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08/07/2000 - 03h10

Candidato do PPB é hostilizado no dia da paz

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PATRICIA ZORZAN, da Folha de S.Paulo

Vestido de branco da cabeça aos pés em solidariedade ao movimento Basta! Eu quero paz -pela redução da criminalidade-, o candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf, enfrentou ontem as maiores demonstrações de hostilidade em relação a seu nome desde que iniciou sua campanha de rua, em setembro.

Os dois incidentes ocorreram no bairro de Santo Antônio, zona sul da cidade, durante visitas preparadas pela assessoria do pepebista a malufistas da região.

O primeiro protesto aconteceu enquanto o ex-prefeito discursava em frente à casa de Walter Pereira Cândido.

Malufista declarado, Cândido não pôde conter o filho, Waldeci da Rocha
Cândido, 17, que insistia em encobrir o discurso do ex-prefeito com o som de uma guitarra.

"Vai ficar iludindo o povo que não tem cultura. Esse pessoal bobo é comprado por balas e vai acreditando nele. Eu abri o olho enquanto os outros estavam de olhos fechados", gritava o estudante, que se disse eleitor de Enéas Carneiro (Prona).

Contrariado, o pai do menino tentava impedi-lo de atrapalhar Maluf, desligando a chave de luz que mantinha a guitarra ligada. ""Ele não tem respeito", repetia.

Waldeci chegou a pegar um ovo, mas foi impedido de sair de casa pela segurança de Maluf.

Minutos depois, ao parar em uma padaria para um lanche, o pepebista foi novamente interrompido por uma opositora. Sem querer se identificar, uma mulher se aproximou, afirmando que "ser pobre não é pecado".

"Seu maldito. Meu irmão morreu no PAS como em uma cela do nazismo. Não adianta você tomar banho com desinfetante quando vai para casa", gritava ela.

Rodeado por seus seguranças, o ex-prefeito pediu que deixassem a mulher se pronunciar. "E você acha que alguém vai ter 100% dos votos? Tudo isso é livre", limitou-se a dizer. ""E não tenho medo de ovo porque já acabaram com todo o estoque no ministro José Serra (Saúde)", ironizou o candidato.

Assim como vem fazendo nos últimos dias, o ex-prefeito prometeu a posse de terrenos invadidos a moradores das áreas visitadas.

Maluf e o prefeito Celso Pitta (PTN) trocaram ataques ontem depois que o candidato pepebista defendeu a aprovação do processo de impeachment contra seu ex-afilhado político. "É um mau-caráter", disse Pitta.

"E ele é um traidor do povo", reagiu Maluf, que ontem foi ainda mais enfático em sua posição. "Se eu fosse vereador, votaria a favor. Mas não sou petista e não patrulho vereador", afirmou, referindo-se a parlamentares do PPB que articulam a favor de Pitta.

O bate-boca eleitoral se estendeu ainda à candidata do PT Marta Suplicy, que anteontem declarou que pretendia lavar a prefeitura com "criolina". "Se eu fosse mal-educado, diria que, lavar com criolina, ela deve ter experiência no mínimo três vezes por semana", retrucou Maluf.

"Quero limpar a cidade enquanto ele tem de limpar a ficha policial. Ele sabe que posso ganhar no primeiro turno e por isso vai partir para todas as baixarias. Preparem-se", respondeu Marta.

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