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08/01/2002 - 19h32

Ex-secretário de Maringá é condenado a nove anos de prisão

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JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina

O ex-secretário de Fazenda de Maringá (noroeste do PR) Luiz Antônio Paolicchi foi condenado pela Justiça Federal, em julgamento que terminou na noite de ontem, a nove anos e 15 dias prisão acusado de de peculato, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Os advogados do ex-secretário irão recorrer da sentença junto ao Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (RS).

Paolicchi, preso desde dezembro de 2000, é acusado de comandar um esquema de desvios de recursos do município que chegou, segundo o Tribunal de Contas do Paraná, a R$ 109 milhões.

No processo em que foi condenado, Paolicchi é acusado de desviar R$ 3,1 milhões da Prefeitura de Maringá. A partir de 4 de fevereiro, o ex-secretário deverá ser julgado por desvios em outros processos, referente a ações que apuram desvios de R$ 46,9 milhões, R$ 23,9 milhões e R$ 9,3 milhões, durante a administração Jairo Gianoto (PSDB).

O ex-prefeito Gianoto será ouvido como réu também no início de fevereiro. Em depoimentos em juízo, Paolicchi sempre alegou que organizava os desvios obedecendo ordens superiores. Ele trabalhou como secretário da Fazenda em duas administrações municipais de Maringá.

O caso tomou dimensão de escândalo político quando o doleiro Alberto Youssef, em depoimento ao Ministério Público do Paraná, afirmou que fazia empréstimos a Paolicchi para que o dinheiro fosse utilizado na campanha eleitoral de 1998.

Os beneficiados seriam candidatos ligados à coligação que reelegeu o governador Jaime Lerner (PFL) ao governo do Paraná. O pagamento dos empréstimos eram feitos com os recursos desviados do município, segundo a acusação.

Tanto Lerner quanto todo o comando da campanha pefelista negam quaisquer irregularidades ou uso de dinheiro desviado. Além de Maringá, um escândalo de desvio semelhante em Londrina (norte do Paraná) derrubou outro prefeito aliado de Lerner, Antonio Belinati (ex-PFL, hoje PL).

Além de Paolicchi, os funcionários municipais Rosemeire Castelhano Barbosa, ex-tesoureira da prefeitura, e Jorge Aparecido Sossai, ex-diretor da secretaria de Fazenda, foram condenados a três anos e 11 meses de detenção. Valdemir Ronaldo Correa, funcionário particular de Paolicchi, foi condenado a dois anos por crime de lavagem de dinheiro.

Preso há um ano e um mês, Paolicchi foi transferido há menos de um mês do quartel do Corpo de Bombeiros de Maringá para o Batalhão da Polícia Militar de Maringá após interferência do Ministério Público Federal, que questionou as regalias de Paolicchi na prisão. No quartel dos Bombeiros, ele tinha uma professora particular de inglês e direito a um personal trainer.

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