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24/10/2001 - 06h51

Maluf vai processar delegado que o conduziu à força à PF

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RONALD FREITAS
da Folha de S.Paulo

O ex-prefeito Paulo Maluf vai processar o delegado federal Almir Rodrigues Otero por abuso de poder. Na última segunda-feira, Otero determinou a condução coercitiva de Maluf à Polícia Federal e o indiciou por crime eleitoral e desobediência, por não ter comparecido para depor quando foi intimado anteriormente.

Levado à força em seu carro, com escolta, Maluf considerou a ordem do delegado uma "armação" para constrangê-lo. Em nota divulgada ontem pelo ex-prefeito, o advogado José Roberto Leal admite ter recebido uma única intimação, em 2000.

Como Maluf estava em campanha pela Prefeitura de São Paulo, Leal teria acertado com o delegado remarcar o depoimento. "A nova intimação nunca chegou às mãos de Maluf", diz a nota. Há dois dias, porém, Leal disse que a primeira intimação tinha sido entregue depois da data marcada para o depoimento.

Suspeito de não ter declarado ao Tribunal Regional Eleitoral doação de bens e dinheiro para a campanha de 1998 e de beneficiar partidos políticos com o uso da máquina administrativa, o ex-prefeito foi informado de que deveria prestar depoimento a Otero enquanto era ouvido pelo promotor Sílvio Marques, do Ministério Público de São Paulo.

Marques apura o envolvimento do ex-prefeito em atos de improbidade administrativa e a relação dos supostos ilícitos com as contas de que a família Maluf é beneficiária na ilha de Jersey. Maluf e seus familiares negam a posse de dinheiro no exterior. A Folha não conseguiu ouvir o delegado Otero até o fechamento desta edição.

Caso Jersey
O procurador suíço Jean-Louis Crochet teria enviado ontem documentos relativos ao caso Jersey à Embaixada do Brasil na Suíça e pediu novas informações sobre processos em que Maluf é réu.

O processo que está de acordo com o pedido é o dos precatórios, que tramita na Justiça Federal, em que o ex-prefeito é acusado de prestar informações falsas ao Senado e ao Banco Central para conseguir autorização de emissão de títulos públicos em valor superior ao total de precatórios a serem pagos. As autoridades brasileiras não confirmaram o recebimento dos documentos.
 

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