15/01/2002 - 19h59

Governador gaúcho diz que não abre mão de disputar reeleição

MARCELO FLACH
da Agência Folha, em Porto Alegre

Seguindo os passos de Luiz Inácio Lula da Silva, o governador gaúcho, Olívio Dutra (PT), disse hoje que prefere que não haja prévia para escolher o candidato à sua sucessão _ele defendeu seu nome para a reeleição.

O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, no entanto, anunciou na semana passada que deseja concorrer à vaga, acirrada a disputa interna no partido.

''Prévia é dispensável, mas se for uma decisão ampla, serena, vamos fazê-la", afirmou em entrevista em São Paulo a rádios de Porto Alegre. ''O importante é o partido sair unido."

Procurado pela Agência Folha, Tarso disse que a ''posição do governador não é nova''. E disse que pretende disputar a prévia se uma pesquisa encomendada pelo Diretório Estadual do PT ao Ibope apontar o seu nome com condições de vencer a eleição deste ano.

A Democracia Socialista, corrente que apóia o governador Olívio Dutra, é contrária à realização da pesquisa.

O resultado da pesquisa eleitoral será discutida durante reunião do partido no sábado em Porto Alegre. O Diretório Estadual, entretanto, não pretende divulgar o resultado.

''Se houver empate, eu não deixarei a prefeitura'', afirmou. O prefeito, que na campanha eleitoral de 2000 havia dito que não iria largar o mandato no meio para concorrer a governo do Estado, acabou convencido por seis correntes do partido a mudar de idéia.

Dentro do PT, a pressão contra Olívio cresceu após as suspeitas levantadas durante a CPI da Segurança Pública envolvendo o partido com dinheiro do jogo do bicho na campanha eleitoral de 1998.

Pesquisa realizada pelo Datafolha em dezembro mostrou uma pequena vantagem para Olívio. Mas na hora de enfrentar em segundo turno o ex-governador Antônio Britto (PPS), que ainda não assumiu a candidatura, os dois nomes petistas perdem. Britto ficaria com 30% e Olívio, com 22%. Se o concorrente fosse o atual prefeito de Porto Alegre, Britto teria 31% e Tarso, 20%.

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