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26/12/2001
-
08h43
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo
Há um ano, o Sebrae de São Paulo se transformou em palco de uma ferrenha disputa pelo poder. Está em jogo o comando do maior orçamento do Sistema Sebrae -R$ 207 milhões para 2002.
Os rivais são Fernando Leça, superintendente do Sebrae-SP, e Fábio Meirelles, presidente do Conselho Deliberativo do órgão.
Indicado pelo governador Mario Covas para o cargo, Leça foi demitido pelo conselho em setembro. Voltou ao cargo por meio de uma ação judicial proposta pelo departamento jurídico do Sebrae Nacional.
Dez dias fora da cadeira foram suficientes para que o relatório preliminar de uma auditoria no departamento de informática indicasse desperdício potencial de 53% de um total de R$ 21,78 milhões investidos no setor entre 1996 e 2001. Metade da verba foi usada na gestão de Leça.
De volta ao cargo, Leça recobrou o direito ao salário de R$ 15 mil e ao uso de um cartão de crédito, pago pelo Sebrae-SP, com limite de R$ 15 mil mensais.
Nos bastidores, comenta-se que ele será candidato a deputado federal em 2002. Mas sua situação nem de longe é confortável, principalmente devido ao excesso de presteza com que atendeu às demandas do governo estadual.
Em 1999, a pedido da Secretaria de Estado da Cultura, fez uma pesquisa para identificar as preferências do público de teatro de São Paulo.
Gastou R$ 98 mil, mesmo diante de um parecer técnico contrário à iniciativa. Leça também pagou R$ 43,2 mil por uma pesquisa sobre os frequentadores do Carnaval paulistano de 2000, em atendimento a um pedido da Secretaria de Estado do Turismo. E deu R$ 20 mil para ajudar a financiar o Baile dos 500 Anos.
Os gastos com o departamento de marketing subiram. Segundo auditoria, o contrato licitado, no valor de R$ 2,5 milhões, foi manipulado para abrigar gastos de R$ 8 milhões, sem controle e com prejuízos para o Sebrae-SP.
Outro lado
Leça nega que haja problemas de gestão no órgão e atribui as supostas irregularidades na condução da instituição a uma manobra para tirá-lo do cargo. "O que está sendo feito, armado, é uma grande mentira. Não se enxovalha uma vida como a minha impunemente", declarou.
Quanto ao apoio financeiro do Sebrae-SP a programas do governo do Estado, Leça disse não haver qualquer irregularidade. "Somos parceiros e não oposição."
Regional paulista do Sebrae vive disputa em sua cúpula
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da Folha de S.Paulo
Há um ano, o Sebrae de São Paulo se transformou em palco de uma ferrenha disputa pelo poder. Está em jogo o comando do maior orçamento do Sistema Sebrae -R$ 207 milhões para 2002.
Os rivais são Fernando Leça, superintendente do Sebrae-SP, e Fábio Meirelles, presidente do Conselho Deliberativo do órgão.
Indicado pelo governador Mario Covas para o cargo, Leça foi demitido pelo conselho em setembro. Voltou ao cargo por meio de uma ação judicial proposta pelo departamento jurídico do Sebrae Nacional.
Dez dias fora da cadeira foram suficientes para que o relatório preliminar de uma auditoria no departamento de informática indicasse desperdício potencial de 53% de um total de R$ 21,78 milhões investidos no setor entre 1996 e 2001. Metade da verba foi usada na gestão de Leça.
De volta ao cargo, Leça recobrou o direito ao salário de R$ 15 mil e ao uso de um cartão de crédito, pago pelo Sebrae-SP, com limite de R$ 15 mil mensais.
Nos bastidores, comenta-se que ele será candidato a deputado federal em 2002. Mas sua situação nem de longe é confortável, principalmente devido ao excesso de presteza com que atendeu às demandas do governo estadual.
Em 1999, a pedido da Secretaria de Estado da Cultura, fez uma pesquisa para identificar as preferências do público de teatro de São Paulo.
Gastou R$ 98 mil, mesmo diante de um parecer técnico contrário à iniciativa. Leça também pagou R$ 43,2 mil por uma pesquisa sobre os frequentadores do Carnaval paulistano de 2000, em atendimento a um pedido da Secretaria de Estado do Turismo. E deu R$ 20 mil para ajudar a financiar o Baile dos 500 Anos.
Os gastos com o departamento de marketing subiram. Segundo auditoria, o contrato licitado, no valor de R$ 2,5 milhões, foi manipulado para abrigar gastos de R$ 8 milhões, sem controle e com prejuízos para o Sebrae-SP.
Outro lado
Leça nega que haja problemas de gestão no órgão e atribui as supostas irregularidades na condução da instituição a uma manobra para tirá-lo do cargo. "O que está sendo feito, armado, é uma grande mentira. Não se enxovalha uma vida como a minha impunemente", declarou.
Quanto ao apoio financeiro do Sebrae-SP a programas do governo do Estado, Leça disse não haver qualquer irregularidade. "Somos parceiros e não oposição."
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