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09/01/2002
-
06h55
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Apesar de já ter decidido não mover uma palha pela candidatura presidencial de José Serra, o governador do Ceará, Tasso Jereissati, não pretende abrir uma dissidência formal no PSDB contra o ministro da Saúde e a favor de Roseana Sarney (PFL-MA).
Tasso decidiu travar sua briga com Serra dentro dos limites do PSDB. Isso significa defender publicamente, como tem feito, que os tucanos apóiem a pefelista se ela tiver maior viabilidade eleitoral até junho, o mês da oficialização das candidaturas, mas também obedecer formalmente à decisão da convenção do PSDB se o partido insistir com Serra.
Para Tasso, Serra pode não decolar, e o PSDB poderia voltar a pensar nele para candidato ou para costurar uma aliança com o PFL. Na segunda hipótese, ele seria senador e o tucano-forte de um eventual governo Roseana. No PFL, diz-se que Tasso poderia receber apoio para presidir o Senado ou escolher ministério.
Hoje, porém, são muito remotas as chances de Tasso voltar a ser o candidato tucano ou de articular uma aliança tucano-pefelista ainda no primeiro turno.
Se Serra se inviabilizar e o PSDB mantiver a postulação própria, o nome da vez deverá ser o do presidente da Câmara, Aécio Neves (MG). Há também, entre os tucanos, resistência a uma aliança com o PFL no primeiro turno.
O maior desafio de Serra é afastar o fantasma da cristianização (ser abandonado durante a fase decisiva da eleição, quando já tiver saído candidato). E Tasso é a grande ameaça nesse sentido. A pergunta no PSDB
é quem mais vai se dispor a seguir o cearense.
Os tucanos lembram que na eleição presidencial de 1998 FHC perdeu no Ceará para Ciro Gomes (PPS) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dizem que Tasso teria feito corpo mole e que repetiria isso em relação a Serra. A relação entre o ministro e Tasso nunca foi tão ruim. O governador julga que Serra e Fernando Henrique Cardoso bombardearam sua postulação presidencial de forma desleal.
Um bate-boca entre Tasso e o ministro Aloysio Nunes Ferreira (Justiça) no dia 19 de dezembro, antes de um jantar do presidente com a cúpula tucana no Palácio da Alvorada, é um exemplo de como andam ruins as relações do governador com o ministro da Saúde. Aloysio apoiou Serra na disputa pela candidatura tucana.
No episódio, segundo reportagem do jornal "Correio Braziliense", Tasso teria xingado Aloysio. A assessoria do ministro da Justiça confirmou os diálogos.
Tasso teria dito: "Safadeza. Molecagem. Você diz que não toma partido na minha disputa com o Serra, mas passa o dia no Planalto plantando notinhas em coluna de jornal a favor dele e contra mim".
Aloysio teria respondido: "Você me respeite. Eu tenho história". Mas Tasso teria continuado a atacá-lo, dizendo que, enquanto apoiava FHC em 1994, Aloysio fazia a campanha presidencial do ex-governador Orestes Quércia. Em 1988, descontentes com a influência de Quércia sobre o PMDB, uma fatia do partido deixou a legenda e fundou o PSDB.
Veja também Serra insiste em demonstrações de união no PSDB
Leia mais no especial Eleições 2002
Tasso "boicota" Serra, mas deve acatar decisão tucana
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Apesar de já ter decidido não mover uma palha pela candidatura presidencial de José Serra, o governador do Ceará, Tasso Jereissati, não pretende abrir uma dissidência formal no PSDB contra o ministro da Saúde e a favor de Roseana Sarney (PFL-MA).
Tasso decidiu travar sua briga com Serra dentro dos limites do PSDB. Isso significa defender publicamente, como tem feito, que os tucanos apóiem a pefelista se ela tiver maior viabilidade eleitoral até junho, o mês da oficialização das candidaturas, mas também obedecer formalmente à decisão da convenção do PSDB se o partido insistir com Serra.
Jarbas Oliveira/FI |
Tasso Jereissati (PSDB-CE) |
Hoje, porém, são muito remotas as chances de Tasso voltar a ser o candidato tucano ou de articular uma aliança tucano-pefelista ainda no primeiro turno.
Se Serra se inviabilizar e o PSDB mantiver a postulação própria, o nome da vez deverá ser o do presidente da Câmara, Aécio Neves (MG). Há também, entre os tucanos, resistência a uma aliança com o PFL no primeiro turno.
O maior desafio de Serra é afastar o fantasma da cristianização (ser abandonado durante a fase decisiva da eleição, quando já tiver saído candidato). E Tasso é a grande ameaça nesse sentido. A pergunta no PSDB
é quem mais vai se dispor a seguir o cearense.
Os tucanos lembram que na eleição presidencial de 1998 FHC perdeu no Ceará para Ciro Gomes (PPS) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dizem que Tasso teria feito corpo mole e que repetiria isso em relação a Serra. A relação entre o ministro e Tasso nunca foi tão ruim. O governador julga que Serra e Fernando Henrique Cardoso bombardearam sua postulação presidencial de forma desleal.
Um bate-boca entre Tasso e o ministro Aloysio Nunes Ferreira (Justiça) no dia 19 de dezembro, antes de um jantar do presidente com a cúpula tucana no Palácio da Alvorada, é um exemplo de como andam ruins as relações do governador com o ministro da Saúde. Aloysio apoiou Serra na disputa pela candidatura tucana.
No episódio, segundo reportagem do jornal "Correio Braziliense", Tasso teria xingado Aloysio. A assessoria do ministro da Justiça confirmou os diálogos.
Tasso teria dito: "Safadeza. Molecagem. Você diz que não toma partido na minha disputa com o Serra, mas passa o dia no Planalto plantando notinhas em coluna de jornal a favor dele e contra mim".
Aloysio teria respondido: "Você me respeite. Eu tenho história". Mas Tasso teria continuado a atacá-lo, dizendo que, enquanto apoiava FHC em 1994, Aloysio fazia a campanha presidencial do ex-governador Orestes Quércia. Em 1988, descontentes com a influência de Quércia sobre o PMDB, uma fatia do partido deixou a legenda e fundou o PSDB.
Veja também Serra insiste em demonstrações de união no PSDB
Leia mais no especial Eleições 2002
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