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23/11/2001 - 16h49

Maluf diz que decisão de juíza é "absurda" e que vai recorrer

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FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em São Vicente

O ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PPB) classificou hoje como "absurda" a decisão da juíza Silvia Maria Meirelles Novaes de Andrade, da 4ª Vara da Fazenda Pública, que determinou o sequestro dos bens de sua família na ilha de Jersey.

Ele disse que recorrerá da decisão, voltou a negar a existência de contas no exterior em seu nome ou no de seus familiares e reafirmou que exigirá na Justiça uma indenização do governo do Estado por danos morais, devido à ação movida na última terça pelo Ministério Público Estadual, à qual, anteontem, a juíza concedeu liminar (decisão provisória).

A execução da medida da juíza dependerá agora das autoridades de Jersey (Reino Unido), que receberão pedido a ser encaminhado por via diplomática pelo Ministério da Justiça. A liminar é decorrência de ação movida pelo MP, que investiga a relação entre os US$ 200 milhões que Maluf nega possuir no exterior e eventuais atos de improbidade administrativa do ex-prefeito.

Em campanha para o governo do Estado, Paulo Maluf esteve hoje em São Vicente (litoral paulista), para conceder entrevistas a emissoras de rádio e de TV locais e visitar a Câmara e a prefeitura.

O ex-prefeito comparou a acusação de remessa ilegal de dólares para o paraíso fiscal da ilha de Jersey à de que foi alvo há dois anos, segundo a qual teria uma filha fora do casamento.

"Já falei mil vezes que não tenho dinheiro fora do Brasil. Esta é a mesma história da filha que me arrumaram. Meti uma ação judicial, fiz o exame de DNA, deu negativo e provei que [a criança] não era minha. E isso [o caso Jersey] é exatamente a mesma coisa", declarou.

Para Maluf, o sequestro de um bem só se justificaria para fins de pagamento de uma decisão judicial. "Se eu não tenho nenhuma condenação, se não devo nada ao Estado ou a ninguém, vai congelar o quê? Dizem os promotores que é por causa de uma eventual futura condenação. Mas eles não são juízes", afirmou.

A exemplo do que fez no horário eleitoral gratuito do PPB na televisão, o ex-prefeito voltou a acusar os promotores de agir politicamente, a mando do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo ele, os procuradores se dedicam a investigá-lo, mas não abrem inquérito para apurar suposto superfaturamento na obra do Rodoanel, em São Paulo, que recebeu aditivos nos contratos durante a gestão Alckmin.
"Para investigar adversários do governo, eles têm a velocidade de uma Ferrari, pilotada por Michael Schumacher. Para investigar o próprio governo, a velocidade é de tartaruga", declarou.

Ontem, o procurador-geral de Justiça do Estado, José Geraldo Filomeno, determinou a instauração de providências administrativas e criminais contra Maluf por considerar que, durante o programa na TV, o ex-prefeito ofendeu a instituição.

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