Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/11/2001 - 07h45

Roseana fala como candidata em festa

Publicidade

FÁBIO VICTOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG

enviados especiais a São Luís

O convite, feito pelo irmão Fernando, falava em uma recepção a jornalistas que foram a São Luís cobrir o jogo da seleção brasileira, mas o que houve na noite de anteontem na casa do governo do Maranhão, na praia do Calhau, foi o lançamento informal da candidatura de Roseana Sarney (PFL-MA), 48, à Presidência da República.

Sob um enorme toldo branco à beira-mar, a governadora do Estado e pré-candidata pefelista falou e agiu pela primeira vez num evento público como concorrente ao Palácio do Planalto no ano que vem.

"Na política, as coisas acontecem mesmo sem você querer", disse, ao explicar que sua intenção inicial era disputar o Senado nas eleições de 2002.

"Todo mundo que está na política tem sonhos, e o maior deles é governar o seu país", declarou, uma semana depois de ter aparecido em segundo lugar numa pesquisa, com 19,1% dos votos, à frente de Ciro Gomes (PPS) e atrás somente de Lula (PT).

A pesquisa foi realizada antes de o seu partido ter dedicado o tempo todo da propaganda na TV para a governadora maranhense falar de seu governo e da importância da mulher na política.

Roseana parece tão certa de que será candidata que, questionada sobre o desejo de parte do PMDB de indicar o vice numa chapa liderada por ela, afirmou: "Não coloque nomes em minha boca. Está todo mundo querendo colocar um nome na minha boca. Isso quem vai decidir é cada partido".

Articulação
Mas ela já trabalha para costurar a chapa. Um dos articuladores políticos do seu governo viaja esta semana a Brasília para um encontro com Pedro Simon. O senador é um dos três pré-candidatos do PMDB.

Caso resolva apoiar Roseana, pode isolar o governador de Minas, Itamar Franco, e praticamente enterrar as chances de o partido lançar candidato próprio à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso.

A candidatura também foi detonada nas ruas de São Luís, com ajuda da seleção, que decidiria ontem na cidade uma vaga para a Copa de 2002, em partida contra a Venezuela.

Primeiro, o governo espalhou outdoors com a inscrição: "Seleção, bem-vinda à classificação". Na noite de anteontem, enquanto a governadora começava a recepcionar os convidados na praia do Calhau, operários colavam uma nova leva de cartazes, desta vez com uma mensagem mais
direta: "O futuro do Brasil passa pelo Maranhão".

Convidados
A campanha estava nas ruas.
Na casa de praia, Roseana não fez discurso no palanque armado para os shows de música maranhense. Cercada por jornalistas, deu seguidas entrevistas, sempre interrompidas por cumprimentos e abraços de convidados ilustres ou nem tanto.

Secretários de governo, dirigentes de futebol, esportistas e artistas marcaram presença.

Estava lá a cantora maranhense Alcione, a "Marrom", amiga dos Sarney, que cantou no palco em homenagem à governadora.
Estavam lá dirigentes do alto escalão da CBF, a Confederação Brasileira de Futebol.

Estava lá o locutor da TV Globo Galvão Bueno, amigo de Fernando Sarney, diretor da CBF.

Estava lá a campeão de windsurfe Dora Bria, que foi a São Luís para um
campeonato e, a convite de Roseana, ficou para o jantar. Elogiou a governadora, com adjetivos como "contagiante" e "encantadora".

Estava lá o produtor de ópera carioca Fernando Bicudo, radicado há 11
anos em São Luís.

Envergando um terno laranja, ele inflou como ninguém a candidatura de Roseana, que o nomeou diretor do Teatro Artur de Azevedo. "Ela não é balão de ensaio. É a melhor governadora do Brasil há oito anos, mas o triângulo das bermudas formado por São Paulo, Rio e Brasília não vem aqui para ver isso."

Empolgado, Bicudo exaltou a porção "socialista" da governadora. "Ela é do PFL vermelho, social. Tem PC do B no governo dela. Na verdade, ela não tem muito a ver com o PFL."

Sentado a poucos metros, observando tudo, o marido de Roseana, o supersecretário de governo Jorge Murad, a quem os adversários acusam de mandar mais no governo do que a mulher, tamborilava um samba na mesa, entre um gole de água e outro de "prosecco".

Uísque 12 anos, camarão, caranguejo, mesas e bandejas fartas saciaram os cerca de 300 convidados até altas horas.

Do lado de fora, carros da PM protegiam a festa. Na madrugada quente de quarta-feira em São Luís, se encerrava o primeiro ato da campanha de Roseana.

Leia mais no especial Eleições 2002

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade