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04/10/2001 - 20h04

Declínio de Jader começou após eleição à presidência do Senado

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ANDRÉ LUIZ GHEDINE
do Banco de Dados

O declínio do senador Jader Barbalho, 56, começou no momento em que ele decidiu disputar a presidência do Senado, no ano passado. Esse seria o primeiro passo para consolidar a inclusão de seu nome na chapa que disputaria a Presidência em 2002, como vice do candidato do PSDB.

Em 1998, Jader liderou a ala do PMDB que apoiou a candidatura de Fernando Henrique Cardoso ao Planalto. Embora não tenha conseguido aprovar o apoio formal do PMDB ao tucano, Jader barrou a candidatura de Itamar Franco à Presidência, em março de 98, e em setembro seguinte foi eleito presidente do partido.

Neste ano, Jader planejava consolidar a aliança com o PSDB, barrando uma vez mais a candidatura de Itamar. Mas o confronto com o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) trouxe a público diversas denúncias de irregularidades, que não só danificaram sua imagem como enfraqueceram a ala governista do PMDB.

Para impedir que Jader o sucedesse no comando do Senado, ACM acusou Jader de envolvimento nas irregularidades da Sudam. O senador baiano também acusou Jader de envolvimento de desvios no Banpará quando governou o Estado. Sua atuação como ministro da Reforma Agrária, no governo Sarney, também foi colocada em questão: Jader teria sido beneficiado por operações fraudulentas com Títulos da Dívida Agrária emitidos para desapropriar uma fazenda inexistente.

O confronto de ACM com Jader provocou a renúncia do primeiro, mas a derrota do pefelista não redundou na vitória de Jader, pois as denúncias contra o presidente do Senado não pararam de crescer. A divulgação do relatório do BC sobre os desvios no Banpará silenciaram os poucos aliados de Jader: até o governo FHC quer se ver livre de seu antigo aliado.

Pará

Jader Fontenelle Barbalho nasceu em 27 de outubro de 1944, em Belém, filho de Joanelle Fontenelle Barbalho e Laércio Wilson Barbalho, deputado estadual cassado em 64 e hoje suplente de Jader.

Formado em direito, Jader começou na vida pública como vereador pelo MDB, em 1967. Quatro anos depois, assumiu uma cadeira de deputado estadual no Pará. Eleito deputado federal em 1974, reelegeu-se em 1978.

Em 1982, foi eleito governador do Pará pelo PMDB. Em 1985, durante sua gestão, Jader foi condenado pela Justiça por improbidade administrativa em razão da desapropriação da gleba Conceição do Aurá: a indenização paga pela área, que pertencia a um amigo de Jader, teria sido superfaturada. O Tribunal de Justiça do Pará extinguiu o processo três anos depois.

Deixou o governo do Pará em março de 1987. Em setembro, Jader foi convidado pelo presidente José Sarney para ocupar o Ministério da Reforma e Desenvolvimento Agrário. Permaneceu no cargo até julho do ano seguinte, quando foi nomeado ministro da Previdência Social. Ocupou a pasta até 1990, ano em que foi novamente eleito governador.

Em 1994, concorreu a uma cadeira no Senado e foi o mais votado, com 586.008 votos. Nas eleições presidenciais daquele ano, apoiou Orestes Quércia (PMDB) para presidente. Após a derrota de Quércia, porém, aproximou-se de FHC, passando a liderar a ala governista do seu partido.

Em 1998, foi derrotado pelo tucano Almir Gabriel no segundo turno da eleição para governador. Neste ano, com o apoio do PMDB e do PSDB, foi eleito presidente do Senado com 41 votos.

Jader é proprietário de um jornal, emissoras de rádio e TV, fazendas, terrenos, um apartamento de luxo e uma mansão em Brasília. Segundo levantamento feito pela revista "Veja", seu patrimônio valeria no mínimo R$ 30 milhões.

Leia mais no especial Jader Barbalho

 

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