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09/01/2002
-
06h48
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Além de desaprovar e julgar natimorta a pré-candidatura ao Planalto do ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário), a cúpula do PMDB crê que o seu recém-filiado esteja sendo usado como "laranja" do presidenciável tucano José Serra para atacar a adversária Roseana Sarney (PFL).
"Com todo o respeito, do ponto de vista eleitoral, a candidatura do Jungmann é um minifúndio improdutivo", disse Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado. "Parece uma armadilha. Quem inventou essa maluquice que desinvente", afirmou.
O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Geddel Vieira Lima (BA), também criticou o lançamento: "Não me presto a aventuras. Ele acabou de entrar no partido. É uma candidatura sem sentido, apesar de considerá-lo uma boa e agradável figura".
O presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), foi logo desaprovando as críticas que Jungmann fez ao PFL de Roseana, governadora do Maranhão. "Se a candidatura dele tiver o objetivo de atacar outras candidaturas e não o de buscar respaldo político e popular para se viabilizar, o PMDB não se prestará a isso", disse Temer, após reunião com a cúpula do partido em São Paulo.
Cotado para vice de Roseana, Temer diz que o PMDB não será hostil aos aliados. Ele, por exemplo, vai se reunir amanhã em São Paulo com os presidentes do PFL e do PSDB -o senador Jorge Bornhausen (SC) e o deputado José Aníbal (SP), respectivamente.
Não interessa ao PMDB fazer o papel de crítico de Roseana e do PFL porque, mantido o quadro em que a governadora dá um banho em Serra nas pesquisas (21% a 7% no último Datafolha), a tendência será fechar com a pefelista.
Desconfiança
Peemedebistas desconfiam que Serra, ministro da Saúde, tenha tido o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso para incentivar o lançamento de
Jungmann como crítico de Roseana.
FHC e Serra temem atacar a governadora diretamente. O presidente melindraria um aliado antigo, o PFL, em seu último ano de governo, e o pré-candidato tucano abriria uma guerra que poderia inviabilizar acordos futuros.
No entanto, crêem os caciques do PMDB, a operação Jungmann combina com ações recentes de FHC e Serra de bombardear Roseana nos bastidores. Por meio de sua assessoria, Serra negou: "Não procede. Não tem cabimento".
Temer, Geddel e Renan se dizem surpreendidos. Só na noite de anteontem receberam telefonemas de Jungmann, dizendo que iria se inscrever nas prévias, marcadas para 17 de março.
Geddel negou que a cúpula queira usar Jungmann para inviabilizar a candidatura do governador de Minas, Itamar Franco: "O Itamar não precisa ser combatido. Ele mesmo está dando sinais de que não será candidato".
Itamar não quis comentar o assunto. Seu principal escudeiro, o secretário de Governo, Henrique Hargreaves, disse que o ministro é inexpressivo. "Nem o partido conhece ele. Se fosse conhecido, não precisaria ter por trás o Planalto."
Cúpula do PMDB vê Jugmann como "laranja" da candidatura de Serra
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Além de desaprovar e julgar natimorta a pré-candidatura ao Planalto do ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário), a cúpula do PMDB crê que o seu recém-filiado esteja sendo usado como "laranja" do presidenciável tucano José Serra para atacar a adversária Roseana Sarney (PFL).
"Com todo o respeito, do ponto de vista eleitoral, a candidatura do Jungmann é um minifúndio improdutivo", disse Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado. "Parece uma armadilha. Quem inventou essa maluquice que desinvente", afirmou.
O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Geddel Vieira Lima (BA), também criticou o lançamento: "Não me presto a aventuras. Ele acabou de entrar no partido. É uma candidatura sem sentido, apesar de considerá-lo uma boa e agradável figura".
O presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), foi logo desaprovando as críticas que Jungmann fez ao PFL de Roseana, governadora do Maranhão. "Se a candidatura dele tiver o objetivo de atacar outras candidaturas e não o de buscar respaldo político e popular para se viabilizar, o PMDB não se prestará a isso", disse Temer, após reunião com a cúpula do partido em São Paulo.
Cotado para vice de Roseana, Temer diz que o PMDB não será hostil aos aliados. Ele, por exemplo, vai se reunir amanhã em São Paulo com os presidentes do PFL e do PSDB -o senador Jorge Bornhausen (SC) e o deputado José Aníbal (SP), respectivamente.
Não interessa ao PMDB fazer o papel de crítico de Roseana e do PFL porque, mantido o quadro em que a governadora dá um banho em Serra nas pesquisas (21% a 7% no último Datafolha), a tendência será fechar com a pefelista.
Desconfiança
Peemedebistas desconfiam que Serra, ministro da Saúde, tenha tido o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso para incentivar o lançamento de
Jungmann como crítico de Roseana.
FHC e Serra temem atacar a governadora diretamente. O presidente melindraria um aliado antigo, o PFL, em seu último ano de governo, e o pré-candidato tucano abriria uma guerra que poderia inviabilizar acordos futuros.
No entanto, crêem os caciques do PMDB, a operação Jungmann combina com ações recentes de FHC e Serra de bombardear Roseana nos bastidores. Por meio de sua assessoria, Serra negou: "Não procede. Não tem cabimento".
Temer, Geddel e Renan se dizem surpreendidos. Só na noite de anteontem receberam telefonemas de Jungmann, dizendo que iria se inscrever nas prévias, marcadas para 17 de março.
Geddel negou que a cúpula queira usar Jungmann para inviabilizar a candidatura do governador de Minas, Itamar Franco: "O Itamar não precisa ser combatido. Ele mesmo está dando sinais de que não será candidato".
Itamar não quis comentar o assunto. Seu principal escudeiro, o secretário de Governo, Henrique Hargreaves, disse que o ministro é inexpressivo. "Nem o partido conhece ele. Se fosse conhecido, não precisaria ter por trás o Planalto."
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