando houve a demissão, quase houve um agravamento ainda maior da situação.
A assessoria de comunicação de Garotinho chegou a anunciar que tinha sido o governador quem havia demitido o secretário.
"Se ele disse isso, além de tudo é moleque e mentiroso", irritou-se Lupi, antes que a assessoria do governador desdissesse o que afirmara.
Ontem à noite, além da reunião da executiva regional do PDT, estava sendo articulado um encontro de Garotinho com os secretários pedetistas para avaliar a situação.
Articulação
Apesar da crise do governador com o PDT ter aumentado em função das articulações políticas de Garotinho, elas não devem terminar.
O governador vem se reunindo com representantes de diversos partidos de esquerda em busca de uma candidatura única.
Um secretário que pertence ao PDT defendeu a tentativa de Garotinho de
unir os partidos de esquerda em torno de apenas um nome.
Hoje, PDT, PT, PSB e PC do B saem com candidatos próprios à prefeitura.
Para se justificar, ele citou uma frase que Brizola costumava repetir na campanha presidencial de 1998.
Segundo ele, a esquerda só tem chances quando está junta. Separados, os partidos de oposição se tornam degraus para a direita subir ao poder.
Entretanto, ele salientou que todos respeitarão a decisão do partido. "O conflito não interessa ao governador em nada", afirmou ele.
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Secretário de Garotinho se demite e o ataca
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A disputa política entre o governador Anthony Garotinho e o ex-governador Leonel Brizola, candidato do PDT à Prefeitura do Rio, causou a primeira baixa dos quadros do partido na cúpula da administração estadual.
Braço direito de Brizola, o secretário de Governo Carlos Lupi pediu demissão ontem de manhã.
Ao sair, aproveitou para atacar Garotinho, a quem acusou de "desleal" por estar, segundo ele, apoiando candidaturas adversárias à de Brizola.
"Essas articulações não foram desmentidas", disse, referindo-se ao suposto apoio do governador ao prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, do PFL, candidato à reeleição.
Além disso, a deputada estadual Cidinha Campos encaminhou ontem à noite ao conselho de ética do partido uma proposta de expulsão do governador.
Ontem à noite estava prevista uma reunião da executiva para analisar a crise entre as duas principais lideranças pedetistas.
Desonestidade
Lupi, que é presidente regional do PDT e tesoureiro nacional do partido, deixou o governo estadual criticando as manifestações de apoio de Garotinho a Conde e a sugestão do governador de que Brizola renunciasse, dando lugar a uma candidatura única da esquerda.
"É um ato politicamente desonesto", afirmou. "É uma atitude desleal", disse, ressaltando que renúncia "não faz parte da história do trabalhismo".
Para ele, as articulações políticas de Garotinho foram a "gota d'água". "Para mim é overdose. Eu tenho o meu limite".
Ele disse ter preferido sair do governo porque, dessa forma, se sentia mais à vontade em defender Brizola e criticar o governo.
Em nota oficial, Garotinho afirmou que, "em momento nenhum fez referência à renúncia do candidato do partido à Prefeitura do Rio, Leonel Brizola". O governador também afirmou ter pedido a Lupi que ficasse.
A Folha apurou, entretanto, que o relacionamento entre os dois não era bom. Lupi quase deixou o governo em outras ocasiões.
Há cerca de três semanas, Garotinho reuniu os pedetistas do secretariado para comunicar a demissão de Lupi. Mas foi demovido da idéia.
Ontem, quando houve a demissão, quase houve um agravamento ainda maior da situação.
A assessoria de comunicação de Garotinho chegou a anunciar que tinha sido o governador quem havia demitido o secretário.
"Se ele disse isso, além de tudo é moleque e mentiroso", irritou-se Lupi, antes que a assessoria do governador desdissesse o que afirmara.
Ontem à noite, além da reunião da executiva regional do PDT, estava sendo articulado um encontro de Garotinho com os secretários pedetistas para avaliar a situação.
Articulação
Apesar da crise do governador com o PDT ter aumentado em função das articulações políticas de Garotinho, elas não devem terminar.
O governador vem se reunindo com representantes de diversos partidos de esquerda em busca de uma candidatura única.
Um secretário que pertence ao PDT defendeu a tentativa de Garotinho de
unir os partidos de esquerda em torno de apenas um nome.
Hoje, PDT, PT, PSB e PC do B saem com candidatos próprios à prefeitura.
Para se justificar, ele citou uma frase que Brizola costumava repetir na campanha presidencial de 1998.
Segundo ele, a esquerda só tem chances quando está junta. Separados, os partidos de oposição se tornam degraus para a direita subir ao poder.
Entretanto, ele salientou que todos respeitarão a decisão do partido. "O conflito não interessa ao governador em nada", afirmou ele.
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