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13/09/2001 - 21h04

Aliados preferem Sarney para lugar de Jader

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da Folha de S. Paulo, em Brasília

O ex-presidente José Sarney (AP) é o mais cotado para substituir o senador Jader Barbalho (PA) na presidência do Senado, mas cresceu nos últimos dias um movimento no PMDB para eleger o senador mineiro José Alencar para o cargo.

Sarney comentou recentemente que aceitaria, desde que não houvesse disputa e que não fossem reviradas acusações sobre seu governo. Mas ontem confidenciou a um aliado que não aceitaria mais nem como nome de consenso. "Não ocupo cargo que já ocupei."

O presidente Fernando Henrique Cardoso tem simpatia por Sarney, apesar de analisar a conveniência de inflar Alencar como um contraponto ao governador e inimigo Itamar Franco em Minas.

Esse é o argumento do grupo que apóia Alencar _o ministro Eliseu Padilha (Transportes), o assessor especial do Planalto Moreira Franco e o líder na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).

Esse grupo desconfia que Sarney, na presidência do Senado, atuaria para indicar Roseana Sarney (PFL), sua filha, para vice da chapa governista à sucessão presidencial de 2002. Seria jogar por terra o trabalho feito pelo PMDB nos últimos dias para retomar os espaços perdidos no Congresso a fim de se credenciar como aliado preferencial dos tucanos em 2002.

Ontem, o partido retomou o comando do Conselho de Ética. O peemedebista Juvêncio da Fonseca assumiu a presidência dele.

Além de Alencar, correm por fora os nomes de José Fogaça (RS), Gerson Camata (ES) e Ramez Tebet (MS), ministro da Integração Nacional. Sarney é o que mais agrada ao PFL. "Reconhecemos que foi um ato unilateral [a renúncia de Jader] e vamos respeitar a proporcionalidade", disse o presidente pefelista Jorge Bornhausen (SC). Com a afirmação, Bornhausen quer dizer que reconhece que o cargo é do PMDB, bancada majoritária no Senado.

A articulação arrematada ontem pelo PMDB surpreendeu os pefelistas. Na segunda-feira, o novo presidente do partido, o deputado federal Michel Temer (SP), esteve com Jader, que se dispôs a aceitar a renúncia desde que o PMDB mantivesse o cargo e tentasse ajudá-lo a salvar o mandato.

Ontem, Temer foi a FHC às 12h para abortar uma tentativa do PFL de tomar a presidência do Senado. FHC chamou uma reunião para as 15h30 com os presidentes de PSDB, PMDB, PFL e PPB.

Temer disse aos colegas que Jader reassumira a presidência do Senado. Relatou as condições para a renúncia. Quando todos concordaram, com o aval de FHC, Temer telefonou para Jader. Disse: "Pode anunciar a renúncia".

Se os partidos tivessem discordado, Jader não anunciaria a renúncia, para criar pressão por um acordo. Não foi preciso. Enquanto isso, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), já sondava Sarney. Jader diz que prefere ficar à margem das negociações, mas também apóia Sarney. Ex-ministro no governo dele, Jader espera de Sarney, seu amigo, um tratamento mais favorável que aquele imprimido pelo PFL. B>(RAYMUNDO COSTA, ELIANE CANTANHÊDE E KENNEDY ALENCAR)

Leia mais no especial Jader Barbalho
 

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