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07/01/2002
-
06h09
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Enquanto elogia publicamente a governadora Roseana Sarney (PFL-MA) e recomenda que tucanos evitem ataques diretos à candidatura presidencial da pefelista, Fernando Henrique Cardoso busca miná-la nos bastidores.
O presidente tenta tirar o publicitário Nizan Guanaes da candidatura Roseana e levá-lo para a do seu preferido, o ministro da Saúde, José Serra (PSDB).
No início de dezembro, FHC e Nizan tiveram uma conversa pessoal e direta. O presidente disse que o publicitário, por ter feito suas campanhas em 1994 e 1998, tinha mais afinidade com o PSDB e deveria trabalhar para Serra.
Nizan respondeu que se sente desconfortável no PFL e que ideologicamente é um tucano. Mas lembrou ter sido traumática a relação com Serra na campanha à prefeitura paulistana em 1996.
Segundo Nizan, que fez a campanha derrotada do ministro naquele ano, Serra é um candidato irascível, desobediente e com mania de ouvir várias opiniões, desautorizando o marqueteiro.
FHC argumentou que o ministro está mais maleável porque sabe que esta é a sua melhor oportunidade para tentar a Presidência. O presidente se dispôs a fazer um almoço da paz entre eles.
Para melhorar a relação de Nizan com Serra, FHC perguntou ao publicitário se ele ficaria satisfeito com a nomeação de João Roberto Vieira da Costa, o Bob, para secretário de Comunicação do Governo. Nizan disse que sim.
Bob, ex-assessor de comunicação do ministro, trabalhou com Geraldo Walter, sócio de Nizan que morreu meses depois da campanha de Serra em 1996.
Nizan ficou de pensar no pedido e está tentando se afastar de Roseana, o que já foi percebido pelos estrategistas do PFL.
O publicitário prepara o programa de TV do PFL que exibirá a governadora neste mês, mas reluta em assumir um compromisso para toda a campanha de Roseana. O publicitário foi procurado pela Folha. Sua assessoria informou que ele está de férias no sul da Bahia e que desejava descansar e não falar de política.
A Folha apurou, porém, que Nizan estuda um modo de não melindrar Roseana e satisfazer FHC. Poderia se afastar da pefelista, alegando outros planos profissionais, e dar uma assessoria por baixo do pano a Serra. FHC gostaria que Nizan cuidasse do programa de TV do PSDB de março, para o qual há planos de exibir o presidente e o ministro da Saúde.
O publicitário está na dúvida. Teme jogar fora a oportunidade de fazer mais uma campanha presidencial vencedora. Hoje, uma parcela do PMDB tende a apoiar a pefelista por avaliar que há setores do próprio PSDB que farão corpo mole em relação a Serra.
Ou seja, há entre os próprios tucanos dúvida em relação à viabilidade eleitoral do ministro, que está com 7% na pesquisa Datafolha divulgada ontem. Roseana, no mesmo cenário, tem 21%.
O governador Tasso Jereissati (PSDB-CE), por exemplo, saiu do páreo tucano contrariado com as articulações de FHC a favor de Serra. Tasso defende uma eventual aliança com Roseana se Serra não subir nas pesquisas.
A ação de FHC para minar Roseana também chegou ao analista de pesquisas Antônio Lavareda, dono da empresa MCI, companhia com linha direta no Planalto. Circulou a notícia de que Lavareda, próximo a FHC e a Tasso, teria fechado com Serra. No entanto, o pesquisador tem dito a interlocutores que está firme com Roseana.
Nos bastidores, FHC tenta minar Roseana
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Enquanto elogia publicamente a governadora Roseana Sarney (PFL-MA) e recomenda que tucanos evitem ataques diretos à candidatura presidencial da pefelista, Fernando Henrique Cardoso busca miná-la nos bastidores.
O presidente tenta tirar o publicitário Nizan Guanaes da candidatura Roseana e levá-lo para a do seu preferido, o ministro da Saúde, José Serra (PSDB).
No início de dezembro, FHC e Nizan tiveram uma conversa pessoal e direta. O presidente disse que o publicitário, por ter feito suas campanhas em 1994 e 1998, tinha mais afinidade com o PSDB e deveria trabalhar para Serra.
Nizan respondeu que se sente desconfortável no PFL e que ideologicamente é um tucano. Mas lembrou ter sido traumática a relação com Serra na campanha à prefeitura paulistana em 1996.
Segundo Nizan, que fez a campanha derrotada do ministro naquele ano, Serra é um candidato irascível, desobediente e com mania de ouvir várias opiniões, desautorizando o marqueteiro.
FHC argumentou que o ministro está mais maleável porque sabe que esta é a sua melhor oportunidade para tentar a Presidência. O presidente se dispôs a fazer um almoço da paz entre eles.
Para melhorar a relação de Nizan com Serra, FHC perguntou ao publicitário se ele ficaria satisfeito com a nomeação de João Roberto Vieira da Costa, o Bob, para secretário de Comunicação do Governo. Nizan disse que sim.
Bob, ex-assessor de comunicação do ministro, trabalhou com Geraldo Walter, sócio de Nizan que morreu meses depois da campanha de Serra em 1996.
Nizan ficou de pensar no pedido e está tentando se afastar de Roseana, o que já foi percebido pelos estrategistas do PFL.
O publicitário prepara o programa de TV do PFL que exibirá a governadora neste mês, mas reluta em assumir um compromisso para toda a campanha de Roseana. O publicitário foi procurado pela Folha. Sua assessoria informou que ele está de férias no sul da Bahia e que desejava descansar e não falar de política.
A Folha apurou, porém, que Nizan estuda um modo de não melindrar Roseana e satisfazer FHC. Poderia se afastar da pefelista, alegando outros planos profissionais, e dar uma assessoria por baixo do pano a Serra. FHC gostaria que Nizan cuidasse do programa de TV do PSDB de março, para o qual há planos de exibir o presidente e o ministro da Saúde.
O publicitário está na dúvida. Teme jogar fora a oportunidade de fazer mais uma campanha presidencial vencedora. Hoje, uma parcela do PMDB tende a apoiar a pefelista por avaliar que há setores do próprio PSDB que farão corpo mole em relação a Serra.
Ou seja, há entre os próprios tucanos dúvida em relação à viabilidade eleitoral do ministro, que está com 7% na pesquisa Datafolha divulgada ontem. Roseana, no mesmo cenário, tem 21%.
O governador Tasso Jereissati (PSDB-CE), por exemplo, saiu do páreo tucano contrariado com as articulações de FHC a favor de Serra. Tasso defende uma eventual aliança com Roseana se Serra não subir nas pesquisas.
A ação de FHC para minar Roseana também chegou ao analista de pesquisas Antônio Lavareda, dono da empresa MCI, companhia com linha direta no Planalto. Circulou a notícia de que Lavareda, próximo a FHC e a Tasso, teria fechado com Serra. No entanto, o pesquisador tem dito a interlocutores que está firme com Roseana.
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