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29/08/2001 - 02h54

Ligações partiram de telefone de Flávio Maluf

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RONALD FREITAS
da Folha de S. Paulo

As ligações telefônicas de familiares de Paulo Maluf para o Citibank de Genebra, na Suíça, foram feitas a partir de um telefone que pertence ao filho mais velho do ex-prefeito, Flávio Maluf, segundo a Folha apurou.

O fato de ser o dono da linha telefônica, entretanto, não prova necessariamente que ele tenha sido o autor das ligações. Além de Flávio, sua mulher, Jacqueline, os irmãos dele, Lina, Lígia e Octávio, e o ex-prefeito e sua mulher, Sylvia, seriam beneficiários de contas abertas no Citibank de Genebra, posteriormente transferidas para a ilha de Jersey, paraíso fiscal no canal da Mancha.

O sigilo telefônico da família Maluf foi quebrado na semana passada pelo juiz-corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais), Maurício Lemos Porto Alves, a pedido do Ministério Público paulista. Desde a última segunda-feira, os promotores analisam cerca de 250 folhas de extratos telefônicos referentes a 21 linhas fixas e 13 de celular pertencentes à família do ex-prefeito.

Os promotores fazem a checagem preliminar dos destinos das ligações pela internet. Sites de companhias telefônicas européias informam o nome do dono da linha telefônica com a digitação do número do telefone contatado. No Brasil, é preciso saber o nome do proprietário para obter informações com as operadoras.

Numa segunda fase, os promotores vão ligar para os números de telefone que não se repetem para confirmar a propriedade das linhas. Como a quebra de sigilo telefônico é retroativa a 1993, há números que foram alterados.

A afirmação de Maluf de que as ligações para a Suíça foram feitas por engano ou para alugar carros foi desconsiderada pela promotoria. Com ironia, um dos promotores disse que estava apurando quantas vezes o ex-prefeito se enganou e quantos carros alugou.

O promotor Nilo Spínola Salgado Filho, que ontem recebeu o relatório da CPI municipal do TCM (Tribunal de Contas do Município) de São Paulo, com 110 mil páginas, vai abrir cinco novas ações para investigar indícios de superfaturamento nas obras das avenidas Água Espraiada e Jacu-Pêssego, no bulevar Juscelino Kubitschek e no túnel Jânio Quadros, sob o Rio Pinheiros na gestão Maluf (1993-1996).

O Ministério Público suspeita que haja relação entre o superfaturamento de obras e a existência das contas em nome da família Maluf na ilha de Jersey. O ex-prefeito é réu em dois processos em que é responsabilizado pelo superfaturamento de R$ 105 milhões no túnel Ayrton Senna.

Leia mais no especial caso Maluf


 

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