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21/01/2002
-
09h07
PATRICIA ZORZAN e
FÁBIO ZANINI,
da Folha de S.Paulo
O PT já coloca a segurança pública no mesmo patamar da discussão econômica entre as prioridades da campanha para a Presidência da República.
Segundo coordenadores do projeto petista para a área de segurança, o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, reforça a necessidade de o partido discutir e apresentar propostas para o problema, com o qual historicamente tem pouca afinidade.
"Esse será o termômetro da campanha. Mais do que o aspecto econômico, os eleitores votarão em candidatos que tenham políticas para diminuir a criminalidade. Chegamos ao limite", afirmou ontem o ouvidor-geral do município de São Paulo, Benedito Mariano, um dos organizadores de um plano de segurança para o Instituto Cidadania -ONG de Luiz Inácio Lula da Silva, provável candidato presidencial petista.
A versão final do plano tem divulgação prevista para o próximo dia 26, segundo Mariano. Chegou a circular ontem a hipótese de antecipação da data em razão do impacto causado pela morte de Daniel, mas a informação não foi confirmada pelo partido.
"Será um desafio maior para o PT ter um projeto de segurança alternativo. Se não conseguirmos, vai prevalecer o discurso conservador", declarou Mariano, ex-ouvidor da Polícia Militar paulista.
Em sua avaliação, deverão ser priorizadas ações "com comando rígido, mas democrático".
"É o momento de um projeto alternativo, mas dentro da legalidade democrática. Defendo o uso comedido da força, por um setor de elite da polícia, mas principalmente uma polícia preventiva."
O PT tradicionalmente é criticado por opositores por supostamente dedicar pouca atenção à repressão e exagerar na ênfase às "causas sociais" da violência e na defesa dos direitos de criminosos.
Setores do partido vêm tentando mudar essa percepção e colocar maior ênfase na repressão, sem descuidar dos direitos humanos e da prevenção, como fez o deputado José Genoino, candidato do PT ao governo de São Paulo, em recente entrevista à Folha.
"Economia e segurança estarão juntas na campanha presidencial. A direita fracassou nessa área. Ou a esquerda enfrenta esse desafio com uma proposta ousada e correta ou não haverá mais para onde correr", disse ontem Genoino.
Para outro dos coordenadores do programa de segurança de Lula, o ex-procurador-geral de Justiça do Rio Antônio Carlos Biscaia, o assassinato de Daniel significa que o PT precisa "reforçar o cuidado com a área de segurança".
"Nossa proposta no setor de segurança pública está equilibrada. O crime contra o prefeito demonstra que a sociedade espera que o PT tenha uma posição", afirmou Biscaia. De acordo com ele, Lula ainda está lendo o programa e deverá dar o sinal verde à sua divulgação nesta semana.
Entre as propostas do PT para a área estão a ação conjunta das polícias Federal, Civil e Militar e das guardas municipais, por intermédio da integração de sistemas de comunicação e de inteligência.
O partido ainda se coloca a favor da definição de um piso nacional para o salário de policiais, mas contra a greve da categoria.
Leia mais:
Medo domina PT após onda de crimes
Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
Para o PT, segurança será "termômetro" da sucessão
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FÁBIO ZANINI,
da Folha de S.Paulo
O PT já coloca a segurança pública no mesmo patamar da discussão econômica entre as prioridades da campanha para a Presidência da República.
Segundo coordenadores do projeto petista para a área de segurança, o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, reforça a necessidade de o partido discutir e apresentar propostas para o problema, com o qual historicamente tem pouca afinidade.
"Esse será o termômetro da campanha. Mais do que o aspecto econômico, os eleitores votarão em candidatos que tenham políticas para diminuir a criminalidade. Chegamos ao limite", afirmou ontem o ouvidor-geral do município de São Paulo, Benedito Mariano, um dos organizadores de um plano de segurança para o Instituto Cidadania -ONG de Luiz Inácio Lula da Silva, provável candidato presidencial petista.
A versão final do plano tem divulgação prevista para o próximo dia 26, segundo Mariano. Chegou a circular ontem a hipótese de antecipação da data em razão do impacto causado pela morte de Daniel, mas a informação não foi confirmada pelo partido.
"Será um desafio maior para o PT ter um projeto de segurança alternativo. Se não conseguirmos, vai prevalecer o discurso conservador", declarou Mariano, ex-ouvidor da Polícia Militar paulista.
Em sua avaliação, deverão ser priorizadas ações "com comando rígido, mas democrático".
"É o momento de um projeto alternativo, mas dentro da legalidade democrática. Defendo o uso comedido da força, por um setor de elite da polícia, mas principalmente uma polícia preventiva."
O PT tradicionalmente é criticado por opositores por supostamente dedicar pouca atenção à repressão e exagerar na ênfase às "causas sociais" da violência e na defesa dos direitos de criminosos.
Setores do partido vêm tentando mudar essa percepção e colocar maior ênfase na repressão, sem descuidar dos direitos humanos e da prevenção, como fez o deputado José Genoino, candidato do PT ao governo de São Paulo, em recente entrevista à Folha.
"Economia e segurança estarão juntas na campanha presidencial. A direita fracassou nessa área. Ou a esquerda enfrenta esse desafio com uma proposta ousada e correta ou não haverá mais para onde correr", disse ontem Genoino.
Para outro dos coordenadores do programa de segurança de Lula, o ex-procurador-geral de Justiça do Rio Antônio Carlos Biscaia, o assassinato de Daniel significa que o PT precisa "reforçar o cuidado com a área de segurança".
"Nossa proposta no setor de segurança pública está equilibrada. O crime contra o prefeito demonstra que a sociedade espera que o PT tenha uma posição", afirmou Biscaia. De acordo com ele, Lula ainda está lendo o programa e deverá dar o sinal verde à sua divulgação nesta semana.
Entre as propostas do PT para a área estão a ação conjunta das polícias Federal, Civil e Militar e das guardas municipais, por intermédio da integração de sistemas de comunicação e de inteligência.
O partido ainda se coloca a favor da definição de um piso nacional para o salário de policiais, mas contra a greve da categoria.
Leia mais:
Leia mais sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel
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