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11/07/2000
-
03h05
ALEXANDRE OLTRAMARI e MARTA SALOMON, da Folha de S.Paulo
Oficialmente afastado do governo desde abril de 1998, o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira continuou tendo acesso privilegiado a integrantes do núcleo do poder em Brasília.
Além de conversar com o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem assessorou durante 16 anos, Eduardo Jorge já foi recebido pelos ministros Andrea Matarazzo (Secretaria de Comunicação), Francisco Dornelles (Trabalho), Eliseu Padilha (Transportes) e pelo assessor especial de FHC Eduardo Graeff.
De Matarazzo, ouve-se o seguinte testemunho sobre Eduardo Jorge: ""Ele conhece o governo como poucos".
Dono de uma empresa de consultoria, a EJP, com escritório próximo à Esplanada dos Ministérios, Eduardo Jorge afirma que jamais procurou seus antigos interlocutores no governo para tratar de negócios. Mas, em pelo menos uma ocasião, tratou.
Em novembro do ano passado, o ex-secretário foi recebido pelo ministro Eliseu Padilha (Transportes) em seu gabinete. Fazia consulta para um de seus clientes, o presidente do Sindicato dos Armadores do Rio de Janeiro, Richard Klien, dono da empresa Transrol. Queria ter conhecimento prévio de uma portaria que seria editada no mês seguinte, com normas para a liberação de embarcações com cargas brasileiras.
Não foi o único encontro. Padilha conversou com Eduardo Jorge pelo menos outras quatro vezes -uma delas no gabinete.
O ex-secretário também manteve contato com seu sucessor, Eduardo Graeff,
atual assessor especial do presidente Fernando Henrique Cardoso. ""Eduardo Jorge é meu amigo", disse Graeff ontem. Ele classificou as suspeitas contra o ex-colega como ""linchamento moral".
Eduardo Graeff não se lembra de nenhum encontro com o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto. Como secretário-geral da Presidência, continuou mantendo contatos ""institucionais" com o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, mas seu interlocutor foi o presidente da Casa, disse.
Eduardo Jorge subia pelo elevador privativo de autoridades quando ia se encontrar com o ministro da Secretaria de Comunicação do Governo, Andrea Matarazzo. Eles se encontraram pelo menos três vezes desde que Eduardo Jorge não era mais ministro nem coordenador da campanha de FHC. O último encontro ocorreu há dois meses, mas os dois se falaram, por telefone, há 20 dias."Conversamos sobre conjuntura política e leitura de pesquisas (de opinião)", disse o ministro.
O ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, é outro interlocutor do ex-secretário. Como Padilha, integrou com Eduardo Jorge o grupo de articuladores políticos do governo. Por meio de sua assessoria, disse que "recebeu Eduardo Jorge várias vezes, mas não lembra quando isso ocorreu".
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Ex-secretário manteve acesso ao poder
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Oficialmente afastado do governo desde abril de 1998, o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira continuou tendo acesso privilegiado a integrantes do núcleo do poder em Brasília.
Além de conversar com o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem assessorou durante 16 anos, Eduardo Jorge já foi recebido pelos ministros Andrea Matarazzo (Secretaria de Comunicação), Francisco Dornelles (Trabalho), Eliseu Padilha (Transportes) e pelo assessor especial de FHC Eduardo Graeff.
De Matarazzo, ouve-se o seguinte testemunho sobre Eduardo Jorge: ""Ele conhece o governo como poucos".
Dono de uma empresa de consultoria, a EJP, com escritório próximo à Esplanada dos Ministérios, Eduardo Jorge afirma que jamais procurou seus antigos interlocutores no governo para tratar de negócios. Mas, em pelo menos uma ocasião, tratou.
Em novembro do ano passado, o ex-secretário foi recebido pelo ministro Eliseu Padilha (Transportes) em seu gabinete. Fazia consulta para um de seus clientes, o presidente do Sindicato dos Armadores do Rio de Janeiro, Richard Klien, dono da empresa Transrol. Queria ter conhecimento prévio de uma portaria que seria editada no mês seguinte, com normas para a liberação de embarcações com cargas brasileiras.
Não foi o único encontro. Padilha conversou com Eduardo Jorge pelo menos outras quatro vezes -uma delas no gabinete.
O ex-secretário também manteve contato com seu sucessor, Eduardo Graeff,
atual assessor especial do presidente Fernando Henrique Cardoso. ""Eduardo Jorge é meu amigo", disse Graeff ontem. Ele classificou as suspeitas contra o ex-colega como ""linchamento moral".
Eduardo Graeff não se lembra de nenhum encontro com o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto. Como secretário-geral da Presidência, continuou mantendo contatos ""institucionais" com o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, mas seu interlocutor foi o presidente da Casa, disse.
Eduardo Jorge subia pelo elevador privativo de autoridades quando ia se encontrar com o ministro da Secretaria de Comunicação do Governo, Andrea Matarazzo. Eles se encontraram pelo menos três vezes desde que Eduardo Jorge não era mais ministro nem coordenador da campanha de FHC. O último encontro ocorreu há dois meses, mas os dois se falaram, por telefone, há 20 dias."Conversamos sobre conjuntura política e leitura de pesquisas (de opinião)", disse o ministro.
O ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, é outro interlocutor do ex-secretário. Como Padilha, integrou com Eduardo Jorge o grupo de articuladores políticos do governo. Por meio de sua assessoria, disse que "recebeu Eduardo Jorge várias vezes, mas não lembra quando isso ocorreu".
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