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01/07/2000
-
02h54
da Folha de S.Paulo
Fundador e presidente nacional do PDT, o ex-governador Leonel Brizola prefere "fechar o partido a deixá-lo nas mãos" do governador do Rio, Anthony Garotinho, evidenciando a impossibilidade de composição entre os dois.
"Prefiro convocar uma convenção e dissolver o partido", afirmou à Folha, salientando que, por causa do "alto grau de inconfiabilidade de Garotinho", uma reconciliação é difícil. "É uma mente inconfiável. E as práticas políticas dele são heterodoxas".
Ele ressaltou não ter perdido as esperanças de que o governador "mude". "Mas não com simples declarações de intenções, porque ele não tem mais credibilidade".
Segundo o ex-governador, Garotinho quer controlar o PDT em benefício pessoal, para servir a seus objetivos político-eleitorais. "E isso ele não vai conseguir", advertiu. Por isso, a possibilidade de Garotinho conseguir se lançar candidato à Presidência pelo PDT em 2002 é hoje matemática. "Dificilmente o nosso partido dará legenda para ele", declarou Brizola.
Na realidade, a permanência de Garotinho no PDT é difícil. O pedido de expulsão feito contra ele pela deputada estadual Cidinha Campos deve ser analisado pela comissão de ética do PDT antes do prazo de 60 dias. O julgamento não é jurídico ou técnico. É político. Garotinho tem minoria nas instâncias de decisão.
"Ele é um antipartido. Sua política é pessoal. Suas decisões são pessoais. Ele não ouve ninguém. Não trata os partidos com dignidade", afirmou Brizola, repetindo críticas também feitas a ele.
O ex-governador considera que a "prática" de Garotinho é "lesiva à democracia". E voltou a compará-lo ao presidente Jânio Quadros por seu perfil político-administrativo personalista.
O candidato do PDT à prefeitura lamentou a falta de empenho de Garotinho em sua campanha. "Ele assumiu uma postura hostil a mim profundamente ingrata".
Religião
Brizola repetiu as críticas pelo uso da religião para fins políticos. Mas, desta vez, lembrando sua "formação evangélica", pôs em dúvida a própria fé do governador. "Eu sei avaliar a conduta de um evangélico", disse. "Para mim o governador não é evangélico".
Sem citar nomes, Brizola também pôs em dúvida a honestidade de auxiliares de Garotinho -a quem acusou de fazer vista grossa às irregularidades. "Não tenho nenhum dado concreto de que ele pratique atos diretos de corrupção, mas ele aceita e admite que seus áulicos pratiquem", afirmou.
Ele disse acreditar que esse dinheiro serviria para um "caixa com mil e uma finalidades".
Brizola deixou claro que Garotinho não será seu herdeiro político ou partidário.
"Quando chegar aos 90 e começar a claudicar, eu cuido de achar um herdeiro", sorriu Brizola, que tem 78 anos.
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Brizola veta Garotinho em 2002
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Fundador e presidente nacional do PDT, o ex-governador Leonel Brizola prefere "fechar o partido a deixá-lo nas mãos" do governador do Rio, Anthony Garotinho, evidenciando a impossibilidade de composição entre os dois.
"Prefiro convocar uma convenção e dissolver o partido", afirmou à Folha, salientando que, por causa do "alto grau de inconfiabilidade de Garotinho", uma reconciliação é difícil. "É uma mente inconfiável. E as práticas políticas dele são heterodoxas".
Ele ressaltou não ter perdido as esperanças de que o governador "mude". "Mas não com simples declarações de intenções, porque ele não tem mais credibilidade".
Segundo o ex-governador, Garotinho quer controlar o PDT em benefício pessoal, para servir a seus objetivos político-eleitorais. "E isso ele não vai conseguir", advertiu. Por isso, a possibilidade de Garotinho conseguir se lançar candidato à Presidência pelo PDT em 2002 é hoje matemática. "Dificilmente o nosso partido dará legenda para ele", declarou Brizola.
Na realidade, a permanência de Garotinho no PDT é difícil. O pedido de expulsão feito contra ele pela deputada estadual Cidinha Campos deve ser analisado pela comissão de ética do PDT antes do prazo de 60 dias. O julgamento não é jurídico ou técnico. É político. Garotinho tem minoria nas instâncias de decisão.
"Ele é um antipartido. Sua política é pessoal. Suas decisões são pessoais. Ele não ouve ninguém. Não trata os partidos com dignidade", afirmou Brizola, repetindo críticas também feitas a ele.
O ex-governador considera que a "prática" de Garotinho é "lesiva à democracia". E voltou a compará-lo ao presidente Jânio Quadros por seu perfil político-administrativo personalista.
O candidato do PDT à prefeitura lamentou a falta de empenho de Garotinho em sua campanha. "Ele assumiu uma postura hostil a mim profundamente ingrata".
Religião
Brizola repetiu as críticas pelo uso da religião para fins políticos. Mas, desta vez, lembrando sua "formação evangélica", pôs em dúvida a própria fé do governador. "Eu sei avaliar a conduta de um evangélico", disse. "Para mim o governador não é evangélico".
Sem citar nomes, Brizola também pôs em dúvida a honestidade de auxiliares de Garotinho -a quem acusou de fazer vista grossa às irregularidades. "Não tenho nenhum dado concreto de que ele pratique atos diretos de corrupção, mas ele aceita e admite que seus áulicos pratiquem", afirmou.
Ele disse acreditar que esse dinheiro serviria para um "caixa com mil e uma finalidades".
Brizola deixou claro que Garotinho não será seu herdeiro político ou partidário.
"Quando chegar aos 90 e começar a claudicar, eu cuido de achar um herdeiro", sorriu Brizola, que tem 78 anos.
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