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29/09/2001 - 03h58

Jader planeja entregar sua carta de renúncia na terça

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) deixou em Brasília, antes de viajar anteontem para Belém, a carta de renúncia ao mandato. Em princípio, a carta deve ser entregue à Mesa do Senado na próxima terça-feira, mas Jader só tomará a decisão neste fim de semana.

O ex-presidente do Senado espera que a perícia dos documentos referentes ao desvio de recursos do Banpará (Banco do Estado do Pará), pedida por ele à Justiça, fique pronta antes de a Mesa do Senado determinar a abertura do processo por quebra de decoro parlamentar. Após essa decisão, a renúncia do senador não evita o processo de cassação e a perda dos direitos políticos.

"Se sair essa perícia, eu vou enfrentar esse pessoal", disse Jader ontem
à Folha. O peemedebista se diz convencido de que a perícia vai inocentá-lo, mas não tem a mesma expectativa em relação ao julgamento político no Senado.

Jader é acusado de mentir ao dizer que não se beneficiou do desvio de recursos do Banpará e de engavetar um requerimento de informação ao BC (Banco Central) sobre o assunto.

O senador paraense também não acredita que o STF (Supremo Tribunal Federal) acate o mandado de segurança impetrado por seu advogado para que o processo no Conselho de Ética seja paralisado. Mas o objetivo é demonstrar que o senador paraense está disposto a enfrentar o julgamento do Judiciário. Jader teme que algum procurador peça sua prisão assim que ele renunciar e perder o direito à imunidade parlamentar. Demonstrando estar à disposição da Justiça, o senador espera reduzir o risco de algum juiz acatar um pedido de prisão.

No STF, Jader é alvo de dois inquéritos: um apura se ele se beneficiou de recursos desviados do Banpará, o outro se ele recebeu dinheiro em troca da desapropriação de uma fazenda quando era ministro da Reforma Agrária, no governo Sarney (1985-1990).

A Polícia Federal e procuradores da República também investigam seu envolvimento em desvio de verbas da antiga Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Pelo menos uma das acusações contra Jader é comprovadamente falsa: a de que teria pedido propina a um empresário do Amazonas para aprovar projeto na Sudam.

A eventual prisão pode jogar por terra os planos de Jader de voltar ao Senado em 2003. No Pará, segundo o próprio Jader, ele estaria sendo visto como "vítima" de um processo político. Pesquisas o colocam como favorito na eleição para o governo estadual. "O sentimento generalizado é o de que eu sou vítima. É reconfortante", disse Jader ontem, em Santarém, após filiar ao PMDB o principal líder do PFL paraense, o ex-governador Hélio Gueiros.
 

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