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07/01/2002
-
06h14
RAYMUNDO COSTA
FERNANDO RODRIGUES
OTÁVIO CABRAL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Ensaiado com esmero desde o ano passado, o capítulo final da novela da candidatura própria do PMDB à Presidência está pronto para ser encenado pela cúpula partidária. Como farsa: a sigla não deve ter candidato e se prepara para negociar o precioso tempo de TV que tem com PSDB ou PFL.
A intenção da cúpula peemedebista é resolver internamente a questão em fevereiro. Assim, poderia anunciar em março a decisão. Até agora, a direção do partido prestava juras de amor eterno à candidatura própria. Era uma tática para impedir o avanço do governador Itamar Franco (MG).
Com a queda de Itamar nas pesquisas (passou de 11% em setembro para os atuais 6%) e os problemas que o governador enfrenta com seu vice, Newton Cardoso, em Minas, o discurso mudou.
Caso exemplar é o discurso sinuoso do ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha: "Defendo a candidatura própria do PMDB a presidente. Mas eu não sou ingênuo. Sei que há alas no partido que vão pressionar por uma aliança, caso nosso candidato não mostre perspectiva de poder. O partido mudando de posição, sou um quadro de partido".
Padilha não é o único. Ex-assessor de Fernando Henrique Cardoso, Moreira Franco (RJ) defende que a legenda deve negociar unida o seu apoio ao PSDB ou ao PFL. Ou corre o risco de entrar numa aliança em posição de inferioridade, como em 1998.
Na ocasião, os governistas conseguiram barrar a candidatura de Itamar, mas não tiveram forças para oficializar a coligação com o PSDB e entregar o tempo de TV a FHC. O PMDB ficou no governo, mas em posição secundária.
Um primor é a argumentação do ministro da Integração Nacional, Ney Suassuna (PB). "O PMDB é o partido com a situação mais favorável de todos. Só lança candidato com chance de vitória. Do contrário, apóia Roseana Sarney [PFL" ou José Serra [PSDB"."
Pelo histórico peemedebista, não será surpresa se a sigla rachar, uma parte ficando com o PFL e outra com o PSDB. A divisão tem sido a marca indelével do PMDB.
PMDB deve barganhar com tempo de TV
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FERNANDO RODRIGUES
OTÁVIO CABRAL
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Ensaiado com esmero desde o ano passado, o capítulo final da novela da candidatura própria do PMDB à Presidência está pronto para ser encenado pela cúpula partidária. Como farsa: a sigla não deve ter candidato e se prepara para negociar o precioso tempo de TV que tem com PSDB ou PFL.
A intenção da cúpula peemedebista é resolver internamente a questão em fevereiro. Assim, poderia anunciar em março a decisão. Até agora, a direção do partido prestava juras de amor eterno à candidatura própria. Era uma tática para impedir o avanço do governador Itamar Franco (MG).
Com a queda de Itamar nas pesquisas (passou de 11% em setembro para os atuais 6%) e os problemas que o governador enfrenta com seu vice, Newton Cardoso, em Minas, o discurso mudou.
Caso exemplar é o discurso sinuoso do ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha: "Defendo a candidatura própria do PMDB a presidente. Mas eu não sou ingênuo. Sei que há alas no partido que vão pressionar por uma aliança, caso nosso candidato não mostre perspectiva de poder. O partido mudando de posição, sou um quadro de partido".
Padilha não é o único. Ex-assessor de Fernando Henrique Cardoso, Moreira Franco (RJ) defende que a legenda deve negociar unida o seu apoio ao PSDB ou ao PFL. Ou corre o risco de entrar numa aliança em posição de inferioridade, como em 1998.
Na ocasião, os governistas conseguiram barrar a candidatura de Itamar, mas não tiveram forças para oficializar a coligação com o PSDB e entregar o tempo de TV a FHC. O PMDB ficou no governo, mas em posição secundária.
Um primor é a argumentação do ministro da Integração Nacional, Ney Suassuna (PB). "O PMDB é o partido com a situação mais favorável de todos. Só lança candidato com chance de vitória. Do contrário, apóia Roseana Sarney [PFL" ou José Serra [PSDB"."
Pelo histórico peemedebista, não será surpresa se a sigla rachar, uma parte ficando com o PFL e outra com o PSDB. A divisão tem sido a marca indelével do PMDB.
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