Publicidade
Publicidade
15/09/2001
-
05h57
RAQUEL ULHÔA
DENISE MADUEÑO
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O senador José Sarney (AP) é o candidato mais forte entre os partidos governistas à sucessão de Jader Barbalho (PA) na presidência do Senado, mas sua eleição pode ser inviabilizada pela entrada na disputa de outros peemedebistas. O escolhido poderá ser o líder do partido, Renan Calheiros (AL), preferido da cúpula do PMDB.
O presidente Fernando Henrique Cardoso deu sinal verde à indicação de Renan em telefonemas a Temer, ao próprio líder no Senado e ao líder na Câmara, deputado Geddel Vieira Lima (BA).
Apesar de sua ligação com Jader, Renan é, entre os demais candidatos, o mais alinhado com o presidente eleito do PMDB, deputado Michel Temer (SP).
Ex-presidente da República (1985-89) e do Senado (85-86), Sarney é considerado pelos governistas o candidato com mais autoridade política e moral para restabelecer a imagem da instituição, desgastada por causa das acusações contra Jader, que foi eleito em fevereiro deste ano, e, antes dele, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Sarney mantém a tradicional posição de não disputar e de só aceitar o cargo se houver consenso em torno do seu nome.
Mas anteontem o peemedebista confidenciou a um aliado que não aceitaria mais nem como nome de consenso. "Não ocupo cargo que já ocupei", disse.
Na bancada peemedebista, além de Sarney e Renan, são candidatos José Fogaça (RS), Gerson Camata (ES) e José Alencar (MG). Há ainda o ministro Ramez Tebet (Integração Nacional), que cogita reassumir sua cadeira no Senado para se habilitar à presidência da Casa. Entre eles, o PFL tem mais simpatia por Camata. O gaúcho Fogaça disse ontem que disputará até no plenário, se for preciso.
Sarney tem dúvidas quanto à conveniência política de assumir a presidência do Senado, já que sua filha, a governadora Roseana Sarney (Maranhão), é cotada para ser candidata à Presidência da República pelo PFL em 2002.
Disputa
O processo sucessório do Senado, desta vez, passará por uma delicada negociação entre os aliados do Palácio do Planalto: a escolha do candidato é do PMDB, mas passa pelo aval dos outros partidos da base governista.
Não há vetos explícitos do PFL e do PSDB a nenhum nome, mas há restrições políticas que podem constranger certas escolhas.
Renan, por exemplo, enfrenta resistência pessoal do presidente do PSDB, José Aníbal, que foi secretário de Estado no governo Mário Covas, que teve um confronto com o líder.
Jader, que reassumiu o cargo na quinta-feira passada antes do término da licença de 60 dias, anunciou que renunciará à presidência do Senado na próxima terça-feira, após discursar em plenário.
O vice-presidente Edison Lobão (PFL-MA) assumirá então a cadeira e convocará as eleições em um prazo de até cinco dias. O mais provável é que isso ocorra na quarta ou na quinta-feira.
Jader disse ontem que as acusações de seu envolvimento com o desvio de recursos do Banpará são "ridículas" e "inconsistentes" e que espera a rejeição do relatório de Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Péres (PDT-AM) no Conselho de Ética do Senado.
O relatório o acusa de ser beneficiário dos desvios do Banpará, diz que ele faltou com a verdade ao negar seu envolvimento e propõe abertura de processo contra o peemedebista por falta de decoro.
Leia mais:
Jader diz ter sofrido "vingança política"
Leia mais no especial Jader Barbalho
Cúpula do PMDB prefere Renan para vaga de Jader
Publicidade
DENISE MADUEÑO
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O senador José Sarney (AP) é o candidato mais forte entre os partidos governistas à sucessão de Jader Barbalho (PA) na presidência do Senado, mas sua eleição pode ser inviabilizada pela entrada na disputa de outros peemedebistas. O escolhido poderá ser o líder do partido, Renan Calheiros (AL), preferido da cúpula do PMDB.
O presidente Fernando Henrique Cardoso deu sinal verde à indicação de Renan em telefonemas a Temer, ao próprio líder no Senado e ao líder na Câmara, deputado Geddel Vieira Lima (BA).
Apesar de sua ligação com Jader, Renan é, entre os demais candidatos, o mais alinhado com o presidente eleito do PMDB, deputado Michel Temer (SP).
Ex-presidente da República (1985-89) e do Senado (85-86), Sarney é considerado pelos governistas o candidato com mais autoridade política e moral para restabelecer a imagem da instituição, desgastada por causa das acusações contra Jader, que foi eleito em fevereiro deste ano, e, antes dele, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Sarney mantém a tradicional posição de não disputar e de só aceitar o cargo se houver consenso em torno do seu nome.
Mas anteontem o peemedebista confidenciou a um aliado que não aceitaria mais nem como nome de consenso. "Não ocupo cargo que já ocupei", disse.
Na bancada peemedebista, além de Sarney e Renan, são candidatos José Fogaça (RS), Gerson Camata (ES) e José Alencar (MG). Há ainda o ministro Ramez Tebet (Integração Nacional), que cogita reassumir sua cadeira no Senado para se habilitar à presidência da Casa. Entre eles, o PFL tem mais simpatia por Camata. O gaúcho Fogaça disse ontem que disputará até no plenário, se for preciso.
Sarney tem dúvidas quanto à conveniência política de assumir a presidência do Senado, já que sua filha, a governadora Roseana Sarney (Maranhão), é cotada para ser candidata à Presidência da República pelo PFL em 2002.
Disputa
O processo sucessório do Senado, desta vez, passará por uma delicada negociação entre os aliados do Palácio do Planalto: a escolha do candidato é do PMDB, mas passa pelo aval dos outros partidos da base governista.
Não há vetos explícitos do PFL e do PSDB a nenhum nome, mas há restrições políticas que podem constranger certas escolhas.
Renan, por exemplo, enfrenta resistência pessoal do presidente do PSDB, José Aníbal, que foi secretário de Estado no governo Mário Covas, que teve um confronto com o líder.
Jader, que reassumiu o cargo na quinta-feira passada antes do término da licença de 60 dias, anunciou que renunciará à presidência do Senado na próxima terça-feira, após discursar em plenário.
O vice-presidente Edison Lobão (PFL-MA) assumirá então a cadeira e convocará as eleições em um prazo de até cinco dias. O mais provável é que isso ocorra na quarta ou na quinta-feira.
Jader disse ontem que as acusações de seu envolvimento com o desvio de recursos do Banpará são "ridículas" e "inconsistentes" e que espera a rejeição do relatório de Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Péres (PDT-AM) no Conselho de Ética do Senado.
O relatório o acusa de ser beneficiário dos desvios do Banpará, diz que ele faltou com a verdade ao negar seu envolvimento e propõe abertura de processo contra o peemedebista por falta de decoro.
Leia mais:
Leia mais no especial Jader Barbalho
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice