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17/10/2001 - 06h54

FHC adia de novo escolha de ministro peemedebista

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso corre o risco de ganhar um inimigo no Senado com a hesitação em nomear o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) para o Ministério da Integração Nacional. Indicado pelo PMDB para a vaga de Ramez Tebet (MS), que deixou o cargo em 20 de setembro para assumir a presidência do Senado, Suassuna está irritado com a demora de FHC em convidá-lo.

Em conversa com amigos, ameaça partir para a oposição ao governo. Até o início da noite de ontem, Suassuna aguardava um sinal do Planalto. Anteontem, FHC já cancelara um encontro, que foi remarcado para ontem pelo secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, mas até as 18h30 não estava confirmado.

Apesar do veto público ao seu nome imposto pelo grupo do senador Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB), de quem é adversário político no Estado, Suassuna disse ao secretário-geral da Presidência que, para ele, "o veto é pessoal do presidente FHC".

Suassuna é pré-candidato a governador da Paraíba, assim como o prefeito de Campina Grande, Cássio Cunha Lima (PSDB), filho do ex-aliado e hoje adversário.

Eduardo Jorge
Reservadamente, Suassuna promete incomodar o governo. Ele preside uma comissão estratégica para o Planalto: a de Fiscalização e Controle, encarregada de examinar atos do governo.

Entre outras coisas, na comissão Suassuna é relator do chamado "caso EJ", investigação de suposto envolvimento do ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira em irregularidades. Seu parecer iria propor o arquivamento das denúncias, mas agora ele poderá mudar a conclusão.

O veto causa desgaste ao senador, embora o cargo não seja promissor. Se for confirmado, Suassuna será ministro por cerca de três meses, já que o PMDB tem data marcada para desembarcar do governo -20 de janeiro de 2002, quando serão realizadas as prévias para escolher o candidato a presidente da República.

Gravatas
Suassuna ficou conhecido por atitudes inusitadas no Senado, como distribuir bombons em reuniões de comissões, oferecer tortas no cafezinho do Senado para protestar contra reedições de medidas provisórias, possuir uma coleção de gravatas com motivos infantis e quase trocar socos com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) em plenário.

Nos próximos dias, ele vai lançar um livro de poesias chamado "Ousadia". Além disso, pinta quadros e compõe músicas (letra e melodia registradas em gravador e depois entregues a um músico profissional) e peças teatrais (uma delas em fase de ensaio).

"Podem procurar que não vão achar nada contra mim. Não sou ladrão, não cometi crime eleitoral. De mim, só podem dizer que sou feio. Isso podem", afirmou.

Plano
Antes de ser nomeado, já esboça um plano de ação para o ministério. Planeja estimular cidades a implantarem projetos de embelezamento e limpeza, patrocinadas por grandes empresas.

Ao mesmo tempo, pretende discutir com o Ministério da Cultura incentivo às culturas locais, principalmente ao artesanato, como forma de atrair turistas.
 

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