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28/08/2001
-
02h50
da Folha de S. Paulo
A quebra do sigilo telefônico da família Maluf revelou ligações de familiares do ex-prefeito Paulo Maluf para o Citibank de Genebra, segundo a Folha apurou.
O Ministério Público do Estado de São Paulo iniciou ontem a análise dos extratos telefônicos enviados pelas operadoras Embratel, BCP e Telesp Celular.
Até janeiro de 1997, a família era beneficiária de uma conta na agência suíça do banco americano. Assim que Maluf deixou a prefeitura, a conta foi transferida para a agência do Citibank na ilha de Jersey.
Em aproximadamente 250 folhas, as três companhias informam a origem e destino de ligações telefônicas internacionais feitas pelo ex-prefeito, sua mulher, Sylvia, os quatro filhos, Flávio, Lina, Lígia e Octávio, e a nora Jacqueline, mulher de Flávio, desde 1993, quando Maluf assumiu a prefeitura.
Os extratos da operadora Intelig devem ser enviados amanhã ao juiz-corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), Maurício Lemos Porto Alves, que os remeterá à promotoria.
O procurador-geral da ilha de Jersey, William Bailhache, afirmou ao Ministério Público Federal que não tem garantias de que o dinheiro em nome do ex-prefeito Paulo Maluf ainda esteja depositado no paraíso fiscal do canal da Mancha. Bailhache reuniu-se com os procuradores Denise Neves Abade e Pedro Pereira Neto, na embaixada brasileira em Londres, no dia 2 de agosto.
Os procuradores pediram ao procurador-geral de Jersey o bloqueio oficial dos ativos financeiros em nome do ex-prefeito e o envio de informações sobre a movimentação das contas. O dinheiro teria sido bloqueado administrativamente pelo próprio banco.
Bailhache, por sua vez, fez questão de frisar que ele é a única autoridade na ilha que tem competência pedir o bloqueio das contas. Como ele ainda não tomou nenhuma medida a respeito, afirmou que não há nenhuma segurança sobre a permanências dos valores na ilha.
Apesar de dizer que colaboraria com as investigações, o procurador-geral deixou claro que defende os interesses de Jersey. Antes de assumir o cargo de procurador-geral em 2000, Bailhache atuava em seu escritório de advocacia, Bailhache Labasse, um dos mais importantes da ilha e que trabalha com "trust" (transferência da propriedade de bens a um administrador para que o patrimônio seja gerido em favor de um beneficiário).
Bailhache aparentou estar preocupado com o caso e disse que sabia do passado político de Maluf. Advogados do ex-prefeito no exterior teriam procurado o procurador-geral da ilha, que afirmou aos procuradores brasileiros que o ex-prefeito está amparado por um dos melhores escritórios de advocacia do mundo. O ex-prefeito estaria contando com os serviços de um escritório suíço, o que aumenta a possibilidade do montante já ter ido para outro local.
Leia mais:
no especial caso Maluf
Entenda o caso das ilhas Jersey
Familiares de Maluf ligaram para Citi de Genebra
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A quebra do sigilo telefônico da família Maluf revelou ligações de familiares do ex-prefeito Paulo Maluf para o Citibank de Genebra, segundo a Folha apurou.
O Ministério Público do Estado de São Paulo iniciou ontem a análise dos extratos telefônicos enviados pelas operadoras Embratel, BCP e Telesp Celular.
Até janeiro de 1997, a família era beneficiária de uma conta na agência suíça do banco americano. Assim que Maluf deixou a prefeitura, a conta foi transferida para a agência do Citibank na ilha de Jersey.
Em aproximadamente 250 folhas, as três companhias informam a origem e destino de ligações telefônicas internacionais feitas pelo ex-prefeito, sua mulher, Sylvia, os quatro filhos, Flávio, Lina, Lígia e Octávio, e a nora Jacqueline, mulher de Flávio, desde 1993, quando Maluf assumiu a prefeitura.
Os extratos da operadora Intelig devem ser enviados amanhã ao juiz-corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), Maurício Lemos Porto Alves, que os remeterá à promotoria.
O procurador-geral da ilha de Jersey, William Bailhache, afirmou ao Ministério Público Federal que não tem garantias de que o dinheiro em nome do ex-prefeito Paulo Maluf ainda esteja depositado no paraíso fiscal do canal da Mancha. Bailhache reuniu-se com os procuradores Denise Neves Abade e Pedro Pereira Neto, na embaixada brasileira em Londres, no dia 2 de agosto.
Os procuradores pediram ao procurador-geral de Jersey o bloqueio oficial dos ativos financeiros em nome do ex-prefeito e o envio de informações sobre a movimentação das contas. O dinheiro teria sido bloqueado administrativamente pelo próprio banco.
Bailhache, por sua vez, fez questão de frisar que ele é a única autoridade na ilha que tem competência pedir o bloqueio das contas. Como ele ainda não tomou nenhuma medida a respeito, afirmou que não há nenhuma segurança sobre a permanências dos valores na ilha.
Apesar de dizer que colaboraria com as investigações, o procurador-geral deixou claro que defende os interesses de Jersey. Antes de assumir o cargo de procurador-geral em 2000, Bailhache atuava em seu escritório de advocacia, Bailhache Labasse, um dos mais importantes da ilha e que trabalha com "trust" (transferência da propriedade de bens a um administrador para que o patrimônio seja gerido em favor de um beneficiário).
Bailhache aparentou estar preocupado com o caso e disse que sabia do passado político de Maluf. Advogados do ex-prefeito no exterior teriam procurado o procurador-geral da ilha, que afirmou aos procuradores brasileiros que o ex-prefeito está amparado por um dos melhores escritórios de advocacia do mundo. O ex-prefeito estaria contando com os serviços de um escritório suíço, o que aumenta a possibilidade do montante já ter ido para outro local.
Leia mais:
no especial caso Maluf
Entenda o caso das ilhas Jersey
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