01/09/2001 - 18h45

Maioria dos paulistanos acredita que Maluf desviou dinheiro

do Datafolha

A maioria dos paulistanos acredita que o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf possui uma conta com cerca de US$ 200 milhões na Ilha de Jersey, paraíso fiscal na Europa, e que, caso essa conta exista, o dinheiro depositado é proveniente de dinheiro público

Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, para 73% a conta existe. Desse total, 74% acreditam que o dinheiro tem origem em desvio de dinheiro público.

Foram entrevistados 1069 paulistanos na última quinta-feira (30), e a margem de erro para é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Entre os paulistanos que já votaram em Paulo Maluf pelo menos uma vez no passado o percentual de entrevistados que acreditam que ele possui uma conta na Ilha de Jersey e que o dinheiro é proveniente de dinheiro público fica ligeiramente abaixo da média; porém, em ambos os casos, a maioria acredita na existência da conta (62%) e que o dinheiro tem origem pública (64%).

Entre os que declaram ter votado em Marta Suplicy no 2º turno da eleição para prefeito, ano passado, chega a 84% a taxa dos que acreditam na existência da conta e a 86% a dos que acham que o dinheiro é proveniente de dinheiro público.

Já entre os que votaram em Paulo Maluf, 48% acreditam na existência da conta e 45% acham que o dinheiro tem origem pública.

Acham que as denúncias que vêm sendo divulgadas recentemente contra o ex-prefeito são verdadeiras 63% - taxa que é de 30% entre os paulistanos que afirmam ter votado no ex-prefeito no 2º turno da última eleição e que chega a 80% entre os que votaram em Marta Suplicy.

Para 24% Maluf vem sendo vítima de perseguição política - essa é a opinião de 55% dos que votaram em Maluf de 11% dos que votaram em Marta Suplicy no 2º turno da eleição de 2000.

Na opinião de 51% a Justiça vai investigar essas denúncias até o fim; no entanto, 43% acham que isso não vai acontecer.

A grande maioria dos entrevistados (82%) tomou conhecimento das notícias sobre a possível existência de uma conta em nome de Paulo Maluf na Ilha de Jersey.

As denúncias que vêm sendo divulgadas sobre o caso podem ter influência nas próximas eleições que Paulo Maluf vier a disputar. A maioria dos paulistanos não votaria em Paulo Maluf nem para prefeito, nem para governador, nem para presidente.

E, em relação à pesquisa realizada em novembro do ano passado, a rejeição ao ex-prefeito entre os paulistanos aumentou. A taxa dos que não votariam de jeito nenhum em Paulo Maluf para prefeito passou de 54% para 61%; a dos que não votariam nele para governador foi de 54% para 62%; e a dos que descartam totalmente a hipótese de votar nele para presidente passou de 60% para 68%.

Já a taxa dos que dizem que votariam com certeza em Paulo Maluf para prefeito caiu de 30% para 24%, a dos que votariam nele para governador foi de 30% para 23% e a dos que votariam nele para presidente de 23% para 18%.

Entre os paulistanos que afirmam já ter votado pelo menos uma vez em Maluf no passado chega a 40% a taxa dos que não votariam nele para prefeito, a 41% a dos que não votariam nele para governador e a 50% a dos que não votariam nele para presidente.

O Datafolha também investigou a intenção de voto para governador entre os paulistanos. Paulo Maluf e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) estão empatados, em virtude da margem de erro, nas duas situações apresentadas aos entrevistados.

No primeiro cenário proposto, Geraldo Alckmin tem 24% e Paulo Maluf 20% das intenções de voto. Pesquisa realizada em junho mostrava que ambos tinham 22% das intenções de voto. Assim verifica-se que os dois possíveis candidatos oscilaram dentro da margem de erro; porém, enquanto Alckmin oscilou positivamente, Maluf oscilou negativamente.

Luiza Erundina (PSB) vêm a seguir, com 12%. Os possíveis candidatos do PFL, Romeu Tuma (8%), do PL, Francisco Rossi (7%), do PT, José Genoíno (7%) e do PMDB (4%) completam o primeiro cenário hipotético. Votariam em branco ou anulariam o voto 16%.

No segundo cenário, com Michel Temer substituindo Orestes Quércia como candidato do PMDB, Alckmin e Maluf também estão empatados. No entanto, Alckmin chega a 24% e Maluf fica com 18% das intenções de voto, e o empate ocorre no limite da margem de erro. Além disso, nesse cenário verifica-se uma queda de quatro pontos percentuais na intenção de voto em Maluf, que, na pesquisa de junho, era citado por 22% dos paulistanos.

Vêm a seguir Luiza Erundina (13%) Romeu Tuma (9%), Francisco Rossi e José Genoíno (8%, cada) e Michel Temer (1%). Votariam em branco ou anulariam o voto 15%.

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